Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 47 – Inutilidades Inúteis

            — Continue... – sussurrei.

            — Fui para o hospital com uma dor insuportável no ventre... – abaixou a cabeça expondo todo sentimento que a lembrança trazia confortando o ventre entre as mãos.

As lagrimas começaram a correr outra vez me dando a certeza que algo mais profundo do que a dor física se encaixava naquela historia. E eu já sabia o que era e era doloroso pensar no que viria a seguir.

            — Nunca poderei conceber um filho Alfonso... Nunca!

Aquelas palavras tiveram tanto efeito em mim que cambaleei pra trás. Soltei-a, dei-lhe as costas e revi suas palavras. Imediatamente a cena do dia anterior me veio à mente:

FLASHBACK

            — E porque não se muda?

            — Não gosta daqui? – rebati sorrindo.

            — Não é isso... – apressou-se – Mas um apartamento não me parece o lugar certo pra...

            — ...se criar uma família? – cortei-a completando a frase.

Ela manteve-se calada. Sua expressão não se alterou. Desviou apertando o C no painel fechando as portas do elevador. Olhei-a tentando decifrar aquilo, esperando sua resposta.

            — Sim uma família! – confirmou.

O tom da sua voz revelava a carência, o senso de proteção que ela precisava e que eu estava disposto a lhe dar. Ela também queria uma família. A idéia tão superficial girou minha imaginação a mil por hora, me fazendo crer que num futuro encheria uma casa de filhos que ela me daria.  Nossos filhos.

FIM FLASHBACK

Estava totalmente errado. Os sinais que ela me dera foram causados por outro motivo. Meu deus! Sentei-me na beirada da cama e afundei o rosto nas mãos. Aquilo não podia ser verdade e eu não queria aceitar a confissão.

            — Poncho... – um linho da voz cortada e chorosa de Anahí alcançou meus ouvidos.

A noticia me pegara desprevenido, me dera um golpe tão forte que senti meu coração desmontar-se em vários pedaços.

            — Por deus o que você está me dizendo Anahí? – olhei-a indignado com a crueldade que lhe acontecera.

Não queria acreditar naquilo, mas quando seus olhos se apertaram e suas mãos afundaram-se sobre os cabelos as lagrimas correram mais forte por seu rosto. Ali estava a fragilidade de uma mulher que passara as piores emoções que um ser humano pode suportar.

            — Não me faça repetir o quanto eu sou inútil! – sussurrou as palavras em um maneio de cabeça.

Oh céus cortava-me inteiro vê-la mutilar-se com as próprias palavras.

            — Não, não! – alcancei-a sussurrando as palavras desesperado – Não diga nunca mais isso... – segurei seu rosto entre as mãos – Por favor aceite o que eu estou te propondo não quero que sofra mais.

Não quero ver a luz despregar-se de tão belos olhos, não quero ver a sombra que perpassa aquele rosto cada vez que ela chora. Só quero-a proteger, afastá-la... Fazê-la feliz.

            — Annie e-eu sinto muito! – enlacei-a em meus braços.

Deus como me sentia inútil. Não tinha palavras pra confortá-la, não tinha nada que pudesse fazer pra que a dor exposta em seus olhos passasse. Só poderia oferecer-lhe meu amor passado através daquele abraço.

            — Alfonso a culpa não é sua...

            — Mas eu sinto como se fosse... – mirei-a novamente sentindo-me impotente – Faça o tratamento por você... Por mim. Por favor.

            — Não... – empurrou-me com as mãos frágeis em meu peito – Prefiro morrer do que suportar isso outra vez!

            — Nada vai te acontecer... Eu juro que nada mais vai acontecer... – sussurrei as ultimas palavras.

Nem mais eu tinha certeza daquilo. E como poderia se a cada segundo ficava mais difícil, mas dolorido?

            — Me perdoa... Me perdoa... – murmurou.

Olhei-a. O perdão não cabia a mim dar-lhe. Afastei-me dela profundamente magoado, o coração dilacerado envolvido por correntes apertadas. Precisava de espaço... Sem ela. Alcancei a porta e sai batendo-a com força. Os corredores da casa pareciam totalmente frios sem sua presença. Perguntava-me se ela jogara-se na cama e chorara ou se estava arrumando suas coisas. Tinha certeza que ela pensaria naquela probabilidade. Ela poderia ponderar que eu era um estúpido no momento, que eu era um insensível, mas naquele instante não me importava, precisava pensar, esfriar a cabeça... Aceitar o que ela acabara de contar. E era impossível não fazê-lo e sentir sonhos se desmoronarem, soluções virarem pó. Senti-me incapaz como nunca antes. Nunca poderá gerar um filho... Nunca. Oh meu deus por quê? Afundei-me no sofá mais próximo e mergulhei meu rosto entre as mãos. Naquele momento de solidão fiz o que meu coração pedia... Chorar.

Viram como cada coisa liga a outra? =)

Rene: AHAHHA sou má neh? E você tem razão, acho que crianças atrapalham uma web quando não colocadas na hora certa...mas que nem eu disse la na A³len: As aparencias enganam =)