Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 59 – Gênio Adormecido

Assim que recebi o sinal de Victor larguei os papeis que inutilmente tentava concentrar-me. Levantei-me apressado e peguei o elevador dando-me de cara com Maite.

            — Posso saber a pressa? Preciso falar com você!

            — Agora não Mai, dessa comigo... – sorri ansioso apertando o trigésimo sétimo andar.

Naquele momento me sentia eufórico, agitado e muito nervoso. Deixei que o sorriso brotasse em meu rosto e brincasse com a ponta de satisfação que começava a irradiar meu corpo.

            — Mas o que...?

            — Anahí!

            — O que há com Anahí? – perguntou confusa.

            — Victor conseguiu deixá-la no estúdio... – olhei seu reflexo vendo o entendimento surgir-se a sua expressão.

Com um pulinho da mais pura ansiedade ela supostamente esqueceu qualquer coisa que tinha pra resolver comigo e deixou-se levar pelo mesmo mal que me afetava.

            — Se ela conseguir terminar o vestido e deixá-lo tão perfeito quanto aqueles desenhos... – suspirou pensativa – Hain Poncho! – pulou em meu pescoço abraçando-me.

Girei-a em meus braços feliz. Se tudo desse como havia planejado Anahí poderia ter uma nova força a se agarrar, ao dom que, descobri ser real.

            — Sei que tudo é maravilhoso, mas não sabemos como vai acontecer... – larguei-a para mirá-la mais serio – Não quero que em hipótese alguma conte a ela sobre os desenhos...

            —Poncho... Pelo menos você deveria contá-la!

            — E farei depois de ter a certeza que ela se sairá bem! – concitei a resposta.

Ela assentiu prontamente. Maite não discutia minhas decisões e agradecia a deus por isso. Ela podia ser teimosa quando queria.

As portas do elevador abriram-se, saímos pelo corredor atraindo olhares comuns e irritantes das pessoas que ali trabalhavam. Encontrei Victor andando de um lado pra outro na sala que predestinei às duas mulheres da minha vida. Segui apressado abrindo a porta e assustando-o com a pressa.

            — Onde?

            — Meu estúdio... – falou saindo a minha frente tão ansioso quanto nós.

Segui-o, Maite veio atrás de expectadora assim como as cabeças curiosas que viravam-se a nós. Fomos cautelosos ao aproximar-nos da sala rodeada por paredes de vidro. Vi-a imediatamente de costas, os cachos claros caindo sobre as costas esguias e eretas. Parecia concentrada, mirei Victor olhando-a com curiosidade. Mantemos silencio e passamos apenas a observá-la. Obviamente não tinha consciência da nossa presença ali, do contrario, imaginava, ela estaria perdida naquele mar de meditação. Sua cabeça inclinava-se levemente sobre o quadro de desenho, uma das mãos apoiava-se esticada em L dando-a apoio enquanto a outra traçava cuidadosamente traços leves e precisos. Senti-a segura de si, confiante. Ela sabia o que fazia e parecia perder-se naquele momento. Os movimentos ágeis e sucintos que ela aplicava formavam cada vez mais uma verdadeira arte. Tudo parecia fluir, desaguar como uma cachoeira natural. Tinha certeza que aquela mulher que eu observava era a verdadeira Anahí.

            — Oh deus Alfonso! – Victor gemeu ao meu lado – É precioso!

Sorri a mim mesmo sem desviar os olhos dela. Uma vez acabado seu trabalho permaneceu imóvel observando a amplificação do vestido a sua frente. Suspirou elevando e relaxando os ombros, distraída em seu momento girou levemente a cadeira. Foi quando ela percebeu o que estava a sua volta. Seu rosto tencionou-se, Victor entrou na sala e pôs-se a observar o vestido soltando leves surros de satisfação enquanto Maite sorria radiante pondo-se ao seu lado. Eu? Eu permaneci ali com um sorriso orgulhoso no canto dos lábios. Anahí observou-me trocando atenção com as perguntas insistentes de Victor e os espasmos de exaltação de Maite. Tinha consciência que as pessoas as minhas costas tentavam trabalhar mantendo um olho em nossa direção. Não poderia demonstra-lhe afeto, não poderia beijá-la como gostaria naquele momento, mas minha maior vitoria foi ver o sorriso dela. Tímido e pequeno, quase indecifrável, mas era satisfeito. Acenei-lhe levemente com a cabeça e deixei aquele local, queria que ela aproveitasse seu momento de triunfo, queria que ela se desse conta que era só dela, por méritos próprios. Sem droga, sem medo.