Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

            — Não... Não... – repeti fechando os olhos com força – Não pode ser!

            — Anahí era viciada Alfonso. – o confirmou – Ela não estava preparada para um filho e a possibilidades de nunca mais poder gerar um!

Não estava preparada. Não estava. Não poderia. A frase ecoou em minha cabeça. Apoiei-me mais firme a parede e fechei os olhos. Não era cabível aquela dor dentro de mim.

            — Sinto muito Alfonso!

            — Não tanto quanto eu Caius... – virei-me para encará-lo – Era meu filho! – levantei as mãos sem entender – Não tive tempo de... Nada!

Oh céus como me sentia impossibilitado. Um força inábil apoderava-se do meu corpo.

            — E Anahí, como ela está? Preciso vê-la...

            — Alfonso...

O tom arrastado aflorou meu sentido mais débil.

            — O que há com Anahí? – perguntei apreensivo.

Caius mirou-me tenso. Aproximou-se de mim segurando-me pelos ombros.

            — Tivemos que expô-la a grandes quantidades de medicamentos... 

            — Diga logo! – livrei-me de seus braços impaciente.

            — Está em coma induzido! E temo que ela fique assim por... Muito tempo.

Meu corpo desfaleceu sobre a cadeira mais próxima. Lutei contra a força que me puxava à escuridão.

            — Caius... – sussurrei embriagado.

            — Faremos o possível por ela Alfonso... Tenha esperanças!

Não conseguia pensar em mais nada. Absurdamente aquela informação dilacerava-me.

            — Preciso vê-la! Por favor, deixe-me vê-la! – levantei a cabeça grogue.

Ele assentiu lentamente. Afundei o rosto nas mãos e tentei manter-me sã. De algum jeito reunia forças para levantar-me, meu corpo parecia em transe. Era imperdoável o que estava acontecendo.

            — Se recomponha e siga pelo corredor até a unidade intensiva. Deixarei você sozinho!

No momento que ouvi a porta bater o chão aos meus pés pareceu desmoronar. Em um segundo perdera tudo por que sempre ansiara. Um filho. Um que nem chegou a nascer, um filho que nem pude desfrutar. Oh céus! Anahí! Não poderia mais gerar filhos, não... Levantei-me sentindo o cansaço tomar conta do meu corpo. Cambaleei até a porta, segui o corredor e encontrei Caius frente à unidade intensiva.

            — Lamento, mas não pode entrar. – disse ele – Pode observá-la através do vidro, é a sala seguinte! – apontou a frente.

Assenti seguindo. Não me importava se não pudesse tocá-la, queria vê-la apenas, saber que ela ainda estava ali lutando pela vida.

            — Annie! Oh... – apoiei a mão no vidro.

Um suspiro longo saiu de meus lábios. Vi-a imobilizada na cama. Fora a maior dor de todas. Meu corpo tremia inconcepto. Apoiei a testa e observei-a, das mãos sem vida, do pulso enfaixado ao rosto pálido. Necessitava ver seus olhos azuis com vida outra vez. Não poderia suportar a perda, já fora suficientemente difícil perder um filho, seria crueldade. Senti uma lagrima solitária escorrer por meu rosto. Limpei-a quase abatido, não desistiria dela nunca.

            — Poncho... – Caius apareceu ao meu lado – Tem que sair...

            — Quando será transferida? – perguntei sem deixar de olhá-la.

            — Não sei, precisamos fazer a transfusão primeiro...

            — Vou doar... – disse firme – Sou doador universal!

            — Certo. Vou te encaminhar para os exames!