Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Assenti. Sentia-me mais tranqüila sabendo que Alfonso aceitava minha proposta. Dei a partida e engatei a marcha, depois disso não tive dificuldades em conduzir o carro. Sentia-me estranha de certo modo por tê-lo imóvel ao meu lado. Sabia que ele me olhava o tempo todo me deixando nervosa, vez ou outra tentava olhá-lo e o que eu pude perceber era sua expressão seria e punhos cerrados.

            — Você podia relaxar... – disse tentando manter a voz segura – E não me olhe, fico nervosa... – acrescentei.

Ele desviou o olhar. Serio. A verdade e que esse encontro com Christopher parecia mexer mais com ele do que a mim. Uckermann era tão culpado quanto o mentor, não que Poncho soubesse, mas a raiva adquirida era do mesmo nível. Provocá-lo não ajudou em nada. Percebi-o olhando-me novamente, nesse momento o próximo sinal mudara para vermelho. Freei com excessiva força fazendo o carro balançar fazendo Alfonso segurar-se no apoio lateral.

            — Eu disse pra não me olhar... – justifiquei.

            — Não posso evitar, invertemos os papeis...

Realmente havíamos feito, mas só agora paro para pensar sobre. Estava tão preocupada com Alfonso que nem mesmo Christopher pregava meus pensamentos. Não me importei nem com a droga em meu bolso, só com ele. Gostava de cuidá-lo e sentia-me útil com isso, mas do que já me sentira vez anterior... Era como se deixasse minha fragilidade e demonstrasse que podia ser mais que uma drogada.... Olhei a frente pensativa.... Eram tantas coisas de uma só vez!

            — Quer parar em algum lugar? – perguntou ele um tanto cauteloso.

Voltei minha atenção a ele. Sabia o que ele queria dizer com a pergunta e agradeci-o por perguntar, não sei se teria forças suficientes para propor algo. Assenti de cabeça baixa, mas não tinha idéia que lugar escolher pra livrar-me da droga.

            — Vire a próxima a esquerda... – disse como se lesse meus pensamentos.

Assim o fiz, ao sinal verde acelerei calmamente virando em uma rua mais estreita e tão deserta quanto o resto da cidade. Em um domingo as pessoas pareciam enfurnar-se em suas casas apenas relaxando e tirando o estresse. Será que era isso que Poncho fazia quando não me conhecia? Dei-me conta que não sabia nada dele e ao mesmo tempo sabia tudo. Fora muito rápido. Aliás, tudo era rápido em minha vida e tinha medo que Alfonso passasse assim também... Não, não poderia permitir, ele era a única coisa boa em minha vida...

            — Pare aqui... – sobressaltei-me ao ouvir sua voz.

Estava tão distraída em meus pensamentos que aliviei-me por chegar ali a salvo. Respirei fundo observando o lugar, fora de noite, estava alterada, mas consegui reconhecer o espaço em que Poncho jogara a arma no dia que me resgatara pela ultima vez. Larguei o volante e deixei minhas mãos caírem sobre o colo sentindo meu corpo tenso.