Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Mas era uma enfermeira... Christian de avental branco e chapeuzinho na cabeça não combinavam. Droga!

            — E o que acontecera exatamente? – perguntei depois dos devaneios dos meus ditados.

            — Tenho um amigo médico... Através dele consegui os remédios necessários para o procedimento... – pausou – Tudo que aconteceria em uma clinica acontecera contigo, mas não poderia te submeter a uma prisão emocional que é a reabilitação, nem mesmo suportaria ficar longe de você... – olhou-me sobre meu ombro – Me entende agora?

Assenti, mais uma vez, ignorando olhá-lo. Alfonso pensara em tudo, pensara no seu lado... Pensara no meu principalmente. Clínicas requeriam isolação e como ele me dissera tão pouco suportaria ficar longe dele.

            — O que acontecera comigo? Quanto tempo Poncho? – senti um fiapo de voz sair, apenas.

Ele elevou uma das mãos pela lateral do meu corpo até alcançar meu cabelo. Ajeito-os para um lado e descansou o queixo no ombro livre.

            — Não sei quanto tempo Annie... – falou calmo mais apreensivo – Depende muito de você, de como seu corpo vai reagir... – beijou-me a mandíbula de leve.

Fechei os olhos e deixei aquela caricia tramar a calma. Ficamos naquela posição pelo resto dos minutos na verdadeira forma de descansar. Tanto o corpo quanto a mente. Há tempos não conseguia simplesmente esvaziar os pensamentos e não ver nada a não ser o nada. Naquele momento eu conseguira, porque de certa forma aquela conversa acalmara alguns medos, algumas das perguntas foram respondidas e só me aguardava esperar pelo próximo dia. Apesar disso novas duvidas rodearam minha mente. Por exemplo... O que eu faria nesse tempo? Ficaria como uma imprestável? Seria a mesma coisa que ser internada. Pela primeira vez senti-me... Acomodada.

            — Poncho...

            — Hm?

            — Não quero me sentir uma inútil... Vou procurar algo pra fazer...

            — Não precisa Annie... – maneou a cabeça – Eu sabia que ia colocar isso em questão!

            — Então sabe também que eu não vou desistir não é?

Ele assentiu.

            — Pelo menos eu tentei fazê-la... – vi um meio sorriso em seus lábios – Trabalhara na Corporação Herrera, Maite precisa de uma assistente...

            — O que?

            — Isso mesmo que ouviu! Não a quero em outro lugar... Desse modo ficara sobre meus olhos...

            — Hey você não precisa me vigiar 24h por dia! – soltei-me dele virando-me para mirá-lo.

Seu rosto contorcia-se em um sorriso.

            — Eu sei que não...

            — E não quero um cargo na sua empresa porque você é o dono dela! – esbravejei com certa raiva.

Nem mesmo sabia de onde ela vinha, mas de repente senti a necessidade de defender-me.

            — Não fui eu que a contratei, foi Maite! – ele deu de ombros estendendo as mãos em forma de rendição.

            — Eu vou querer um salário justo ao que eu vou fazer, nada de acréscimos ou empurrãozinho... – impôs.

Ele assentiu sorrindo.

            — Birrenta! – disse ele enlaçando minha cintura puxando-me pra si novamente.

Encheu meu pescoço e rosto de beijos fazendo-me rir.

            — Você já tinha tudo planejado estúpido! – segurei seus braços com os meus tentando-me afastar das cócegas que seus lábios proporcionavam.

            — Meu ego foi afetado agora... – falou com irônico desapontamento.

Virei pra ele apertando-lhe as bochechas fazendo assim seus lábios formarem um biquinho.

            — Eu quis dizer um estúpido adorável... – sorri depositando um beijo em sua boca.