Fanfic: Concubina (Terminada)

Os
pés
de Anahí doíam, as costas tensas de ansiedade, a cabeça caída como se pesasse uma
tonelada. Estava no fundo do Jardim do Festival, esperando com as outras
virgens que o imperador passasse e fizesse sua escolha.

Se
apenas pudesse se mover um pouco, andar pelo jardim e diminuir as dores em seu
corpo! Pelo menos podia ver um pouco do caminho. Dulce estava apenas um pouco à frente, mas Anahí fora
colocada ali, no lugar mais distante do jardim. Pro­vavelmente a viúva consorte esperava que o
imperador selecio­nasse seu harém principal muito antes de
chegar a ela.

Anahí
estava inquieta porque não sabia o que dizer ao impe­rador quando ele
chegasse perto dela. Segurava os dois pentes nas mãos, alternadamente
juntando-os e separando-os.

Não sabia o que fazer. Uma noite de sono atormentado
lhe mostrara o quanto amava Poncho. Daria a vida por ele, mas a única maneira de
"salvar" sua vida era não se casar com ele. Sem
ela, tinha a carreira política. Se Anahí escolhesse o impera­dor, Poncho
receberia o cargo político de sua escolha.

Olhou
os pentes ligados e se forçou a separá-los. A razão lhe dizia que devia se
tornar imperatriz, mas não queria, queria Poncho. E, quando olhou as mãos de novo, viu que
juntara os pentes novamente.

Ouviu
sons no caminho e depois vozes. A voz de um homem e depois o riso nervoso de
uma virgem. Então uma voz do mulher. A viúva consorte!

- Não há nada de interessante lá, as outras moças estão aqui.

A
informação foi repetida pelo chefe dos eunucos.

Então ouviu passos e abaixou a
cabeça, derrotada. Não importava se ligasse ou
não
os pentes, o imperador não vi­ria até ela. Sua mãe era a mulher mais
poderosa da Cidade Proibida e...

- Você deve ser Anahí.

Anahí
se assustou, olhando o imperador se aproximar. Come­çou a se abaixar para fazer
a reverência, mas ele a impediu.

- Sim, sim, mas me deixe ver seu rosto. - Segurou-a e a levantou,
observando-a.

Ela
viu a mão dele no seu braço, a majestosa túnica imperial e o rosto
comum. Era esse homem que seria seu marido?

O
imperador interrompera o estudo do rosto de Anahí para olhar os pentes na mão dela. Estavam meio
unidos e esta não era uma mensagem clara.

- Parece que você deixou cair seus pentes, Anahí.

- Sim.

Separe-os!
Torne-se a imperatriz!, ordenou seu cérebro. Começou a separá-los, então parou. Precisava perguntar
ao imperador.

- Lembra-se de mim, imperador?

- É claro, é claro, sua beleza me
impressionou.

- Isso é o que eu disse no banquete de celebração.

- Oh, sim. Sobre camponeses e criados, o que
impressionou Poncho. Você deve ser capaz de lidar com criados, uma qualida­de
valiosa para uma imperatriz.

Estendeu
a mão
e lhe tomou o pente do dragão. Era este o momento. Se
o deixasse lavar o pente, então se transformaria na
imperatriz e passaria a vida cuidando dos criados dele. O imperador não valorizava as habilidades
que tinha. Nunca lhe permitiria se esconder nas sombras para tomar notas. Nem lhe
levaria suas preocupações à noite para ajudá-lo a resolver algum
problema difícil.

O
imperador não confiaria em suas esposas, mas em seus
assessores, em homens como Poncho, que recomendariam polí­ticas e selecionariam suas
esposas. Ele a veria apenas como um recipiente para seus bebês. Que vida miserável teria!

Não podia fazer isso. Com lágrimas de pesar ela tomou
os pentes do imperador.

- Sou tão desajeitada - disse ela, juntando-os
rapidamente. - Devem ser apenas um pente e se unem...

- Não, Anahí. São dois pentes e este é meu.

Ela
o olhou, chocada, quando ele lhe tomou os pentes unidos. Com um gesto rápido, ele liberou o
mecanismo, então guardou o pente do dragão num bolso interno e lhe
entregou de volta o pente da tigresa.

- Mas... imperador - gaguejou. Então ergueu o queixo e
apontou. - O senhor viu Dulce? Ela fará tudo o que o senhor
quiser e nunca conversará com o senhor sobre... serviçais e cam­poneses, nunca.

- Hmm, Dulce?

Ela
acenou e ele saiu. Anahí queria correr atrás dele, exigir seu pente
de volta. Poncho acreditaria que escolhera o poder acima dele, que queria o
imperador da China, e não ele. E não era verdade!

Mas
era tarde demais. O imperador foi seguido por dúzias de eunucos e ela
ficou isolada. Se Poncho estava certo, seria a pró­xima imperatriz da China,
mas não era a sua escolha! Ficou pa­rada, impotente,
olhando as costas das pessoas que seguiam seu futuro marido. Mas ele já se fora e Anahí começou a chorar.

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besos e até a proxima.