Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 81 – Uma Tormenta de Espera

Mesmo depois de uma ducha sentia-me exausto. Queria trocar-me e correr para o hospital, mas uma tontura rodopiou meu corpo fazendo-me sentar na cama. Naquele momento meu corpo passou a mente e me obriguei a descansar um pouco. Uma batida na porta fez-me abrir os olhos, no instante seguinte Dulce entrou com sua maleta medica.

            — Dulce... – sussurrei.

            — Se sente melhor? – perguntou ela sentando-se ao meu lado e abrindo a maleta.

Neguei com a cabeça.

            — A cada instante que não tenho noticias dela fica pior!

            — Todos estamos preocupados... – limpou os pontos – E estamos ficando com você também!

Neguei com a cabeça virando meu rosto para o outro lado.

            — Sabe Dulce... – voltei-me a ela – Há muito tempo espero pela pessoa certa... E quando ela finalmente chega... – fiz uma pausa – O destino me faz provar do sabor mais amargo!

            — Não diga isso! – parou para mirar-me – Vocês terão uma chance de ser feliz!

Fiquei a silenciar suas palavras.

            — Conheço Anahí há muito tempo... – continuou ela – E em todo esse tempo ela nunca encontrou o que tem ao seu lado Alfonso! – aumentou o tom de voz – Ela sofreu muito depois da morte do pai, o padrasto transformou a vida dela em um inferno e ela não podia fazer nada, tanto Marichelo quanto ela sabiam que tinham que agüentar Juan por Henrique! Você sabe disso...

Assenti.

            — Dona Marichelo nunca fala de Juan, não entendo o porquê! – fechei um punho sobre a perna sentindo a raiva daquele pobre desgraçado.

            — Porque ela sabe que por essa decisão transformou Anahí no que é hoje!

            — A culpa não foi dela! – rosnei.

            — Muito menos de Anahí! – Dulce confortou-me – Graças aos céus Juan morreu! – relaxou a voz e terminou o curativo.

Aquela afirmação dizia-me que a morte de Juan era um mistério a todos, menos a mim, Christopher e o Mentor. Não era capaz de acreditar que Anahí cometera aquele assassinato, precisava ouvir de sua boca. Aquela duvida duraria tempo, precisava investigar e não tomar decisões precipitadas.

            — Dulce... – chamei-a enquanto guardava suas coisas – Anahí... Alguma vez, se apaixonou? – relutei ao perguntar-lhe.

Dulce sorriu negando com a cabeça.

            — Acho que só houve um homem... – pausou – E creio que ela ainda está apaixonada por ele! – colocou a mão em meu ombro.

Sorri calmamente. Peguei-lhe a mão e beijei-a num gesto de agradecimento. Ela não comentou uma palavra, se foi deixando-me sozinho com minhas próprias duvidas. Liguei para Maite e tudo continuava igual. Deitei-me exausto, fechei os olhos e entreguei-me ao sono.

Sonhos perigosos invadiram minha mente. Não consegui dormir em realidade. Fechara os olhos, tentara relaxar, mas aquilo não era o suficiente. Uma parte de mim estava do outro lado da cidade. Abri os olhos sentindo uma claridade forçando-me as pálpebras. Fiquei paralisado ao ver que não estava sozinho. A menina de seis anos estava estática mirando-me. As perninhas cruzadas dobravam-se atrás, os cabelos morenos prendiam-se em um rabo de cavalo. O que mais me preocupava era o brilho dos olhos azuis. Eram tão familiares que assustava-me. Virei a cabeça a ver o relógio. Passaram-se muitas horas.

            — Não diga a tia Dulce que vim aqui, ela vai ficar braba comigo tio! – disse a garota em um sussurro temeroso.

Fiquei a observá-la tentando assimilar sua presença. Levantei o tronco grogue sentindo uma dor de cabeça incômoda.

            — O que faz você aqui? – perguntei-lhe passando as mãos no rosto.

            — Queria ver a Tititi! – disse desapontada – Mas não está aqui. O tio sabe onde ela está?

Respirei fundo encarando outra realidade. Ana Paula.

            — Sinto muito ela não está aqui... – inclinei-me a ela apoiando o braço saudável na cama.

A menina baixou os olhos. Devia a verdade a ela.

            — Anahí está... Doente – coloquei nesta forma – Ficara um tempo no hospital!

            — E eu posso vê-la? – levantou os olhos animada.

Fiz-lhe uma careta negando.

            — Não por enquanto. – observei-lhe a face entristecer-se – Mas não se preocupe querida, ela vai ficar bem! – confortei-a.

            — Você promete? – perguntou levantando os olhos.

            — Prometo! – sorri-lhe fracamente.

Estranhamente ela se inclinou até mim e lançou seus bracinhos em meu pescoço. Abraçou-me inocentemente deixando-me sem reação. Envolvi-lhe seu corpo miúdo em meus braços sentindo o perfume adocicado de criança. Aquilo fez-me lembrar o que eu havia perdido. Lagrimas correram por meu rosto sem controle, tudo que desabafara anteriormente não foi capaz de frear aquela emoção.

            — Tio Poncho não chora! – disse Ana quando soltou-se de mim.

Delicadamente levou suas mãozinhas ao meu rosto limpando as lagrimas. Comovi-me.

            — Ta doendo tio Poncho? – olhou para o ferimento.

Neguei com a cabeça e esbocei um sorriso sincero a ela. Peguei-lhe as pequenas mãos e beijei-as num estalo.

            — Dói aqui querida... – levei-lhe as mãos ao peito – Dói muito... – sussurrei a mim mesmo.

Apenas eu seria capaz de imaginar a dor que sentia. Peguei Ana Paula no colo e levei-a até a cozinha para não pensar no que perdera. Não tinha fome, mas obriguei-me a recuperar forças comendo algo. Meia hora depois entrava em meu carro e seguia para o hospital escutando os protestos de Dulce. Despedi-me de Ana com um abraço, precisava resolver-lhe a vida, mas no momento não estava em condições. Podia esperar, ela estava salva isso que importava. Ir ao hospital, ficar com Anahí era minha prioridade, aquela seria minha rotina, por mais que tivesses inúmeros assuntos pra resolver.

Meninas obrigada pelos comentarios, continuem assim *-*, vou tentar postar com mais frequencia =)