Fanfics Brasil - CAPÍTULO DOIS Concubina (Terminada)

Fanfic: Concubina (Terminada)


Capítulo: CAPÍTULO DOIS

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O mestre do festival estava atrasado. Esperava-se
que Alfonso, playboy da Cidade Proibida, ignorasse seus deveres impe­riais. Provavelmente
estava sob o efeito do ópio na cama de uma mulher. Mas, por que não haviam considerado a
irresponsabili­dade do homem? Por que não faziam a inspeção sem ele?


Anahí
tentou descobrir, mas ninguém sabia, e não queria pa­recer curiosa
demais. Virgens deviam ser dóceis e submissas, assim
tentou ser paciente enquanto se reclinava nas almofadas da liteira. Dezenas de
outras moças esperam no calor, as pernas doendo e a
maquiagem desmanchando. Pelo menos tinha onde se sentar.


A
audácia
do homem, fazendo uma futura imperatriz da Chi­na esperar no calor! Liteiras se
estendiam pela rua, enquanto os carregadores se agachavam para jogar dados. As
moças
estavam cansadas. Uma delas chamou a atenção de Anahí. Estava em pé, os baús em torno dela. Parecia tão triste e solitária que Anahí a chamou.


- Venha, sente-se aqui comigo!


- Está falando comigo, senhora?


- Sim, sim! Por que está em pé no calor? Onde está sua carruagem?


- Foi embora, os carregadores disseram que não podiam esperar o dia
todo.


- Cães traidores! Venha,
sente-se comigo. Direi que viemos juntas.


- Não posso, não numa liteira imperial!


- Claro que pode!


A
moça
não
se moveu e Anahí foi até ela.


- Qual é o seu nome?


- Dulce. Mamãe disse para eu não me sentar para não amar­rotar a seda.


- Vamos ficar muito tempo em pé. Não seria melhor se arriscar
a ter algumas pregas na saia do que desmaiar quanto o imperador a vir? Além disso, sua mãe não podia adivinhar que o
mestre do festival chegaria tão atrasado.


- Então ficarei grata de me
juntar a você - disse Dulce.


E
assim começou a primeira amizade de Anahí na compe­tição. Dulce era de uma província distante e estava com
muito medo da vida na Cidade Proibida.


A
hora seguinte passou depressa enquanto Anahí relaxava pela primeira vez desde a
convocação. Então o som de um gongo silenciou
todos os que esperavam do lado de fora dos portões.


- Acha que chegou a hora? - perguntou Dulce.


Anahí
acenou, o coração disparado. Ambas se levantaram, mas era difícil ouvir as ordens que um
eunuco gritava. As infor­mações passavam dos serviçais para as patroas e para
os carre­gadores, até todos entenderem que o cortesão playboy, Alfonso, mestre
do festival, e dois outros decidiriam quem poderia entrar. Dulce e Anahí sabiam
que a seleção levaria horas e vol­taram a sentar.


Ouviram
o anúncio dos nomes das que haviam sido aceitas ou
rejeitadas, as primeiras entrando e as segundas voltando chorando para casa.
Uma fora rejeitada porque mancava, outra porque tinha pelos no pescoço, outra porque seus seios
eram pequenos demais, outra porque tinha pés muito grandes.


A
última
acusação encheu Anahí de terror. Mulheres manchu como ela
eram proibidas de amarrar os pés, uma característica do derrotado povo
Han.


Anahí
olhou para seus sapatos, enfeitados com contas de jade e pérolas. Eram, na verdade, o
item mais caro de sua roupa, já que seus pés grandes eram seu pior
atributo.


- Somos as próximas - sussurrou Dulce.


Anahí
acenou, então apertou a mão da nova amiga e as duas
passaram pelo portão externo. Havia uma fila de eunucos impe­riais,
vestidos com roupas luxuosas, cada um encarregado de ins­pecionar um certo
aspecto: o modo de caminhar, a pele, os dentes, as orelhas e, sim, os pés. Um eunuco acompanhava
cada moça, somando os resultados num ábaco. Um ponto para cada
aspecto aceitável, dois para excelente. Um aspecto desagradável era um ponto retirado.
Se todos desapareciam, as moças voltavam para casa.


Ouro
e pedras preciosas desapareciam rapidamente enquanto os subornos eram passados
das moças para os eunucos. Anahí não tinha muito dinheiro, mas
a situação do pai lhe garantiria a entrada na Cidade
Proibida. Exceto pelos pés, não tinha nenhu­ma feição feia. Assim, o homem que
julgou seus pés recebeu uma pérola e o eunuco que a
acompanhava recebeu um fio de marfim.


Teve
esperança até entrar na tenda onde
seria feita a última avaliação por três juizes sentados. Esforçou-se para esconder os pés, a atitude reverente.
Quando ergueu os olhos, viu o chefe dos eunucos, a viúva consorte e o eunuco
insolente que estava na sua liteira. Olhou para ele, os olhos muito abertos. Não po­dia ser Alfonso, cortesão playboy e mestre do
festival. Não podia! Mas era.


Mudara
a roupa e penteara a trança. Não percebera como era
bonito, como era alto, como era másculo! Tinha os ombros largos de
um guerreiro, a testa alta de um intelectual, os olhos de uma beleza sensual
que lhe percorriam o corpo dos pés à ca­beça. Nunca um homem lhe
acariciara todo o corpo apenas com o olhar e, embora o encarasse com indignação, sentia os seios endurecerem
e os joelhos fraquejarem.


Alfonso,
o homem contra quem a mãe a advertira! E o havia chutado para fora da
liteira! Enquanto lutava contra as sensações que ele lhe despertava,
o eunuco que a acompanhava se ajoelhou e se curvou profundamente.


Com
joelhos trêmulos, Anahí fez uma reverência para a viú­va consorte. Então seu total foi anunciado
com desdém.


- Média, apenas média - disse a viúva consorte.


- Sua linhagem é impecável - disse o chefe dos eunucos
-,
seu horóscopo mostra quatro aspectos afortunados.


- Sim, sim - repetiu a viúva. - Conheço a mãe dela, o pai, um
intelectual honesto, o que é uma vantagem. - Levantou a pedra de
marfim com o nome de Anahí. - Muito bem...


O
eunuco que fazia a contagem mexeu o ábaco. O chefe dos eunucos
ergueu uma sobrancelha.


- Há mais alguma coisa?
Estamos escolhendo a mãe do fu­turo imperador, nenhum detalhe pode ser
ignorado. Fale!


- Apenas o que os carregadores disseram. Desculpe,
viú­va
consorte, mas dizem que havia um homem na liteira dessa moça.


- Não é verdade! - gritou Anahí, mas ninguém a ouviu. A viúva consorte abriu a boca,
horrorizada, e o chefe dos eunucos pegou a pedra de marfim e jogou-a nela.


- Não podemos aceitar uma
prostituta! Como ousa nos insultar com sua presença?


- Mas não é verdade! - gritou Anahí, a fúria fazendo-a encarar Poncho.
-
Não
sou uma prostituta!


Abaixou-se
para pegar o pedaço de marfim, sem o qual seria expulsa em desgraça. Viu-o no momento em que
o eunuco o cobriu com o pé.


- Os carregadores dizem que o homem caiu no chão a uma certa distância e riram quando ele
rolou na sujeira.


- Não parece ser um amante - disse Poncho. - Por que cairia na rua?


- Talvez na excitação de fazer amor...


- Não é verdade - repetiu Anahí. Olhou o
homem respon­sável por suas dificuldades. - Isso é injusto!



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Autor(a): annytha

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Então se obrigou a pensar de modo racional. Tinha que se esquecer de Poncho. Ele lhe causara o problema, portanto não era provável que a ajudasse a sair dele. O eunuco, que subornara para ajudá-la, era seu inimigo atual e, de alguma forma, tinha que desacreditá-lo. - Você é um mentiroso. - Devo trazer os carregadores? - ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 514



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  • carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:46

    aaaaah ja acabou??
    to tristi....
    mas tudo acabou bem *-*
    mt fofos los as!!

  • carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:46

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  • carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:45

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