Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]
Apoiei-me sobre a mão sentindo o cotovelo arder, abracei-me a menina com força tentando passar-lhe calma. Precisava de um ponto de fuga, mas como o faria?
— O que viemos fazer aqui? – olhei a volta vendo todas as janelas fechadas e pregadas com tabuas.
Uckermann trancou a porta.
— Não pergunte, levante-se e leve a garota pra cima! – rugiu.
Tive um momento de vertigem, olhei de Ana a Christopher encontrando apenas o preto. Quando voltei a estabilizar-me Ucker já agarrara meu braço mais uma vez levava-nos acima. Dizia algo que não conseguia decifrar, meus ouvidos pareceram fechar-se para sua voz, entendia o choro de Ana Paula e nada mais. Por um momento a tontura energizou-se, no outro momento estava jogada sobre a cama e Ana não estava mais comigo. Tentei focar o olhar em algo, mas minha cabeça girava sem contexto. Compreendi Christopher pegar meu braço, um segundo depois a agulha comprida penetrar minha pele.
— Ana! – gritei as cegas sentindo-me a ponto de desmaiar – O que é isso?! – suspirei tentando recuperar as forças.
— Tititi me tira daqui!
Os gritos da criança me desviaram. Ele a trancara em algum lugar e a pequena batia contra a porta em uma inútil tentativa de escapar. Meu corpo reagia quase instantaneamente a substancia desconhecida que agora corria por meu organismo.
— Solte-a desgraçado! – rosnei apoiando-me com as mãos sobre o colchão – O que fez comigo!? – gritei.
Tentei a todo custo parar aquela sensação de moleza, aquele efeito de dormência que começava dos dedos dos pés até o ultimo fio de cabelo. Era droga instantânea.
— Gosta Anahí? – Christopher indagou com um riso satisfeito – Chamam essa substancia de “Anestesia da Neve”. – aproximou-se de mim – Você a toma, não consegue relaxar e aproveita toda a dor que ela te causa depois de penetrar seu corpo ao máximo!
Tentei escutá-lo, tentei recobrar as forças que iam sumindo, mas tornava-se quase impossível.
— É claro que você sobrevive à primeira dose... – riu – Se tiver sorte, mas se não tiver... – estalou a língua em negatividade.
Controlei a respiração que começava a tornar-se difícil, ofegante. Aos poucos os músculos do meu corpo tencionavam-se criando um efeito de paralisia. Tentava mover as mãos, mas conseguia apenas balançar os braços apoiando o corpo na cama. Ao fundo, claramente escutava os gritos de Ana e por mais que eu queria entregar-me para aquela sensação torturante eu não conseguia pelo simples motivo de escutá-la.
— S-solte-a! – cerrei os dentes em um gruído.
— Não Anahí, ela vale muito!
— D-do que está fala-ndo? – mirei-o tentando manter-me sã.
— Ah não sabe? – debochou cruzando os braços sobre o peito.
Mirei-o confusa, do que ele estava falando? Lentamente se aproximou pegando meu rosto entre suas mãos com brutalidade, mal senti seu toque, meu corpo pareceu ignorar qualquer coisa externa e debatia-se contra algo interior.
— Ana Paula é o que te mantém livre Anahí! – disse baixo obrigando-me apertar os olhos para vê-lo melhor – Foi coincidência que tenham se encontrado, mas ela é o seu passe de liberdade!
— Do q-ue fala? – perguntei confusa.
— Acha mesmo que Leon deixaria você tanto tempo sem nenhuma conseqüência?
— Ele não pode c-ontrolar minha v-ida! – rosnei tentando afastá-lo.
— Mas é exatamente isso que faz! – levantou-se satisfeito.
Neguei.
— Não! – levei as mãos a cabeça sentindo-me tontear.
Os músculos do meu corpo relaxaram, mas a queimação em minha pele não parava, era um estado febril que me deixava enjoada, meu estomago revirava e tudo que eu queria era fechar os olhos e entregar-me.
— Você pensa que esta tudo bem porque nada acontece diretamente a você... – continuou ele aumentando o tom de voz obrigando-me a escutá-lo – Mas as pessoas ao seu redor arcam as conseqüências!
— Eu não tenho ninguém! – gritei – Vocês acabaram com t-udo que havia em minha vi-da!
— Você tem Alfonso, tem Ana Paula....!
— Não o tenho! – bufei sentindo a afirmação queimar-me mais que qualquer dor – E ela não é nada! Encontrei-a por acaso droga!
Christopher zombou encostando-se no beiral da porta. Pôs-se a observar minha tortura interna como se fosse um verdadeiro show aos seus olhos.
— Sabe Anahí, Alfonso é um cara curioso, mas seu pai excede as expectativas... Nunca foi santo! – riu-se ele – A garota é sua sobrinha... Uma bastarda!
Recusei. Com todas as forças recusei aquilo. Eu não tinha uma irmã. Oh céus! Ele estava mentindo, tentando colocar trâmites em minha cabeça que não existiam. Não conseguia pensar direito, meu corpo estava débil demais e aquilo deixava-me mais confusa.
— Não! N-ão, n-ão pode ser! – neguei baixo – Por-que está me c-contando isso? O que ganha mentindo?
Ele desdenhou.
— Não minto Anahí, não há motivos...
— Por que...? – tentei perguntá-lo, mas senti uma pontada de dor acima do útero.
Gemi alto soltando o ar que não conseguia repelir dos pulmões. Ignorei tudo a minha volta. Minhas mãos foram parar sobre o ventre tentando controlar aquela constante agonia.
— O que... Você... Me drogou! – lamentei.
— Nada que você não tenha feito antes! – deu de ombros observando-me.
Oh céus! Cada músculo do meu corpo começava a tencionar-se novamente, a dor abria-se em formula torturante fazendo-me fraquejar.
— Ana! Oh céus n-ão faça n-ada c-o-m ela! – grunhi.
— Ela se-- a --pr--ma não --pr--cu—pe!
Não consegui decifrar suas ultimas palavras, já não tinha mais consciência. Mais nada, apenas a dor, a agonia e a culpa. Já não tinha mais esperanças, a aflição intuía-me a entregar-me, acabar com o sofrimento daquela vida. Vida que todos ao meu redor sabiam mais que eu. Eram tantos segredos, tantas angustias que não sabia se queria continuar tentando. Meu corpo tremeu em ânsia. A morte, talvez, seria mais clara que a luz do sol, mais convidativa. Tinha medo, muito medo do que enfrentaria a frente... Oh Alfonso, como queria vê-lo, apenas, uma vez mais. Sinto tanto sua falta, sinto tanto por ter acabado com tudo. Naquele momento me dei conta, dos meus erros, dos meus sentimentos. Ali eu senti que, absolutamente tudo tinha acabado. A dor, a luz, as incertezas e as esperanças e quem sabe... Minha vida.
Autor(a): JL
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4049
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kahportilhaherrera Postado em 30/06/2017 - 23:15:50
Alguém sabe que capítulo a Anahi tem aquela crise no banheiro?? É minha cena preferida e queria ler de novo e não acho , alguem me ajuda??
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mari_5768 Postado em 29/02/2016 - 22:35:23
Simplesmente amei a fic. Meu deus mistura tantas situações que te fazem querer ler mais e mais
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franmarmentini♥♥ Postado em 21/06/2015 - 13:14:10
Olaaaa vou começar a ler.
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_thainaoliveiraaya Postado em 06/05/2014 - 15:57:01
Cheguei tarde ? Muito tarde ! Mas não me empediiu de amar essa história , foi incrível do começo ao fim !
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belle_doll Postado em 20/06/2013 - 11:19:12
Pqp... É a melhor web do Brasil!!! Aceito uma mini 2T Amiga! Imaginei os dois com o filho num campo florido e tal kkkk
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reneviana Postado em 07/08/2012 - 18:15:47
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Que linda *-*. Amei, amei e amei!
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k2323 Postado em 06/08/2012 - 14:58:43
ah! Que pena que acabou... Não fica tanto tempo sem postar se não vou morrer. Estava sentindo sua falta e quando você entra deixa um recado desse???/ Tudo bem, eu espero... Fazer o que né? Rs :( Pena que acabou...
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k2323 Postado em 06/08/2012 - 14:58:42
ah! Que pena que acabou... Não fica tanto tempo sem postar se não vou morrer. Estava sentindo sua falta e quando você entra deixa um recado desse???/ Tudo bem, eu espero... Fazer o que né? Rs :( Pena que acabou...
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k2323 Postado em 06/08/2012 - 14:58:42
ah! Que pena que acabou... Não fica tanto tempo sem postar se não vou morrer. Estava sentindo sua falta e quando você entra deixa um recado desse???/ Tudo bem, eu espero... Fazer o que né? Rs :( Pena que acabou...
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k2323 Postado em 06/08/2012 - 14:58:41
ah! Que pena que acabou... Não fica tanto tempo sem postar se não vou morrer. Estava sentindo sua falta e quando você entra deixa um recado desse???/ Tudo bem, eu espero... Fazer o que né? Rs :( Pena que acabou...