Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Ele tentou sorrir entre as lagrimas, mas o choro veio com mais intensidade obrigando-o a fechar os olhos.

            — Não sei se posso ser tudo que precisa... – falou com dificuldade – Me sinto tão incapaz... Por deus Annie... – olhou-me levando suas mãos ao meu rosto – O que fizeram com você... O que aquele... – cerrou os dentes travando as palavras – ...Oh eu só quero que fique bem... E que pudesse... – parou novamente encarando-me com sofreguidão.

Ter um filho? Construir uma família? Estar ao meu lado pra sempre? Essa seria a continuação? Porque naquele momento eu queria tanto essa resposta?

            — Poncho... – fiz uma pausa levantando-me e sentando-me ao seu lado.

Obriguei-o a virar-se pra mim. Tentei novamente afastar as lagrimas inutilmente.

            — Eu já disse que meu único desejo e que seja você, não preciso que me ofereça mais nada... – contornei-lhe as pálpebras molhadas – Você me aceitou como eu sou e o que eu consegui foi te decepcionar... – mirei-o percebendo a tristeza em seus olhos – E se eu vou aceitar esse tratamento e porque preciso provar que eu posso ser diferente e voltar a ser o que eu era...

            — Annie eu... – segurou meu rosto entre as mãos.

Silenciei-o com os dedos em seus lábios maneando a cabeça.

            — Eu sei Poncho...

Ele não precisava falar nada pra eu decifrar a promessa que saltava de seus olhos, da ternura do seu olhar, da sua expressão afetiva. Só queria que suas lágrimas cessassem definitivamente.

            — Pare de chorar... – tracei seu rosto de novo – Me odeio por saber que essas lagrimas são por minha culpa...

             — Desculpe por ser fraco... – sussurrou.

Seus olhos não deixaram os meus naquele momento. Compartilhamos algo quase inexplicável. Entendíamos-nos sem palavras, nos tocávamos apenas com os olhos. Sorri de leve ajeitando os cabelos em sua testa delineando seus traços. E depois daquele câmbio de energias trouxe-o finalmente para meus braços fazendo-o descansar a cabeça na curva do meu pescoço. Busquei apoio nas costas do sofá, acomodei-me e abracei-o com ternura acariciando-lhe os cabelos com uma mão e as costas com a outra. Alfonso pareceu render-se envolvendo minha cintura com as mãos num abraço apertado. Ficamos assim, em consenso de pensamentos e carinhos.

            — Você não é fraco... – sussurrei sentindo a necessidade daquilo – Só é um pouco chorão... – sorri tentando alegrá-lo.

Ele apenas assentiu devagar.

            — Talvez eu seja...

E não me importava afinal. Só queria estar ali com ele como estávamos, entrelaçados dividindo nada além da compreensão.