Fanfic: Concubina (Terminada)
Alfonso
gemeu quando a cama caiu na rua com tanta força que aumentou sua dor de
cabeça. Perguntou-se por que sonhava que dormia numa
rua barulhenta de Pequim. Então uma ordem gritada por um
soldado acordou-o. Mas sua cama continuava numa rua de Pequim. Podia ouvir os
gritos dos vendedores ambulantes e sentir o cheiro de excremento humano.
Bocejou
e percebeu que estava num abrigo de seda vermelha, cercado por almofadas e velhas
cortinas de seda. Oh, sim, estava numa liteira imperial, e uma bem desgastada.
Mas
por que estava ali? Uma lembrança distante quase surgiu.
Havia um motivo para ter bebido até desmaiar na noite anterior
e não
queria saber o que era. Mas se lembrava de que ia a pé para casa - estava bêbado demais para cavalgar - quando vira a procissão imperial.
Uma
procissão pequena, dois soldados em frente à liteira levada por
quatro carregadores. Ia para algum lugar em Pequim e voltaria para a Cidade
Proibida. Como era seu destino, fez o soldado da frente parar, pagou o suborno
e entrou na liteira enquanto os carregadores descansavam. Assim dormiria
algumas horas antes de enfrentar o dia.
Começou a se deitar de novo
quando ouviu um choro alto de mulher, seguido por outros gritos femininos.
Havia um rasgão na seda e por ele viu telhados de telhas
quebradas que indicavam que não estava num bairro próspero. Mas viu árvores também e uma gaiola com um pássaro canoro ao lado do
muro da frente. Não tão pobre, então. Aristocracia mediana.
Mexeu-se para ver melhor.
O
pai apareceu primeiro. Rosto contraído, atitude de intelectual,
refinamento nos movimentos e um ar sonhador e cansado que confirmaram a
primeira impressão de Poncho: aristocracia mediana, provavelmente
manchu da bandeira vermelha, o que foi confirmado pela bandeira nova de seda
vermelha no arco do portão de entrada.
A
casa estava quase em ruínas. Viu um par de adolescentes silenciosos. A família teria grande
dificuldade para educá-los.
Poncho
viu as mulheres. Era a mãe. que fazia mais barulho, gritando e soluçando, fingindo tristeza ao
dizer adeus à filha. Havia mais dez mulheres contratadas para
chorar, gritar e puxar os cabelos.
A
liteira seria para eles? Os carregadores pegariam alguém antes de voltar para a
Cidade Proibida? Não a mãe, que continuava a ganir
como um demônio, não os estóicos pai e
filhos. Então devia ser a moça. Observou-a. Parecia na
idade certa para casar, tinha estatura mediana, e o vestido bordado era
luxuoso. Havia uma cortina de contas de marfim diante do rosto. Marfim, não jade, o que significava
que não era rica o bastante para se tornar uma consorte
imperial.
Diabos,
agora lembrava por que bebera tanto na noite passada. O Festival da
Fertilidade começava naquela manhã. Ucker, seu maldito
melhor amigo (agora imperador Christopher Uckerman), terminara o luto pelo pai
na noite anterior. E hoje começaria o processo de escolha
de esposas e concubinas para gerar o novo Filho do Paraíso.
A
escolha de mulheres belas e férteis para partilhar a
cama do imperador levaria uma semana. Beleza e suborno, sexo e mesquinharia
dominariam a Cidade Proibida por esse período e nem um só momento seria dedicado
aos assuntos práticos de governar o país. Que perda de tempo!
Pior,
uma delegação de alemães chegaria naquela semana
à Cidade
Proibida. Poncho acreditava que os brancos deviam ser tratados com grande
cuidado. Havia no mundo muitas potências perigosas e
desconhecidas pela China.
Ucker
estava sobrecarregado com assuntos internos, a rebelião Taiping e a cada vez
mais corrupta estrutura administrativa. Não tinha tempo para
discutir sobre os delegados alemães e nem paciência para ouvir seu melhor
amigo, que o advertira sobre as lutas no mundo.
Poncho
deveria ter saído da Cidade Proibida assim que percebera a tensão do imperador e que não fora capaz de fazê-lo ver o quadro mais
amplo - seu último e mais estúpido erro. Afinal, Poncho
não
tinha uma situação oficial.
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
O mestre do festival estava atrasado. Esperava-se que Alfonso, playboy da Cidade Proibida, ignorasse seus deveres imperiais. Provavelmente estava sob o efeito do ópio na cama de uma mulher. Mas, por que não haviam considerado a irresponsabilidade do homem? Por que não faziam a inspeção sem ele? Anahí tentou descobrir ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 514
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carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:46
aaaaah ja acabou??
to tristi....
mas tudo acabou bem *-*
mt fofos los as!! -
carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:46
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carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:45
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