Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 53 – Há Alguém Mais

Quando finalmente ficamos sozinhos Alfonso apresentava um semblante melhor, mais relaxado, apesar de que, o local da batida apresentasse o mesmo inchaço. Voltou-se pra mim quando o elevador se fechou. Deu-me seu sorriso torto e aproximou-se envolvendo seus braços a minha volta. Sem um porque e somente com um olhar sugestivo seus lábios tocaram os meus. Deixei-me render a maciez de sua boca contra a minha, movi minha língua calmamente sobre a sua posando minhas mãos em seu torso sentindo entre os dedos o calor que emaranhava sua pele.

            — Estou orgulhoso de você... – sussurrou afastando o rosto alguns milímetros para mirar-me.

            — E eu posso saber porque? – indaguei-o confusa.

Ele sorriu levando uma das mãos para tocar-me o rosto

— Foi corajosa ao falar com Maite...

Abaixei seu olhar instantaneamente, mas ele não permitiu que escondesse o rosto. Ele escutara tudo afinal. Voltei a olhar-lhe. Um sorriso bobo ainda brincava em seus lábios.

            — Escutou tudo! – afirmei.

            — Tudo – confirmou-o.

Tentei entendê-lo, tentei não pensar no que idiotamente eu confessara a Maite. Sentia meu rosto ruborizar-se, queria desviar aquele olhar chamejante que ele me lançava.

— Pare de me olhar assim... – sussurrei tentando desviar seu olhar.

Ele ignorou o pedido, ignorou meu desvio e manteve minha cabeça firme e rente com a dele, não deixando nenhuma opção a não ser encará-lo.

            — Quero escutá-la, quero ter a certeza de que não estava sonhando Annie... – murmurou.

Levei minhas mãos às dele, seu corpo ajustou-se mais ao meu e desviei seu olhar mais uma vez.

            — Foi suficientemente difícil admitir pra mim mesma... – respondi-o.

            — Por isso acha que será se fizê-lo a mim?

Assenti deslizando minhas mãos pelas deles tentando não mirá-lo. Sentia-me zonza, chegava a sentir minhas mãos tremerem. Poncho certamente percebera, mirou-me numa ultima tentativa e soltou meu rosto para acolher-me num abraço apertado. Era idiota, tinha certeza que era um medo sem mínima noção, mas as palavras simplesmente não saiam da minha boca. Minha língua parecia travar, meus sentidos se perdiam quando mirava-o. Precisava de tempo pra assimilar, saber se aquilo era realmente verdade e quando estivesse certa, ai sim, mirá-lo e dizê-lo com sinceridade.

            — Desculpe... – sussurrei.

Alfonso riu-se enquanto acariciava-me os cabelos.

            — Não importa... Palavras não iram mudar o que vejo em seus olhos... – voltou a mirar-me com um sorriso.

Tentei sorrir-lhe, mas a situação era diferente no meu caso. E além do mais... Como resistir aquela voz suave sussurrado-se em minha pele? Como não comover-me por suas palavras, por saber que ele me conhecia como ninguém mais?

— Ansiosa para o amanhã? – perguntou ele parando meus pensamentos.

            — Depende o ponto de vista... – sorri de canto baixando, mais uma vez o olhar.

Estava difícil mirá-lo naquele momento.

            — Estarei com você, não tem com o que se preocupar.

            — Estará mesmo?

Poncho vacilou e um tremor passou por meu corpo.

            — Poncho...

Com delicadeza ele me puxou até o sofá, fez-me sentar a sua frente mantendo sua expressão seria.

— Vou viajar... – falou direto deixando-me sem reação.

            — Quando? – sussurrei temerosa.

Calidamente ele segurou meu rosto entre suas mãos, contornando-me as maças da minha face.

            — Vou depois de ter a certeza que ficara bem sem mim...

Meus olhos baixaram-se. Meu semblante modificou-se a tristeza. O que poderia ser aquele tratamento sem ele?

            — Você... Oh Poncho!

Levantando meu rosto fui obrigada a encará-lo. Via um brilho confiante em seus olhos e lutava contra sombras desconhecidas pra não derramar-me em lagrimas.

            — Depois que essa semana passar você devera ter se adaptado ao tratamento, durante as próximas semanas me ausentarei, mas isso não quer dizer que algo vai mudar.

            — Como não vai mudar? – disse mais firme – Você não vai estar... – retrai suas mãos e levantei.

Precisava respirar.

            — Ouça... – tentou acercar-se, mas afastei-me – Quero que se torne independente, quero que esteja segura de si quando eu não estiver...

            — Tenho medo... – retruquei-o – Você mais do que ninguém sabe que... – parei policiando-me.

Droga! Ele tinha razão por mais que eu quisesse argumentar. Dependeria dele o resto da vida pra parar de cometer erros? Acho que não, era orgulhosa demais pra isso. Eu queria e gostava da minha liberdade por mais que ela trouxe-me problemas. Talvez... Talvez tivesse sido... Não. Dei as costas a Poncho. Era difícil encará-lo e não expor-me.

            — Eu preciso pensar... – sussurrei sobre o ombro.

Rumei para as escadas que davam a cobertura. Ar fresco me faria bem. Precisava pensar, colocar os pensamentos no lugar e aceitar a idéia de não vê-lo durante algum tempo.