Fanfic: Concubina (Terminada)
Poncho
não
viu uma só virgem nos dois dias seguintes. Ignorou seus
deveres como mestre do festival e ficou em casa, em Pequim. Ocupou-se com o
relatório para o imperador, com estratégias para vencer rebeldes
ou invasores, qualquer coisa que afastasse Anahí da mente.
Não funcionou. Releu as
anotações dela sobre a delegação alemã e percebeu que tinha um
olhar certeiro para detalhes e um cérebro vivo, apesar do
horror que presenciara. Enquanto as lia, sentia o toque de sua mão e o calor de seu corpo.
Na madrugada do terceiro dia, estava louco de desejo. Seu bastão de jade parecia uma
pedra pesada que arrastava seus pensamentos para ela.
Era
ridículo!
Era apenas uma mulher. Não podia ser tão bela, tão doce, tão brilhante como se
lembrava. Precisava vê-la de novo, provar a si mesmo que construíra uma fantasia. Saiu de
casa às pressas, atravessou o portão da Cidade Proibida e foi
à
procura de sua virgem.
Não conseguiu encontrá-la. As virgens tinham
passado os dois últimos dias praticando suas habilidades para se
exibirem para a viúva consorte durante o exame de talento artístico. Algumas pintavam,
outras cantavam ou dançavam e algumas escreviam poesia. A cada dia,
algumas se exibiam para a viúva consorte, e algumas
eram dispensadas como inaceitáveis por um motivo fútil.
Estudou
a lista das virgens dispensadas, esperando ver o nome de Anahí. Se a viúva a dispensasse, talvez a
família a recebesse e ele pudesse lhe fazer a corte quando fosse nomeado para
alguma coisa. Mas o nome dela não estava lá porque devia dançar diante da viúva naquele dia.
E
Poncho tinha uma reunião com Han Du Yu, dignitário de uma pequena mas
rica província perto de Pequim. Queria dar presentes ao
imperador - subornos - para que seu filho passasse
no exame para o serviço civil. Era ridículo, pois nem o imperador
nem Poncho tinham qualquer relação com os exames.
Poncho
teria evitado a reunião, mas Han Du Yu era muito rico, e o imperador não podia tratá-lo mal. Além disso, estivera pensando
no que Anahí dissera. Se camponeses precisavam de alimentos e esperança, o imperador precisava
saber quantos camponeses estavam famintos e desesperançados. Sem poder
entrevistar toda a população, tinha que confiar nos nobres que administravam
suas terras. Esta era uma oportunidade para fazer isso.
Poncho
não
podia cancelar o encontro. O gordo e pomposo idiota chegou carregando uma
enorme escultura de marfim de um dos nove imortais, um ser celestial do taoísmo. Poncho olhou a coisa
feia, grande e mal entalhada. Esquecendo a diplomacia em favor da pressa, Poncho
devolveu o presente.
- Não tenho relação com o exame, não tenho influência e não quero perder seu
dinheiro. Leve isso de volta.
O
homem riu. Sabia que Poncho apenas fingia não ter influência, fingia ser honesto.
No fim, ele teve de aceitar a peça horrorosa.
Então Poncho perguntou o que
queria saber: o que os camponeses diziam e o que queriam. Mas Han Du Yu
respondia apenas o que achava que ele queria ouvir, o que estava longe da
verdade.
Finalmente,
Poncho se levantou e se despediu do homem, agradecendo pelo presente. Ergueu a
enorme estatueta e saiu. Sabia onde o imperador estava e dirigiu-se para seu
palácio.
- Alô, meu amigo! - disse o imperador com um aceno
-
Você
parece ter acabado de comer alguma coisa estragada.
- Essa coisa é para você. Han Du Yu é um idiota e não vou mais
cuidar de virgem nenhuma, nem mesmo para você.
Ucker
franziu a testa. Com um gesto, dispensou os eunucos e olhou para a estatueta.
- Isso é horrível.
- É um suborno para você fazer o filho dele passar
no exame de serviço civil.
- É um idiota.
- É um funcionário corrupto e um idiota.
A província que governa fica a três horas de Pequim. Tão perto de você, com tanta corrupção.
- É uma terra sem importância e ninguém ousaria se rebelar.
- Você não compreende! Se existe
tanta estupidez e desonestidade tão perto de você, como é nas terras mais
distantes? Não é difícil imaginar como a rebelião Taiping nos pegou
desprevenidos.
Era
um argumento sério, e Poncho viu que o imperador entendera.
- Quanto ele é idiota?
Poncho
ergueu a estatueta.
- Esse foi o suborno que ele trouxe.
- Parece um falo de pedra malfeito.
Poncho
virou a estatueta e viu que era verdade.
- Sem dúvida foi por isso que
trouxe.
O
imperador não quis mais discutir o assunto.
- Vá cuidar dos seus deveres
com as virgens. Poncho hesitou.
- Não posso continuar assim, Ucker.
Gosto do que faço pela China e por você, mas sou adulto, é hora de constituir minha
família.
- Você quer um cargo, para ter
uma esposa.
Ele
acenou.
- Muito bem. Termine com honra seus deveres como
mestre do festival, e eu lhe darei um cargo.
Poncho
quase gemeu. Quantas vezes ouvira aquelas palavras? Já não acreditava nas promessas
do melhor amigo.
- Ucker, que título você oferece...
- Idiota! - gritou o imperador. - Está vendo o que estou
estudando? - Mostrou os mapas e os relatórios militares que cobriam
a escrivaninha. -Acha que a revolta Taiping acabou? Por que me
pressiona agora? Saia!
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Poncho fez uma mesura, a boca com gosto de cinza. Mas quais eram suas opções? Sua vida dependia da vontade do imperador. - E leve essa coisa horrorosa com você! É meu presente de agradecimento pelos grandes serviços que me prestou! - Poncho pegou a estatueta e saiu. Não havia tempo a perder, a apresentação estav ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 514
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carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:46
aaaaah ja acabou??
to tristi....
mas tudo acabou bem *-*
mt fofos los as!! -
carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:46
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carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:46
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carine Postado em 19/02/2011 - 23:16:45
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