Fanfic: Concubina (Terminada)

Anahí
não
viu Poncho naquele dia. Procurou-o discretamente, mas tinha que aparentar não pensar nele e o
fingimento constan­te lhe deu dor de cabeça. Em dois dias haveria a
seleção final. Todas as virgens seriam noivas, faltava
apenas determinar o ní­vel de cada uma. O único exame restante era a
verificação final de virgindade.

E
Poncho não aparecia. No fim do jantar, Anahí estava ansio­sa,
convencida de que a mensagem levada a ela na noite ante­rior fora dele e que
falhara. Se um mensageiro viesse esta noite, nada a impediria de ir.

O
mensageiro chegou antes de as virgens se despirem. Um eunuco se aproximou
quando ela escovava os cabelos, lhe to­mou a escova e começou a cuidar dos cabelos
dela de maneira brutal.

- Sabia que mesmo um homem limpo... - o eufemismo para eunuco - sente uma dor muito forte
quando leva uma pan­cada na virilha?

Ele
parou de lhe puxar os cabelos, mas não os soltou.

- Trago-lhe uma mensagem. Você deve vir comigo para fa­lar
com o imperador.

- Não acredito que o imperador
enviaria alguém como você. Solte meus cabelos ou
sofra como apenas um homem so­fre. Saia daqui.

- Não é só você, Anahí. Outras também foram cha­madas, veja.

Olhou
pela janela e viu três virgens sendo escoltadas por eunucos. Nenhuma
parecia relutante.

- Anahí! Deve vir agora, ou então não venha! Ela se levantou.

- Eu irei.

O
eunuco fez uma reverência ligeiramente zombeteira e ela o seguiu.
Andaram depressa pela Cidade Proibida. Para surpresa de Anahí, mais duas moças caminhavam à frente, diretamente para
o palácio do imperador! Não poderia ser um encontro
real com o imperador, poderia? A perspectiva fez seu coração dis­parar. Hoje daria a
ele uma impressão melhor. Oh, não! Seus cabelos ainda
estavam soltos, flutuando por suas costas.

- Espere! Preciso arrumar meu cabelo.

- Não há tempo e o imperador gosta
mais assim.

Anahí
estava indecisa, não sabia em que acreditar ou em quem confiar. Se
pudesse ver Poncho... Mas ele não estava aqui e teria de
fazer o melhor que pudesse sem ele.

Entraram
num jardim murado, onde havia uma porta escon­dida por árvores. Ela parou,
nervosa. Se entrasse poderia ficar presa numa armadilha. Mas estavam no palácio do imperador, não podia perder a
oportunidade. Assim, com um último olhar para as
redondezas, entrou.

- Por aqui, virgem - disse uma voz desdenhosa
de homem.

Ela
olhou pelo corredor e viu o chefe dos eunucos iluminado por uma lanterna. Seria
mesmo um encontro com o imperador? Mas o chefe dos eunucos não estaria aqui se fosse
outra coisa. Apressou-se.

- O imperador estará observando. Faça o que lhe mandarem.

- O que eu devo fazer?

- O que mandarem - ele repetiu. Indicou uma
porta e dis­se: - Lá dentro, virgem.

Não podia entrar sem saber
nada. Recuou, mas nesse mo­mento outra virgem foi empurrada pelo corredor. Era Dulce,
com os olhos muito abertos e um riso nervoso que traiu sua ansiedade.

- Anahí, também recebeu a ordem de vir?

- Estão atrasadas! Andem! Para
dentro, agora! - Ele pegou Dulce e a empurrou para a frente.

Anahí
tentou parar, mas o corredor era estreito demais. O chefe dos eunucos empurrou Dulce,
que tropeçou em Anahí e ambas foram jogadas numa sala cheia
de uma fumaça azulada.