Fanfic: Concubina (Terminada)

Anahí
olhou a sala, buscando uma forma de fugir. Ele bloqueava a porta e não havia lugar nenhum para
onde poderia correr.

- Por que está fazendo isso?

Não acreditava que ele
respondesse. Mas, para sua surpresa, pareceu pensar na pergunta.

- Não sei, você é diferente.

Ela
desviou o olhar. Sabia que era diferente e, na China, ser diferente era muito
ruim.

- Sou inteligente e forte. Serei uma boa
imperatriz.

Ele
lhe ergueu o queixo.

- Estou começando a achar que tem razão, Ucker poderia fazer uma
escolha pior. - Então sorriu. - Não tenha medo, não lhe farei mal.

- E claro que fará! Por que mais me
manipulou dessa ma­neira? Por que mais estamos sozinhos?

- Não a feri na liteira.

- Não teve tempo, eu o chutei
para fora!

- Sim, eu sei, minhas costelas ainda doem.

Olhou
para ele, confusa. Não fazia nada para violentá-la, apenas gostava de
torturá-la mentalmente. E, pela primeira vez, ela
realmente o viu. Esperara que tivesse a expressão indolente de um cortesão, mas agora via que tinha
um queixo duro e olhos brilhantes num rosto sério. Esse homem podia ser
muitas coisas, mas não era um preguiçoso. Ele sorriu, e não havia zombaria em sua
expressão.

- Quero testá-la, Anahí, descobrir que
tipo de mulher você é. Quer se tomar
imperatriz?

- Sim.

- Então, o que fará? Como a médica disse, não passará no exame de hoje. É mal-humorada, sua
fertilidade secou.

- Você não sabe!

Ele
deu um passo à frente.

- Sei. Se quiser, pode verificar por si mesma.
Pense naquele lugar entre suas coxas. Está úmido e complacente?

Anahí
arquejou, o pensamento naquela parte do corpo. Então se lembrou do que havia
feito para mantê-lo cheiroso e maleável. Tentou agir de forma
casual, mas estava cheia de medo.

- Por que... por que quer saber sobre aquele lugar?
Percebeu que ele a olhava intensamente.

- Você fez alguma coisa, alguma
coisa que ninguém mais sabe. - Cerrou as sobrancelhas
com raiva. - Anahí! Você é virgem?

- E claro que sou! Não fiz nada, apenas...

- Apenas o quê?

- Nada, apenas um creme para manter a pele úmida e as pétalas em flor.

- E passou esse creme, apesar do meu aviso para não usar cosmético?

- Não é cosmético! É feito de frutas e ervas.
Não
é
pintura, é mais como alimento para... para mulheres. - O rosto queima­va de vergonha
e infelicidade. - Por favor, me ajude, a médica vai perceber.

- Ora, ora, você tem mesmo um problema. Não parecia zangado, apenas
pensativo.

- Mande me trazer um balde de água. Eu... eu tenho jóias, posso pagar.

Ele
recuou, furioso.

- Não tente me subornar,
menina!

- Então, o que quer?

Ele
sorriu lentamente, mas os olhos continuaram sérios.

- Não posso lhe trazer água, nem eu posso violar
as regras. Ela deu um passo à frente.

- Você já está violando as regras por
ficar aqui sozinho co­migo. Diga que alguém vomitou, que quer limpar
a sujeira.

- Eu chamaria um eunuco para fazer isso.