Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

— Mal dia... querida?

Olhei a porta em que Evy se encostara. Uma risadinha sarcástica tomou seus lábios. Ignorei-a e procurei nas gavetas algo que pudesse limpar a mesa. Encontrei um pano, não muito grande, mas suficientemente bom para concertar o estrago. Tentei concentrar-me na mesa, mas Evy e seu mexer de dedos nos cachos morenos tirava minha atenção.

            — Poderia dar-me privacidade? – pedi sem ergue-lhe o olhar.

Evy deu um passo a frente soltando mais um risinho.

            — Esse deveria ser seu trabalho... – apoiou-se na mesa.

Encarei-a firme.

            — Limpar mesas! – sorriu de canto irônica.

Seus olhos por um momento me encararam, no segundo seguinte desceram ao papel creme que provocara todo o estrago. Sorriu mais ainda, deu-me as costas e saiu. Rapidamente peguei o bilhete e amassei-o guardando-o sobre o bolso do terninho que usava.  Minha respiração ficou irregular de repente, joguei-me na cadeira e respirei fundo. Tinha ela algo haver com aquilo? Oh deus ela não podia saber da minha situação. Acabaria com tudo e...

            — Não me diga que Evy estava enchendo seu saco de novo?

Quando Maite entrou na sala com seu sorriso angelical fiz um esforço total para manter o controle. Deslizando como uma pluma em seus saltos altos ela se aproximou abraçando-me. Encontrei conforto afetivo e um alivio em ver seu rosto depois de uma semana.

            — Evy nunca vai parar de me aporrinhar!

            — O que ela tem é inveja... – colocou sua bolsa em sua mesa e caiu o olhar sobre as rosas – Oh que lindas! – exclamou deliciando-se com o cheiro – Alfonso é mesmo encantador!  

Sorri desanuviando um pouco aquele momento.

            — A sala estaria cheirando a flores se não sentisse o café! – ela se voltou a mim com uma careta feliz.

Tirou um pano da própria gaveta e ajudou-me a limpar os vestígios.

            — Obrigada Mai! – agradeci-lhe quando terminamos – Teria terminado antes se Evy não caísse em minha frente todo o tempo.

Voltando-se para a própria mesa Maite suspirou. Estava bela como sempre, os olhos destacados em preto e um ar cansado depois de uma longa viajem.

            — Acho que o que lhe falta é carinho... – deu de ombros – Não é pra menos que é tão arrogante. Pai e mãe esnobes um irmão rebelado!

            — Não sabia que tinha irmãos... – concentrei-me em separar os desenhos sobre a mesa.

            — É só um na verdade... – deu de ombros ligando seu laptop – Acho que é Christopher o nome dele...

O maço de papéis que estava em minha mão desabou no momento que ela mencionou o nome. Meu corpo gelou instantaneamente. Tinha que ser uma coincidência.

            — Annie você está bem? – Maite perguntou arqueando sua sobrancelha delineada – Você está pálida!

Mais uma vez esforcei-me para controlar-me. Oh deus!

            — Eu... Sim estou! – fiz uma pausa nervosa – É só que... Oh não dormi muito bem hoje!

Ela sorriu compreensiva.

            — Está explicado então... – disse dando um risinho voltando atenção a tela.

Naquele momento estava interessada em outra coisa e não poderia remediar ao perguntar-lhe.

            — Mai... – ajeitei minha voz para um tom despreocupado – Como é o sobrenome da Evy? – mirei-a atenta.

Tentei não transpassar ansiedade nos olhos e regorjeei forças pra não sofrer uma reação alterada caso a resposta fosse fatídica. Quando Mai abriu a boca sem tirar a atenção do que fazia segurei a respiração e meu coração pulsou mais rápido.

            — É Uckermann, Evy Uckermann!

Agora eu tinha certeza. Sim, meu prazo acabara e lembrava bem a ameaça e quem estava por trás do bilhete. Oh deus o que faria?!