Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 65 – Ao Longo de Stanville

Depois de três dias viajando sentia-me exausto. Fizera duas paradas para um sono rápido e reabastecer as energias. Quando entrei na cidade pequena parecia que horas me separavam da capital. Parei em uma conveniência atrás de um energético. Eram oito horas da manhã de mais um dia ensolarado na pequena vila. Já não me dava conta o quanto daquele lugar trazia-me lembranças da infância. Quando voltei ao carro e continuei o caminho desviei tudo aquilo para não sofrer aquelas emoções. Não queria sentir-me vulnerável naquele momento. Só queria alcançar Stanville o mais rápido possível e buscar o que procurava. O quanto antes aquilo acontecesse mais rápido poderia voltar para Anahí. Passara-se três dias sem vê-la ou ouvi-la. Não podia ter noticias dela e aquilo me deixava agoniado. Tirei o celular do bolso por impulso. Sem sinal e só o alcançaria em Stanville. Continuei meu caminho pelas estradas íngremes. Em uma hora estaria no meu destino. Pensara muito no que fazer nesse tempo sozinho. Criara escapatórias pra tudo, vira os contras, regorjeara o melhor caminho. Não teve um minuto sequer que não pensara nela. Queria saber o que ela fazia, como estava as doses do tratamento, se ela estava bem. Queria falar com Christian e saber se houve problemas, se nossas investigações tomavam o rumo que eu desejava. Queria voltar desesperadamente e amar Anahí, tê-la em meus braços e dali não sair nunca mais. Ponderei tudo que passaria naquelas semanas, mas não pensara que a saudade fosse tão profunda. Chocara-me a intensidade daquele sentimento que me perfurava o peito. Acelerei o carro colocando-o na máxima potencia, quanto antes, melhor. Em pouco já via a entrada principal, o enorme argolo que cravava os dizeres “Stanville”. Senti-me em casa ao cruzar o portal e ver a enorme casa ao fundo. O rústico refúgio trazia-me paz. Ver a piscina brilhante ao sol, voltar a ver os cavalos pastarem, ver o campo aberto e o emaranhado de flores. Estacionei o carro silenciosamente sem fazer muito alarde a minha presença. Estiquei-me olhando ao redor sem me dar conta de como tudo ali tinha mudado. Parecia mais vivo, as flores eram mais vibrantes, a casa em si parecia mais aconchegante. Mirei a entrada principal disposto e vi a imagem cansada do que viera procurar. A imagem alta estava imóvel olhando em minha direção dando-me a certeza que me esperava e observava-me desde que saíra do carro.

            — Não deveria estar aqui fora... – comentei sorrindo.

Ela me contemplou tímida. Seus olhos baixaram-se e eu sabia que ela iria chorar. Aproximei-me e confortei-a em meus braços.

            — Oh Alfonso! – sussurrou cálida – É tão bom vê-lo aqui!

Soltei-me de seu abraço para voltar a mirá-la. Seus traços joviais traziam-me conforto. Os cabelos morenos eram tão longos como os da foto, os olhos tão escuros quanto os que eu já conhecia tão bem.

            — É bom vê-la melhor! – sorri-lhe segurando suas mãos entre as minhas – Tenho muitas coisas pra lhe contar!

Ela assentiu ansiosa.

            — É minha filha? Trouxe-a junto...? – olhou por cima dos meus ombros a ver se saia mais alguém do carro – Oh sinto tanto sua falta! – lamentou-se levando as mãos à boca ao constatar que viera sozinho.

Via-a tudo passar em seus olhos. O soluço contido, às lagrimas que escorriam em cascata demonstrando toda aquela emoção.

            — Eu não sei... – lamentei – Desculpe, mas eu não tenho noticias dela!

Ela lançou-me um sorriso consentido.

            — Não se preocupe... – controlou-se – Vamos entrar, tem alguém que está ansiosa por vê-lo! – sorriu entre as lagrimas.

Segui-a pela soleira do hall imaginando o tanto de problemas que tinha que resolver. E por algum motivo não conseguia tirar Anahí da cabeça. Temia que algo tivera-lhe acontecido.