Fanfic: Concubina (Terminada)

- Meu pai valoriza mais sua integridade do que a
riqueza, mas outros não são tão honestos. Os camponeses
querem duas coisas: alimento e esperança. O líder rebelde Hong Xiu Quan
ofereceu as duas. Por que o governo não oferece a seu povo uma
coisa tão simples?

Ele
se surpreendeu ao ver como ela compreendia os proble­mas da China.

- Seu pai partilha suas opiniões?

- Meu pai é um intelectual...
enterra-se em textos de cente­nas de anos que não o prepararam para um país ameaçado por revoltas e potências estrangeiras.

- Sempre houve ameaças à soberania da China.

- Essas ameaças tinham canhões como os dos povos
brancos?

Ele
balançou a cabeça.

- Uma vez vi um desenho de uma canhoneira inglesa.
Não
sei se era real, mas se era... - Suspirou. - Temo o que aconte­cerá à China se os ingleses
ficarem cobiçosos.

Ela
estendeu a mão e tocou a dele.

- Você compreende, concorda
comigo!

- Sim. E a China não pode enfraquecer com
mais lutas in­ternas.

A
sensação da mão pequena aqueceu-lhe o
coração e lhe excitou. Mas sua mente estava voltada para
outros pensamen­tos que lhe desviaram a atenção do desejo de levá-la para a cama.

- Preciso fazer o interrogatório de outras moças. Como você passou no exame de histórico familiar, deve fazer
uma refeição com a viúva consorte. Ela vai
implicar com você, mas diga apenas...

- Coisas idiotas?

- Exatamente! Finja que seguirá as ordens dela cegamente.

- Ela não é estúpida, não se deixará enganar.

- Provavelmente não, mas não terá certeza. Depois da refei­ção, finja que está doente. Diga que precisa
se sentar no jardim da minha tia para descansar. - Explicou-lhe como chegar
ao jardim.

- Compreendo, mas depois o quê?

- Alguém estará lá esperando por você. Ele a levará aonde quero que vá.

Ela
acenou, mas os olhos eram cautelosos.

- Jura pela sua honra que não serei ferida por isso?

- Juro pela minha honra que não atrapalharei suas
chances de se tornar imperatriz.

As
palavras eram amargas, mas disse-as assim mesmo. Se desistisse de ser
imperatriz, poderia cortejá-la sem medo do im­perador.
Fez uma pausa, chocado. Pretenderia cortejá-la, casar-se com ela? A
idéia
não
deixava de ser... atraente.

- E a reputação do meu pai?

- Nunca esteve em perigo comigo. Mas gostaria muito
de conhecer sua mãe, ela parece uma mulher muito interessante. Seus
irmãos
também são inteligentes?

- O mais moço é, o mais velho...

- Parece-se com seu pai?

- Passa muito tempo sonhando.

Poncho
riu e se levantou. Num momento de insanidade, pensou em tomá-la nos braços. Os seios dela estavam
tão
próximos
e seu doce creme fluía tão facilmente... Mas o
examinador voltaria a qualquer momento e, depois da adver­tência de Ucker na noite
anterior, tinha de ser duplamente cuidadoso.

- Vá agora, vá depressa.

Ela
hesitou por um momento, os olhos presos na boca de Poncho. Ele sabia que Anahí
pensava a mesma coisa que ele, que se lembrava de cada detalhe de sua
intimidade, e a luxúria que o tomou quase lhe tirou a razão.

- Vá! - Sua voz era áspera. Ela acenou e fugiu.