Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

— ...Não vamos a lugar nenhum! – cortei-o seria contrariando-o.

Seus olhos bateram com os meus, estava mais pálido que antes. Abri à primeira gase espalhando a água oxigenada. Precisava concentrar-me. Obriguei-o a retirar a mão do corte para que pudesse limpá-lo. Quando fiz contato com sua pele o liquido ardeu fazendo-o retrair-se. Segurei seu rosto firmemente e limpei-o com a outra contra sua vontade.

            — O que foi que ele lhe disse? – perguntou.

Ele vira, ele sempre sabia. Não era de se surpreender que na farmácia fora diferente, nem adoecido ele tirava os olhos de mim.

            — Poncho esqueça Christopher e suas ameaças tolas... – disse sem tirar os olhos do que fazia.

Uma vez limpa pude perceber que o corte não era profundo. Suspirei aliviada por não necessitar pontos, não que eu entendesse, mas era superficial.

            — Porque Juan? – perguntou impaciente – Pensei que estivesse morto!

            — Pare! – troquei a gaze suja por uma limpa – Ele está e trate Christopher como um!

Poncho rosnou segurando-me o punho pra que o desse atenção. Mirei-o tentando passar uma confiança que não sei se existia. Seus olhos me intrigavam, não sabia se era raiva, desconfiança ou apenas orgulho.

            — Pensou em me contar o resto?

O resto... Ele também percebera a droga que Christopher deixara em minha mão. Maneei a cabeça incerta.

            — Você já sabe... – abaixei a cabeça trocando a gaze outra vez e utilizando-me do gesto para não fitá-lo – Estou preocupada com você, não com ele e nem com nada a mais!

Alfonso suspirou contrariado desviando o olhar pra longe. Aproveitei sua brecha para terminar o curativo fechando-o com um bandaid sobre a linha superior a sobrancelha. Senti sua mão firme e grande repousar em meu joelho acarinhando o local com o polegar num gesto reconfortante.

            — Obrigado! – sussurrou olhando sua própria mão.

            — Se sente sóbrio pra dirigir? – perguntei afastando uma mecha dos cachos que caiam por sua testa.

Ele assentiu confortando sua mão a minha levando-a até seus lábios. Fez-nos levantar, mas sabia que ele sentia-se indisposto. Continuava pálido e aposto que a tontura não havia passado muito menos a dor perante o inchaço que sucedeu o local. Fora um golpe cruel e perigoso. Sentia-me tão preocupada por ele que não conseguia desviar os olhos do seu rosto atenta a qualquer sinal de fraqueza que ele pudesse demonstrar.

            — Sabe não foi uma concussão! – falou enquanto caminhávamos até o carro – Você já foi atropelada... Foi bem pior!

            — Você está pálido, estou preocupada! – disse apertando sua mão.

            — Foi uma queda de pressão pela pancada... – voltou seu olhar ao meu com um sorriso mínimo no canto dos lábios – Ficarei bem Anahí!

Tentei acreditar naquilo, mas a chance era quase nula. Alcançamos o carro. Tinha medo que ele tonteasse e perdesse o controle, por isso, pus-me a sua frente raptando as chaves de sua mão quando retirou-as do bolso.

            — O que está fazendo?

            — Você será a carona...

Ante sua expressão contrariada coloquei um dedo sobre seus lábios calando-o.

            — Aceite minha proposta ou vamos de taxi! – falei seria.

Ele era mais teimoso do que eu pensava. No fundo o birrento era ele, sabia que não queria demonstrar fraqueza, talvez as lágrimas deixaram-no mais orgulhoso. Tinha certeza que ele não faria mais aquilo, não na minha frente. Empurrei-o para o banco do carona, ele pestanejou, mas eu insisti até que ele descansasse no assento direito. Quando sentei-me ao volante respirei fundo vendo o cambio automático, resmunguei baixinho diante do empecilho.

            — Nunca dirigiu antes? – perguntou incrédulo.

            — Não o seu carro! – disse olhando o painel.

Alfonso suspirou.

            — Basta avançar uma marcha, nada mais.