Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 13 – Memória Apagada

Um feixe de luz batia em meus olhos incomodando-me. Amaldiçoei o insano silenciosamente que fizera aquilo. Tentei virar-me para o outro lado da superfície acolchoada, mas senti meu corpo pesado. Minhas pernas pareceram não querer responder. Abri meus olhos devagar, estavam doloridos, obriguei-me a fechá-los novamente. Levei minhas mãos à cabeça, pareciam toras pesadas. Que droga o que aconteceu? Esforcei-me para levantar. Minha cabeça pareceu explodir no movimento, mas não deitei. Permaneci sentada com as mãos envolvendo a cabeça. Definitivamente estava mal, muito mal.

            — Que droga! – resmunguei.

Finalmente abri meus olhos. A luz que atiçava meus olhos era do próprio sol que brilhava lá fora. O que me fez fazer uma pergunta básica: Onde eu estava?

Essa foi fácil. Reconheci o porta retrato sobre o bidê ao lado da cama. Era Christian com sua mãe nos tempos em que estudávamos juntos. Logo do lado um bilhete colado com uma única tira de fita cintilante me chamou a atenção. Peguei-o com as mãos preguiçosas e forcei a visão para lê-lo.

Anahí

Espero que esteja bem,

Dulce ira vê-la pela tarde. Cuide-se!

A caligrafia era desenhada em traços suaves. Reli o papel várias vezes tentando reconhecer quem escrevera. O que me leva a segunda pergunta: Quem me trouxera até ali? Ficou obvio que não viera sozinha, não deixaria um papel há mim mesma. E aliás, essas linhas não se comparavam aos meus garranchos. O que me faz pensar na terceira e mais importante pergunta: O que aconteceu? Não me lembrar certamente era um efeito colateral de qualquer coisa que havia ingerido. Droga! Odiava não poder lembrar-me do que fiz. Normalmente isso não acontece, não deixo chegar a esse ponto frequentemente. Olhei meu corpo e percebi que vestia a mesma roupa que estava ontem, pelo menos isso eu me lembrava, o que pode significar que mais tarde eu recorde o que aconteceu. Ao começar a pensar se tomaria um banho ou me jogava de novo na cama a campainha soou. Congelei olhando a porta do quarto encostada. Mais um toque. Então me toquei: Dulce irá vê-la... O que significa que já era de tarde, e sabe-se lá que horas. Esforcei-me tremendamente pra me erguer da cama, cambaleei pro lado apoiando-me na parede. Estava realmente mal. Além da minha cabeça parecer um bloco gigante de concreto me sentia enjoada e pelo que me consta desde o dia anterior não coloco nada no estomago. A campainha soou mais uma vez irritando meus ouvidos e fazendo a dor na minha cabeça latejar. Mais uma vez...

            — Já vou CARAJO! – disse quando abri a porta apoiando-me na mesma.

Dulce olhou-me com uma careta assustada. Ficou imóvel me olhando como seu eu fosse um fantasma.

            — Vai ficar me olhando como alma penada ou vai entrar merda! – resmunguei colocando a mão sobre a cabeça num ato de acalmar a dor.

            — Você está bem? – perguntou quando entrou.

Fechei a porta com cuidado para não afetar meus neurônios doloridos. Aproximei-me do sofá sem ao menos convidar Dulce e joguei-me sobre ele recostando a cabeça pra trás.

            — Pareço bem?

            — Trouxe comida – disse colocando uma sacola sobre a mesa de centro – E trouxe também um bom sermão pra enfiar nessa sua cabeça!

Olhei-a de solário parada a minha frente com as mãos na cintura, típico de comportamento de mãe, se ela pensava que estava disposta a ouvir o que ela tinha pra falar que tirasse o cavalo vermelho da chuva.

            — Não quero comer e muito menos quero seu sermão.

Dulce bufou, ou seja, ela ia começar.

            — Se você está com essa cara de defunto vivo a culpa é sua. Quantas vezes...

            — ...eu preciso falar pra você não tomar essas porcarias – completei sua frase típica – Eh eh já sei, não precisa me lembrar de nada disso.

            — Talvez queira me agradecer por não ter desistido de você! Essas suas burradas só te metem em encrenca garota!

Joguei meu corpo à frente e enterrei as mãos na cabeça. A dor estava quase insuportável e sequer consegui manter os olhos abertos. Preciso de um banho. Isso, e bem quente. Levantei-me com dificuldade forçando minhas pernas ficarem em pé.

            — Onde você vai? – me perguntou de pronto.

            — Tomar um banho, que é agora não posso fazer isso também?! – explodi com ela virando as costas.

Segui pro banheiro sem ouvir seus resmungos. Tranquei a porta e no mesmo momento abaixei-me sobre o vaso e meu estomago revirou. Vomitei qualquer coisa que seja que tinha em meu estomago, deveriam ser as tripas porque comida não era. Fiquei alguns minutos recobrando as forças e levantei-me apoiando as mãos na pia. Olhei o espelho surrado a frente e vi minha imagem escrota no reflexo. Meus olhos azuis tinham contornos vermelhos e estavam inchados com marcas praticamente pretas em volta. Meu lábios nunca estiveram tão rachados e cansados, mas sentia-os leves ao mesmo tempo. Toquei-os com as pontas dos dedos contornando a parte inferior, um flash sobressaltou minha mente, um flash de... Era loucura! Livrei-me das roupas e entrei no chuveiro. A agua escorreu por minha cabeça e pareceu levar uma mínima linha da tensão de todo o corpo. Demorei-me lá dentro tempo suficiente pra que Dulce bate-se em minha porta preocupada. Fechei o registro e enrolei-me em uma toalha encontrada sobre várias outras. Abri a porta soltando o vapor para o pequeno corredor e dei de cara com Dulce.

            — Você não devia estar trabalhando? – perguntei procurando minha mochila.

            — Hoje é meu dia de folga se não se lembra.

            — Não não lembro! – respondi um pouco grossa.

Catei roupas limpas na mochila e segui em direção ao quarto. Troquei-me rapidamente penteando os cabelos de qualquer jeito sem paciência para mais.

            — Fiz algo pra você comer – disse ela irradiando pela porta com o tom meigo – Deve estar com fome!

Olhei-a dando-me conta da pessoa diante de mim. Nossa, era Dulce Anahí sua amiga que te ajudara tantas vezes e você fica reprimindo suas magoas descontando a raiva pra cima dela.

            — Agora estou – disse baixo.

Dulce lançou-me um olhar ansioso e sorriu. Contagiou-me fazendo-me acanhar um também.

            — Vem sua reinenta – estendeu os braços – São lanches, mas vai encher matar sua fome.

Fui até ela e juntas fomos a pequena cozinha. Em meio às conversas e suas perguntas expliquei como fora parar na casa de Christian. Recebi uma cara feia dela ao saber que procurara ele e não ela.

            — Você sabe o porquê! – justifiquei dando a ultima mordida no meu sanduíche de hambúrguer – Não daria certo.

            — Porque você não consegue largar essa droga de vicio! – rosnou.

 Já sabia o que viria por ali. Levantei-me de cara feia e fui a geladeira em busca de uma cerveja. Peguei-a em minha mão mas Dulce foi mais rápida retirando-a em seguida e fechando a geladeira.

            — Nada de álcool Anahí! – disse usando seu corpo de escudo pra que não invadisse a geladeira – Você quer desmaiar é isso? Está mais branca que alma penada!

Nisso ela tinha razão, apesar de ter enchido meu mínimo estomago sentia-me fraca ainda, e foi por esse motivo que virei às costas indo para sala, porque nem se quisesse minhas forças permitiriam tira-la da minha frente. Eu era magra, tinha um corpo delineado e os seios médios pra uma altura regular. Não era de se jogar fora, mas não tinha força. Dulce podia intimidar se quisesse.

            — Você devia parar de regular minha vida! – disse jogando-me no sofá de novo.

            — Parar? – disse sentando ao meu lado em posição de índio – Se não fosse eu ontem você estaria se lamentando do que aconteceu!

Olhei-a desconfiada sentando-me de frente pra ela.

            — O que quer dizer com isso?

Dulce olhou-me como se não acreditasse.

            — Você ta brincando neh?

            — O que aconteceu Dulce?

Será que Anahí vai se lembrar?