Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Não conseguia reagir.

            — A crua realidade está diante de você Alfonso! – Christopher provocou pondo-se do lado dela – Vire-se e vá embora... Acabe logo com isso!

As palavras dele soaram como fogo queimando meu corpo. Cerrei os punhos. Uma coisa tinha formulado em minha cabeça: Amava Anahí. Independentemente do que ela fizera eu sabia que por trás daquilo havia a doce mulher por quem me apaixonara. Oh meu deus! Ela seria a mãe do meu filho. Ela era a mulher por quem eu decidira esperar, por quem eu quisera proteger de tudo. Queria gritar-lhe por mentir-me, ter a capacidade de ficar chateado, mas mais forte que isso vinha o desejo de salvá-la. Eu necessitava dela pra ser completo, sabia que estava entre o sim e o não, entre o céu e o inferno, mas algo claro em minha mente se tornava a maior das decisões. Mirei Christopher segurando a arma em uma mão e contorcendo os dedos na outra. Ele estava nervoso... Aquela atitude me fez suspeitar de algo... E se... ?

— Alfonso... Deixe que e-eu explique...  

            — Pare Anahí!

Christopher riu-se. Sentia que estava perdendo tempo. Anahí ficava cada vez mais pálida, temia por sua vida e a do bebe que crescia em seu ventre.

            — Poncho! – ouvi sua voz suplica – Por favor... – soou sua voz rouca.

Oh céus! Era uma suplica ou um gemido de dor? Odiava-me por não conseguir decifrá-la. O tempo era cada vez mais raro, ela pensava errado, agoniava-se por si só pensando que a deixaria talvez? Ela ainda não entendera meus sentimentos. Eu estava ali por ela, por sua vida, pelo nosso filho. Nosso filho. Aquelas palavras despertaram-me.

— Abaixe a arma Christopher – maneei a cabeça – Não vou deixá-la!

Minha decisão alucinou-o. Fechou os punhos com força deixando os nódulos brancos. A raiva dele iria explodir.

            — Ouviu o que eu disse? – gritou – Ela matou o padrasto!

            — Não me importa! – rebati-o no mesmo tom sentindo calafrios nervosos por todo o corpo – É o seu blefe! – acusei-o com o dedo.

De pronto ele engatinhou a arma, recuei em instinto ao mesmo tempo em que Anahí avançava a ele. Frio e calculista empurrou-a fazendo-a desabar na cama. Avancei-lhe, mas um tiro soou fazendo-me paralisar.

            — Deixe-o! Por d-deus Christopher! – voltou-se a mim – Vá embora Alfonso! – maneou a cabeça em negativa — Não valho à pena!

Olhei-a. Com toda intensidade mirei-a nos olhos brilhantes. Era suplicio. Cruzamos a mesma energia, previ a dor que ela sentia e o esforço que estava fazendo. Rejeitar-me era sua estratégia para salvar-me, mas o que ela não entendia e que era sua vida que me importava.

            — Não vou deixá-la Anahí! – abaixei o tom de voz perfurando-a com o olhar – Não vou deixá-los!

Joguei a palavra no plural. E eu soube que ela entendeu ao levar a mão ao ventre. Sim, ela sabia que havia uma vida ali e aquilo destruiu-me o coração. Queria partilhar-lhe aquele momento tão terno em meio a rosas, não ali.

            — Chega! – Christopher sobressaltou-se agarrando Anahí pelo braço e jogando-a na poltrona que antes estava – Pegue isto! – entregou-lhe uma faca – A brincadeira acabou!

Mantive-me em cautela. A arma apontava-se a mim, a faca nas mãos dela, quase que pesadamente eu sabia o que aquilo significava e o que ele queria no final.

            — Abaixe a arma... – pedi-lhe uma vez mais tentando evitar minhas suspeitas – Não há necessidade disso! Se quiser dinheiro dou-o...

            — Dinheiro não paga justiça! – gritou mirando-me com agressividade. – Chega! CHEGA! Acaba aqui! – voltou-se a Anahí – A escolha agora é sua... Ou usa essa faca ou eu mato Alfonso! É você ou ele! – completou.

Tão supostamente pensei tão miseravelmente ele propôs. Ou ele me matava, ou Anahí impedia matado-se, tirando sua vida e de meu filho. E eu sabia que de alguma maneira aquela decisão deveria caber a mim, não a ela. Mirei-a profundamente nos olhos azuis buscando um resquício de que ela não faria nada para prejudicá-la, mas eu já não tinha mais certeza disso, não depois de vê-la agarrar a faca com força, olhar-me em demanda em um mútuo... Perdão.