Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 79 – Vida Viciosa Perante a Morte

Quando as palavras ressoaram em minha mente a faca pareceu adquirir vida em minhas mãos, apertei-a com força. Senti o pegador metálico frio em meus dedos quentes. Meu corpo inteiro pedia por acabar com aquela agonia, a dor não diminuirá, aumentara no momento que vira Alfonso romper pela porta. Meus olhos direcionavam-se a ele. Profundos como desde a primeira vez que os vi. Minha mente girava inconcepta. Mas eu tivera exata certeza do que deveria fazer. Lagrimas jorraram em meu rosto, meu pulso acelerou-se. No final das contas ele estava ali e eu já não tinha mais vontade de continuar, era doloroso saber que eu estragara tudo, que acabara com o ultimo fio de esperança que podia ter em minha vida. Agora ele sabia que eu era uma assassina, que não valia nenhum escrúpulo. Céus, eu lutara por manter aquilo em silencio e em um segundo tudo acabara.

            — Me perdoa! – sussurrei-lhe com o ultimo vestígio de forças que me restavam – Me perdoa!

            — Anahí... – sussurrou-me no mesmo tom – Largue a faca!

Eu não podia escutá-lo, eu já não conseguia mais. Direcionei a faca ao pulso esquerdo. Era ali, um corte transversal e tudo ficaria bem no final.

            — Por favor, solte a faca! – rugiu ele.

            — Agora Anahí! – olhei a Christopher – Ou eu acabo com ele!

Soltara a trava, o dedo pressionado ao gatilho, pronto para tirar a vida da única pessoa que merecia viver.

            — Não posso Alfonso... – voltei a ele – Me perdoa! – sussurrei novamente – O que eu sinto por você... É... É mais forte.

Comprimi a faca sobre a pele. Meus dedos tremeram, temia a dor, temia a vida, temia por meu filho, mas... O que poderia dar-lhe? Sofrimento? Angustia como fizera com Alfonso? Não. Eu não poderia.

            — Não Anahí! – esbravejou ele – Solte essa faca... Eu te amo! – levou às mãos a cabeça – Oh céus, você não pode fazer isso!

Eu te amo. Senti o desespero mesclado com a sinceridade da voz acalorada. As palavras ressoaram em minha mente, as mais belas, as mais confortadoras que levaria para todo o sempre. Deus, como queria responder-lhe, mas... Não raciocinei mais, apenas fiz. Sem pesar movimentei a faca apenas uma vez sobre o pulso. A lâmina afiada rasgara-me a pele de um lado ao outro, o sangue, vermelho e escuro brotou espalhando-se em cascata por meu braço manchando-me o corpo. Foi inevitável não lamentar, não deixar as lagrimas correrem livres por meu rosto. O objeto cortante cairá com estrondo, meus joelhos fraquejaram-se do sofá ao chão puído. Meus ouvidos pareceram fechar-se ao grito desesperado de Alfonso. Eu o ouvi, como um sussurro, chamar meu nome. Eu percebi do mesmo modo ele avançar sobre mim, mas as imagens começaram a passar-se por câmera lenta, como um filme que retumbava de minha vida. Ou o final dela. E aquela era o final. O impulso fora mais forte, o impacto daquela atitude trazia-me a dor, tanto emocional quanto física. Meus olhos já não conseguiam manterem-se abertos, mas antes de cair na escuridão profunda pude ouvir, com clareza, o soar de um tiro. Eu sabia que o tempo corria apressadamente ao meu exterior, mas pra mim eram como segundos. Tudo começava a ficar confuso, a dor fazia-me soltar suspiros, meu corpo já não me obedecia... Mas uma luz no meio daquele buraco negro iluminara-me. De algum lugar sentira o calor em meio ao frio. Meu corpo fora erguido, rodeado por braços fortes. As palavras que me eram sussurradas vinham em meados, mas eu sabia, sabia que era Alfonso. Protegia-me mesmo no ultimo minuto. Tentei agarrar-me a ele, mas meu pulso fora imobilizado, queria falar-lhe que tudo ficaria bem, que ele poderia ser feliz com alguém que assim o fizesse...

            — Alfo...nso...

Eu queria que ele soubesse que fui feliz. Apesar de tudo. Meu maior vicio, minha vida viciosa, era ele. Eu não tinha muito conhecimento agora, mas havia errado diversas vezes, jogara alto e não ganhara nada pra acabar ali. Eu sabia que o tempo esgotara-se. Eu sabia que as contrações em meu ventre significavam a perda do nosso filho, que a dor e a fraqueza cortante levavam-me as trevas. A morte. E se a morte não envolve sensações, então seria como dormir. E estaria nos braços mais acolhedores, ouvindo os sussurros mais doces, os dele. E se a morte é uma passagem deste para outro lugar, e se, como se diz lá se encontra todos os mortos, qual o bem maior que esse, pode existir? Nunca imaginei como seria morrer e ainda não o quero pensar, mas as circunstâncias ditam as regras. Minha hora está próxima, meu instinto diz isso. Só desejaria ter mais um momento, onde, discutiria com Alfonso uma vez mais, em que o beijaria pedindo desculpas e rolaríamos na cama fazendo amor lentamente. Um momento, apenas mais um, em que eu pudesse encarar os fascinantes olhos verdes que iluminaram minha vida. Queria poder dizer as palavras sufocadas e viver os sentimentos novos. Oh Anahí como foi estúpida! A vida fora injusta. Como fui perceber só agora? Precisava de mais uma oportunidade, nem que fosse a ultima, apenas pra dizer o quanto eu... Te Amo Alfonso!

Comentem sim? Se ninguém pedir post eu não posto oras `-`