Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Larguei o volante e deixei minhas mãos caírem sobre o colo sentindo meu corpo tenso.

            — Preciso fazer isso sozinha... – disse.

Ele assentiu devagar agarrando minha mão a sua. Levou-a aos lábios beijando-a demoradamente deixando os lábios quentes deslizarem por minha pele. Agradeci tanto por isso, era como um estimulo para prosseguir. Desci do carro enchendo-me de coragem, deixando que o vento me levasse até a beira da água. Podia imaginar a arma descansando lá no fundo, mas não conseguia ver a droga. Retirei o pequeno sache do bolso e estendi a palma para observar. Oh deus como podia destruir minha vida? Quantas vezes já tentara ignorar, fingir u não existe e decair em seguida? Apertei-a entre as mãos e busquei forças pra livrar-me. Sentia o sangue pulsar com mais força e minhas mãos começarem a suar progressivamente... Era tão difícil... Tão torturador... Tinha uma vontade imensa de prová-la, tê-la em meu sangue saciando aquela vontade absurda do vicio, oh precisava soltá-la...

            — Não precisa fazer isso sozinha meu bem... – sussurrou Alfonso em minhas costas – Estarei com você...

Me senti tão aliviada ao murmúrio de sua voz, tão proteticamente bem que meu corpo relaxou. Deixei que Alfonso colasse seu corpo ao meu e deslizasse seus braços buscando minhas mãos. A calmaria e a proteção foi quase instantânea. Com a firmeza e com a segurança que eu não tinha ele apanhou a droga e livrou-se dela jogando o conteúdo sobre a água. Respirei fundo fechando os olhos pra não ver a substância ser levada. Nem mesmo isso eu poderia fazer, pergunto-me o quão difícil será o tratamento e se conseguiria ao menos passar por ele. Virei-me quase desesperada para Alfonso buscando seu abraço. Apertei-o contra mim com toda força procurando aquela profundidade de sentimentos bons que ele exaltava. Abracei-o por ele estar bem, por eu não ter mais a droga e não sentir falta dela naquele momento... Abracei-o principalmente por estarmos ali... Juntos.

            — Vamos embora... – acariciou meus cabelos com leveza.

Assenti devagar tentando não desabar. Caminhamos até o carro e deixei que ele tomasse a direção dessa vez. Procurei observá-lo o caminho todo até o apartamento preocupada com seu estado. Via-o sereno, mas ainda muito pálido. Não demoramos muito pra chegar. Sai do carro e busquei logo a mão dele para subirmos. Estava fria... Tinha certeza que ainda não estava bem.

            — Não conseguiria carregá-la hoje... – comentou apertando o andar.

Sorri acariciando-lhe a palma da mão. Seria a primeira vez que subiria ao apartamento com os pés no chão.

            — Sempre tem a primeira vez... – mirei-o – Prometa que vai descansar...

Ele sorriu maneando a cabeça.

            — Estou parecendo você não é? – sorri de leve.

            — Sou mesmo assim tão preocupado? – assenti pensando quantas vezes ele cuidara de mim – Prometo me controlar...

            — Se fizesse isso não seria você! – brinquei observando seus lábios curvarem-se.

Assim que as portas do elevador se abriram e recebemos o aconchego do aparamento obriguei Poncho a sentar-se no sofá largo. Absolutamente ele precisava descansar mesmo se não quisesse.

            — Tire a camisa... está uma papa de sangue...

            — Não se preocupe eu pego outra... – fez menção de levantar-se.

Parei-o segurando-o pelos ombros.

            — Quando vai parar de ser teimoso? – esbravejei cruzando os braços sobre o colo.

Seus olhos bateram com os meus quase com espanto ou talvez um olhar culpado e temeroso. Talvez fora rude demais, nem mesmo eu era assim tão teimosa e eu sei que estava sendo chata, mas estava tão preocupada. Soltei os braços junto com o ar preso em meus pulmões, me aproximei dele colocando as mãos em seu rosto.

            — Por favor, me deixe cuidá-lo... – acariciei a lateral de seu rosto.

            — Já faz isso... – envolveu seus braços em minha cintura trazendo-me pra perto – Mas estou bem Annie, prometo!