Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

            — Shhh... – calei-a fechando meus olhos – Não diga nada Mai!

De esgoela olhei Christian postado atrás. Ele sinalizou com a cabeça, os olhos baixos.

            — Christian...

            — E Anahí Poncho? – perguntou ele mostrando seu semblante preocupado.

Neguei com a cabeça.

            — Nenhuma noticia! – respondi-o.

Maite soltou-se dos meus braços e encarou-me complacente.

            — Vá trocar de roupa... – disse estendendo-me uma mochila que até então não tinha reparado – Você está péssimo! Vou buscar-lhe um café! – saiu preocupada deixando-me a sós com Christian.

Sabia que por parte ela imaginava que tinha assuntos pra falar com o moreno, não era mais nenhum mistério que compartilhávamos segredos.

            — Dulce ficou com Ana Paula no apartamento... Estão bem. Maite foi procurá-lo e tive que contar tudo. Poncho... – suspirou colocando as mãos na cintura e desviando o olhar – Christopher escapou! – soltou as palavras de uma vez – Tentei detê-lo mais foi inútil. Tive que lidar com a policia, levei Dulce há casa e...

            — Não se preocupe... – cortei-o levando a mão ao seu ombro.

Vi-o tenso, tão preocupado quanto eu.

            — Você fez o que pode! Nos preocuparemos com isso depois...

            — Sinto muito Poncho, Annie é uma irmã pra mim... – morreram as palavras.

Lancei-lhe um sinal positivo. Peguei a mochila e dirigi-me a algum banheiro. Enquanto me trocava senti-me inerte a sensações. Meu coração palpitava sobre o peito fortemente, não conseguia sentir fome, nem cansaço, mal conseguia presenciar o arfar do peito. Era como se uma parte de mim faltasse. Voltei à recepção, ignorei os protestos de Mai em fazer-me beber o café. Apenas andei, de um lado a outro tentando controlar os pensamentos. Longos minutos se passaram, talvez horas. À angustia não decorria, crescia. Finalmente quando um dos médicos saiu senti como se uma esperança crescesse. Quando me aproximei apressado deparei-me com Caius, o medico que ajudara-me tempo atrás, que dera-me os remédios do tratamento, meu antigo amigo. Detive-me em sua frente desesperado dando graças por ele estar ali.

            — Caius! Como ela está? Anahí... Como ela está? E o bebê...?

Ele suspirou.

            — Poncho! – disse-me com familiaridade – É bom revê-lo apesar das circunstâncias... – fez uma pausa – Se quiser me acompanhar posso lhe apresentar o quadro da paciente...

Lancei um olhar a Christian e Maite que se aproximaram apreensivos. Segui Caius até a sala, sentei-me e esperei que ele falasse. Estava nervoso, sentia minhas mãos suarem.

            — Como está seu braço? – perguntou ele.

            — Por favor, quero saber de Anahí! – cortei-o impaciente.

Ele assentiu cruzando as mãos em cima da mesa.          

— Eu queria poder dizer que ela ficara bem, mas o estado é grave... – continuou – O corte foi profundo, rompeu a veia, perdeu muito sangue...

            — Posso doar... – disse firme.

            — E precisaremos! – confirmou – Mas isso não é o maior problema... – suspirou – Encontramos uma substancia ilícita em seu organismo, foi difícil repeli-la...

            — O que quer dizer com isso?

            — Escute Alfonso, ela estava debilitada, fraca. – explicou ele – Teve uma parada respiratória, a perda de sangue influenciou muito na estabilidade do corpo...

            — Não lhe entendo, juro que não o entendo! – resmunguei levantando-me.

Caius fez o mesmo direcionando-se frente à mesa. Mirei-o angustiado. Já não sabia o que pensar.

            — O que ela tem? E o bebê! Pelo amor de deus...!

            — Lamento Alfonso, mas ela perdeu o bebê!

O choque daquelas palavras arrematou meu peito em uma punhalada cruel. Apoiei-me na parede com medo que minhas pernas fraquejassem. Céus, não podia ser verdade!

            — O embrião tinha seis semanas, a placenta se rompeu e a substancia penetrou as barreiras. Não tinha nenhuma chance...