Fanfic: Amor Por Acaso - vondy s2

Dulce chegou em casa exausta, irritada e magoada. Havia dado quase tudo errado, e o pior é que sua mãe ainda deveria saber. Deitou o tronco do corpo na cama, de barriga para cima, levantou a blusa até os seios, que começavam a crescer mais e mais, e acariciou a barriga.

— Mal posso esperar para vê-la grande! — sorriu abobalhada.

— Dulce? — ouviu a voz grave de Lupe vindo através da porta à frente, Dulce tirou a atenção de antes para ela. 

— Sim, Lupe?

— Seu namorado está aqui. Ele disse que precisa muito conversar com você! — Dulce revirou os olhos e deu um suspiro longo e alto. Se levantou da cama. 

— Pode deixar ele subir e vir aqui!

— Sério? 

— Sim! — respondeu de mal gosto. Aguardou até que Giovanni entrasse em seu quarto, ela o mirou de cima à baixo, e então se virou novamente. — O que quer mesmo?

— Conversar?

— Sobre..?

— Não é obvio que é sobre a sua gravidez. — disse irônico. Dulce se virou com uma almofada que havia em cima de sua bancada e tacou em Giovanni. 

— Não use esse tom comigo, Giovanni! Sabe que pode morrer em qualquer momento!

— Hum. Certo, senhorita. Mas então, o chilique passou? Posso dizer o que preciso desabafar à você?

— Vamos ver então. Diga, estou escutando.. — esperou Dulce, mais que impaciente.

— Dul. Eu sei que o que estamos passando é muito conturbado, e é verdade, mas se estamos tão ruim na nossa relação, é porque não dá mais certo, e eu sei que você pensa a mesma coisa. Bom, somos muito jovens ainda, apenas dezoito e dezenove anos de idade, uma das piores idades para ambos serem pais tão cedo assim. Sei que o que vou dizer vai ser péssimo para você, mas está sendo para mim também, e é a verdade, não vou conseguir levar isto à diante, olhar para você depois do que irei dizer vai ser ruim, vou querer te abraçar e implorar o seu perdão, mas não, não posso fazer isso. Porque já será tarde para me arrepender, e para ser perdoado! — Dulce o acompanhava com os andares que ele fazia de um lado ao outro, estava nervoso e tenso, Dulce também, mas muito mais curiosa para saber o que ele confessaria. — Mas afinal é isto Dulce: Eu não posso assumir uma responsabilidade como essa, um filho é uma responsabilidade inacreditável, não vou conseguir assim. Não posso e eu não vou conseguir viver com vocês para o resto da minha vida, não vamos ser felizes assim. Não quero te fazer sofrer mais do que isso, então mesmo que seja ruim agora, é o melhor à se fazer, antes de acabarmos tendo nosso filho, nos casando e depois brigando. Eu te amei, mas não é a mesma coisa agora, não pense que isso aconteceu depois que descobri que você estava grávida, mas sim um pouco antes, quando acho que encontrei o verdadeiro amor da minha vida! E é isso. Vou confessar à todos que eu sou um covarde! Porque tenho medo de responsabilidades como esta, uma perfeita, como a de ser pai! — e se virou, saindo do quarto e fechando a porta. Dulce estava estática, chocada, surpresa, triste, furiosa, desapontada. Estava tomando um chute? E logo neste momento? Não. Isso não podia estar acontecendo! É o fim de tudo? Da relação? E o bebê? Ele não assumiria mesmo? Céus, estava tão acabada em pensamentos que não conseguia dizer nada, só pensar e pensar, nem ao menos chorar, berrar, ou quebrar tudo, estava acontecendo.

Sentiu as pernas tremerem, e correu para se deitar, se jogou na cama e agarrou o travesseiro, onde gritou com todas as suas forças. 

— Não vou olhar! Não vou olhar! — se impediria de ir até a janela do seu quarto olhá-lo indo embora, naquele carro, com aquele jeito. Cerrou os olhos com força. Droga!. Não suporta levar um chute, nunca havia levado algum, bom, talvez um, mas pensou que aquele seria o primeiro e último. Mas não, Giovanni tinha que deixá-la grávida. — E agora? — tirou o rosto da almofada, assustada. — O que vou fazer? Como vou criar o meu bebê sozinha? Ah, meu Deus! Não pode ser assim. Não. Não. Não! — gritou como se estivesse tendo um pesadelo horrível, quando se nega se entregar nele.