Fanfic: Concubina (Terminada)

Não havia empregos na China
para homens em desgraça, presumindo que não fossem apanhados e
mortos por sua au­dácia.

- Poderia aprender alguma coisa diferente. Anahí, não é
impossível começar de novo, há um mundo muito grande
fora da China.

- Mas toda a sua vida foi aqui, nasceu para ficar
ao lado do imperador.

- Posso viver longe dele.

- Você não gostará.

- Anahí, não me importarei se você estiver ao meu lado.
Acreditava nele. Mas ele pertencia à Cidade Proibida, era um
assessor direto do imperador da China. Não o deixaria jogar toda a
vida fora por causa dela.

- Eu me importo, e não fugirei.

- Vocês, mulheres, aprendem a se
sacrificar desde que nas­ceram, vivem para servir aos homens. Até você, com toda a sua inteligência e sua intensidade, não pensa que preciso de você, Anahí. Que, sem você, eu... eu serei vazio. - Então esmagou-lhe a boca com a
dele, beijando-a mais audaciosa e apaixonadamen­te do que nunca.

Libertou-a
tão
abruptamente como a beijara.

- Poncho...

- Tome isso, Anahí.

Ela
viu que ele segurava dois pentes de jade cinzelados. Um deles era um dragão curvado em delicada
majestade, o outro uma tigresa, imperial e severa. Dragão macho, tigresa fêmea... símbolos tão antigos como a China...
e ele os dava para ela.

- Por quê?

- Foram da minha tia. Usava-os quando foi escolhida
pelo último imperador e por isso acreditava que davam
sorte. Quan­do os dois estão separados, a pessoa que
os usa ainda está à procura do verdadeiro
amor. Se um homem roubar de você o dragão... então ele lhe tomou o coração e você pertence a ele. Mas, se
você
os usar ligados, significa que já encontrou seu ver­dadeiro
amor.

Ele
pegou o outro pente e juntou-os. O mecanismo era intrincado, mas, quando
estavam unidos, ela viu um dragão e uma tigresa abraçados em...

Ela
sorriu.

- Este não é um pente adequado para
uma virgem.

- Amanhã de manhã, todas as virgens se
reunirão. Serão colocadas nos jardins e
caminhos da Cidade Proibida.

- Eu sei.

- O imperador andará entre vocês e escolherá uma para ser sua
imperatriz, quatro para serem suas esposas principais e as demais serão divididas entre o harém do meio e o inferior.

- Sim.

Ele
lhe entregou os pentes.

- Use os pentes assim, e o imperador saberá que deu seu coração a outro. - Separou as duas peças. - Use-os separados e...
acredito que ele a escolherá como sua imperatriz.

- O quê?

- Não compreende por que fui
escolhido como mestre do festival? Não conhece minhas forças mesmo agora?

- Que forças?

- Ucker me deu a tarefa de encontrar a virgem mais
per­feita, a mais inteligente e a mais completa. Queria que eu encon­trasse a
melhor mulher para ser a imperatriz. E eu a encontrei.

- Eu?

- Você.

- Mas ele o ouvirá e me escolherá como sua imperatriz?

- Acredito que sim. Se deixar os pentes separados,
ele sabe­rá que você se oferece a ele e à China.

- E se eu juntar os pentes, Poncho, o que acontecerá comigo?

- Não posso dizer, Anahí. Pedi
um favor, implorei para ele atender meu desejo, mas... - Ele parou e olhou para as
mãos
entrelaçadas.

- Ele ficou terrivelmente zangado com você?

- É uma coisa terrível roubar uma mulher de
seu melhor amigo.

- Especialmente se esse amigo é o imperador da China.

- Exatamente.

Duas
virgens vieram pelo corredor, conversando animadas. Poncho lançou-lhe um olhar desesperado,
então
se afastou dela. Foi deixada segurando os dois pentes... um em cada mão.

- Não posso prometer nada, Anahí,
posso apenas ter espe­rança.

As
moças
entraram na sala, surpreendidas quando viram que o mestre do festival ainda
estava lá. Poncho olhou-as com seve­ridade, desafiando-as
com o olhar a duvidar do seu direito de estar lá. Elas fugiram.

Poncho
olhou para Anahí, mas ela balançou a cabeça. Ele com­preendeu a
mensagem, fez-lhe uma profunda reverência e saiu.