Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 48 – Rendições Culpadas

            — Me perdoa... Me perdoa... – murmurei.

Eu não queria decepcioná-lo, mas eu sabia que era isso que eu fazia ao relutar, mas a única coisa que eu podia fazer era pedir perdão. Perdão por ser complicada, por ser teimosa, pelos meus problemas por todas as burradas que eu arranjava. Olhei-o. Alfonso lançou-me uma expressão indecifrável, mas seus olhos enchiam-se de magoa, a amargura exposta no brilho incandescente. Respirei fundo, precisava ouvi-lo, precaver seus lábios moverem-se, mas eles se apertaram em uma linha fina e dura. Deu-me as costas e saiu batendo a porta com força. Não podia ser! Acabara com tudo, destruirá qualquer coisa que poderia haver entre nós. Meu corpo desfaleceu, minhas pernas tremeram e eu deslizei para o chão. Um soluço saiu repentinamente de minha garganta e o choro veio mais forte que nunca. Oh meu deus o que eu fiz? Afastei de mim a única pessoa que me deu uma chance, que me estendeu a mão e acreditou na pessoa que eu era.

Estúpida, inútil.

Senti nele o impacto quando o disse que não poderia ter filhos, eu já estava amortecida, mas absorvi com ele a dor que se espalhava do peito e tomava todo o corpo. Era uma insuficiência inexplicável que dava um novo sentido a palavra dor. Pra completar o show dera-o um grande final relutando um tratamento. Eu não o merecia...

Levei minhas mãos abraçando a mim própria, só poderia ter esse conforto agora. Só poderia chorar pela atitude idiota que eu tivera. Alfonso fora tão compreensivo e demonstrou tanto desapontamento que me perguntei se estava no lugar certo. E a resposta era não. Eu sabia que não. Levantei com raiva de mim mesma e agarrei minha mochila no mesmo canto em que a deixara mais cedo. Fechei-a socando tudo sem preocupar-me em esquecer algo. Queria sair dali e deixá-lo voltar a uma vida normal sem uma drogada empacando sua vida. Coloquei a mochila nas costas e parei frente à porta com uma incógnita em minha cabeça. Eu poderia viver sem sua presença? A resposta era mordaz: não. Alfonso era a única coisa boa em minha vida e sem ele o rastro de luz se apagaria. Eu precisava dos seus olhos pra enxergar, precisava do seu toque pra sentir e do seu sorriso pra me permitir ser feliz. Precisava dele e da sua proteção pra ser normal nem que seja por alguns minutos. Necessitava do seu abraço, dos seus beijos pra sentir-me mulher. Eu precisava mais que nunca, mostrar-lhe de que eu era capaz de mudar e se o sacrifício seria um tratamento eu o faria, por ele. Se aquele maldito tratamento o deixaria ao meu lado eu o faria por mais doloroso que o processo seria. Se Alfonso queria, eu deveria dar-lhe isso, eu o tinha em divida por tudo que ele fizera e trouxera a minha vida. Larguei a mochila e percebi que as lagrimas pararam como se a fonte secasse. Eu poderia pensar positivo por uma vez, acreditar que eu poderia mudar. E eu sei que digo isso por que estou isolado do mundo lá fora e quando encarasse os problemas tudo tomaria uma dimensão assustadora. Mas eu quero tentar... Por ele.

E se o tivesse ao meu lado tudo se tornaria mais fácil.

Corri até o banheiro e lavei meu rosto. Minha expressão chocou-se com o espelho emoldurando o inchaço, os olhos e o nariz avermelhados por conta da choradeira. Desimpedi o congestionamento nas ventas deixando o ar fluir melhor por meu corpo. Voltei ao quarto, passei pela porta caminhando pelos corredores escuros. Tentei ouvi-lo, procurei-o pelos cômodos abertos apenas pra dar-me tempo e acalmar minhas emoções. Cheguei ao maior cômodo do apartamento, imediatamente meus olhos correram pelo lugar. A mesa de jantar estava posta com um café da manha pra dois, senti-me idiota por estragar uma manha que tinha tudo pra ser tranqüila em seus braços. O segundo detalhe fora bater-me em um relógio e aquietar-me por ser apenas 08 horas. Em uma hora conseguira estragar dias. Em apenas uma hora. Talvez eu tivesse o dom de arranjar problemas, atrair coisas ruins, quando penso que tudo é um mar de rosas descubro que o caule tem vários espinhos. E quando retomo o foco dos meus olhos sentindo o aroma doce de Alfonso invadir-me, encontro-o cabisbaixo no sofá. Fizera uma entrada tão silenciosa que ele sequer me notara. Por Deus!

Pra quem lê After All, postei o capitulo, mas ta faltando uma imagem que eu não fiz ainda `-` Hpje a noite tem After =)