Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 69 – Rendida Ao Vicio

O que faria agora? Pra onde iria? Penso que mais cedo ou mais tarde a resposta se tornaria obvia. Caminhei pelas ruas, por ironia o tempo começava a se fechar, o céu cinzento, a falta de pessoas caminhando pela rua. Coloquei o mesmo casaco de moletom com que sonhara. A mesma sensação, o mesmo tremor se apossava de mim. Deveria encarar logo os fatos, deveria enfrentar Leon de uma vez por todas, de uma maneira deveria pagar-lhe a divida, livrar-me dele e depois disso, quem sabe, começar uma nova vida. Poderia escapar, sei que seria covarde e nem mesmo tinha dinheiro ou um plano pra isso. Embora eu soubesse que não resolveria. Ele me acharia. Suspirei lembrando-me do bilhete. Será que finalmente saberia onde minha mãe estava? Esse era o único pensamento afinal que me fazia procurá-lo... Senti as gotas de chuva começarem a cair. Protegi a cabeça com a toca do casaco e corri até um beco para proteger-me. Sentei sobre um esconderijo e ali ficaria até decidir se procuraria Leon ou não. Afinal não tinha outro lugar a ir. Se procurasse o apartamento de Christian já sabia o que iria acontecer, se voltasse ao subúrbio certamente me encontrariam. Minha saída era vagar até que encontrasse um lugar para ficar. Até que a noite chegasse e meu tempo literalmente estivesse esgotado. Era difícil falar em esgotamento e não pensar no meu próprio limite. Era injusto comigo não ter paz, não poder viver como queria. Diretamente refleti sobre tudo. Desde o momento que encontrara Alfonso. A ilha. Os beijos, as caricias. Christopher, Leon, minha mãe... Eram tantos mistérios, tantos problemas e não podia decifrar nenhum deles. Era um casulo de mentiras jogados de ambos os lados. Quando teria paz? Fechei os olhos inspirando o ar gelado. Abracei minha mochila espantando o frio que chegava a minha pele. “Você esta grávida”. A voz maliciosa de Evy ecoou em minha mente. Apenas naquele momento me dera conta do real sentido daquela frase. Não poderia estar, não? Oh droga! Alfonso e eu nunca usamos proteção quando fizemos amor. Em nenhum momento pensamos em contornar esse fato, acontecia tão facilmente, era tão intenso que não pensávamos nas conseqüências. Céus o que faria se fosse realmente verdade? Eu não, eu não conseguiria, eu não queria aquilo, mas ao mesmo tempo seria capaz de ignorar um... filho? Larguei a mochila e mirei meu próprio ventre. Acariciei-o imaginando um bebê, um pedaço de Alfonso em mim. Senti as lágrimas escorrerem por meu rosto e a ilusão e o poder que aquela informação tinha. Os enjôos, o mal estar constante e a fome redobrada, os sintomas podiam ser claros, mas e o tratamento? Podia ser único efeito das doses. Tinha que ser. Precisava descobrir o quanto antes se aquilo era verdade, compraria um teste, faria-o e veria que tudo era paranóia. Céus! Enterrei o rosto nas mãos e chorei. Era sufocante não poder controlar, dar rumo a minha própria vida. Estava perdida, não sabia o que fazer ou o que esperar. Voltaria ao ponto inicial em que o “Mentor” tomava conta de minha vida, tomava as decisões e eu vivia livre de preocupações maiores. Oh céus como me doía pensar isso. Querendo ou não ele me tinha em mãos pelas informações que guardava a meu respeito. E agora chegara a hora de enfrentá-las. Peguei a mochila novamente. Retirei dela o cartão de Leon, retirei o sache que ele presenteara ironicamente. No fundo não poderia evitar aquilo. Precisava de droga. Depois de tanto tempo tinha-a em mãos e nada a minha volta poderia impedir-me de consumi-la. Dei-me conta que necessitava daquilo, que sentia falta do aroma suave que o pó trazia-me. Abri-o, espalhei-o sobre a mão e deliciei-me com o aroma. Quando traguei e o cheiro invadiu meus pulmões uma sensação de liberdade espalhou-se por meu corpo. Arqueei a cabeça deixando aquele efeito envolver-me por inteira, preenchendo cada veia e sorvendo cada preciso pulsar. Percebi porque as drogas entraram no meu mundo, justamente por trazer-me aquela sensação. Esquecia de tudo, sentia-me nas nuvens. Inalei o pó, como nos velhos tempos, como por tantas vezes necessitei. Era daquilo que eu precisava e era aquilo que regava minha vida. Eu não podia mudar, era uma ilusão sair daquele mundo.