Fanfic: Amor Por Acaso - vondy s2

No outro dia a mesma coisa, Dulce até chegou à perguntar à Lupe se ela sabia de alguma coisa que envolvesse seus pais, mas a resposta foi não. Se aliviou, pelo menos Guardalupe nada sabia, e deveria continuar assim mesmo.

— Mãe, hoje você pode me levar no colégio? — perguntou a fitando como se nada houvesse acontecido. Blanca levou o olhar à Dulce e sorriu.

— Claro, filha. Afinal, seu pai não poderá pois hoje terá um grande e pesado dia na empresa. — Dulce e Roberto perceberam a indireta de Blanca, que só sorriu irônica para ele, que revirou os olhos. Dulce sentiu novamente o clima pesado e resolveu mudar de assunto.

— Ótimo! Então é melhor irmos andando, certo?!

— Claro! Ótima idéia, filha. — Blanca se levantou séria e fitando Roberto, que não se importava com a fúria que a mulher estava dele. Ele tinha seus motivos para ignorá-la totalmente.

Dulce não queria transparecer que estava magoada, e nem podia contar que ouviu atrás da porta, mas estava louca para saber de todos os detalhes, ela tinha o direito de saber que sua família estava desabando.

— Mãe. Posso te fazer uma pergunta? 

— Sim!

— Porque da separação? — nesse momento, num só movimento Blanca virou o carro e quase bateu em outro veículo, que buzinou. Dulce arregalou os olhos, se segurando. — Está louca? Quase nos faz bater! — gritou assustada.

— Me desculpe, filha! Está tudo bem?

— Sim! 

— O que quer saber mesmo?

— Porque da separação? 

— Quem lhe contou sobre isso? — perguntou sombria.

— Ninguém! Agora me responda.

— Não é tão simples!

— Ah, claro. Mas dizer ao meu pai que ele só pensa em trabalho é muito fácil, não é?! — gritou irritada. Blanca se virou rapidamente à Dulce, e pisou no freio com força. 

— Como é? O que me disse agora?

— O que você ouviu! E sabemos que você não está surda, então é melhor me dizer o que fez ao meu pai. Porque daquilo tudo, mãe?

— Eu não o agüento mais! Não o amo mais! Não quero continuar vivendo isso. Uma mentira! — disse fria. Dulce virou a cabeça.

— Eu entendo! Só acho que não devia ter sido tão rude com o Roberto! Você querendo ou não ele é meu pai. E não vou deixar você tratá-lo assim. 

— Não quero que se meta nisso, Dulce! É um assunto para adultos.

— Tenho dezoito anos. Sou maior de idade e por isso digo: Não se meta você com o meu pai! — disse devagar, mas arrogante.

— Tem vezes que nego que você é minha filha! Não parece, realmente! — disse amargurada.

— Não. Tem vezes que eu nego que sou sua filha! Porque não tenho esse sangue ruim. Nem essa capacidade de ser tão estúpida como você é! — Dulce pegou a bolsa e saiu do carro, batendo a porta com força. Blanca não a olhou, apenas deu a partida no carro e se foi, Dulce não olhou para trás, dando um ar de arrogante, localizou as amigas e passou por todos, sem mirar nenhum deles. Pois todos que estavam à frente do colégio presenciaram discussão de mãe e filha.

— Amor! — disse Giovanni chegando em Dulce. Eles se beijam e Dulce vira o rosto, mirando o jardim da escola. — Vamos dar uma volta antes da aula? Estou de carrão novo! — disse sorrindo convencido.

— Agora não dá! Preciso de um tempo comigo mesma. Desculpe. Agente se vê depois. — disse saindo andando, deixando Giovanni estático pois Dulce nunca havia sido assim tão.. fria. 

— Mas.. Dul! — gritou e correu até ela. — E depois do almoço, agente vai estar livre?

— Talvez! Eu te mando uma mensagem avisando! — e se foi, sem se importar com nada. Giovanni deu ombros e correu para seu carro, onde ficava se achando melhor que qualquer cara, usando sua large varsity jacket branca e azul escuro.

Dulce ficou trancada em uma das cabines do banheiro por alguns minutos, esperando apenas o sinal tocar e ela ir para a sala. Enquanto isso, deixava seu celular tocar, não estava afim de falar com ninguém. Estava sentada no vaso sanitário com a tampa para baixo, pensando, quando seu celular começa a vibrar, em sinal de que alguém estava lhe passando uma mensagem.

Esqueceu que tem amigas? Porque não está com agente? Aonde você está, Dul? Mai e eu estamos preocupadas, atende as nossas ligações. Por favor! Bjs, Ana.

Dulce por mais que não quisesse falar com ninguém, tinha que dizer as amigas que estava bem. Então esperou que Anahí ligasse à ela.

— Oi, Ana. 

— Aonde você está, Dul? Estou aflita!

— Calma. Eu estou aqui na escola, mas não vou dizer onde. Não quero que venham atrás de mim!

— Tudo bem, mas pelo menos diga onde você está. 

— Não! Só saber que estou bem basta. Tchau, Ana. — desligou o celular e encostou a cabeça na parede, onde permaneceu deixando algumas lágrimas caírem.