Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

A partir daquele momento não consegui mais prestar atenção no que diziam. Meu corpo gelara instantaneamente, minhas mãos suaram frio. Fechei o computador e enterrei o rosto nas mãos sofrendo o impacto das revelações. Oh céus. Leon havia intuído Juan a matar dona Marichelo. O que aquilo significava? O que queria dizer? A ordem viera de cima, como não pensara nisso antes? Uma maresia de confusão embaçou meus olhos. Juan estava ligado a Leon. Não podia mais raciocinar, era tudo abstruso. Tentei puxar em minha mente um motivo coerente pra cisma de Leon com tudo, por Marichelo, por sua filha, e principalmente com Anahí. Por deus! Não tinha lógica nenhuma essa obsessão! Levantei-me atordoado e aproximei-me da cama próximo a Anahí. Meus olhos chegavam a nublar-se entre as lagrimas. Queria tê-la junto a mim nesse momento, por mais revelador que o vídeo fora constatara algo mais importante que tudo.

            — Eu sabia que você não seria capaz de algo tão cruel... – sussurrei a ela.

Tentei agarrar-me a noticia: Anahí não matara o padrasto como pensava. Fora um golpe, do mais sujo possível que armaram a ela.

            — Annie... – sussurrei – Ouça-me, você não matou Juan...

Contornei seus traços com os dedos. Quanto tempo teria que esperar até tê-la completamente de volta? Se as lagrimas deixassem-me ver o que deixei pra trás, toda a dor que sentira no momento que Anahí se desligara de mim...

            — Só você pode curar meu coração meu bem... – deslizei uma das mãos até alcançar-lhe a sua.

Meus dedos entrelaçaram-se aos dela. Fechei os olhos afastando as lagrimas e o sofrimento incoerente em meu peito. Abri-os de novo para encarar a imagem pálida do rosto que sempre habitava minha mente. E mais uma vez eu tinha a certeza ou a falta dela que eu não sabia o que ia acontecer. Em momentos sentia-me confiante, em outros como esse já não havia nada.

            — Não posso te perder... – aproximei meu rosto do dela – Volte pra mim!

Uma solidão extasiante tomou posse do meu corpo. Sozinho naquele quarto rodeado de pensamentos não era ninguém. Encarei os olhos cerrados, a boca gélida e imóvel. O vazio era tudo que podia assimilar, foi o que restou e eu daria minha vida pra que pudesse voltar e ser como antes, não como quando as noticias explodiram, mas quando tinha a Anahí meiga e doce que fora a ilha comigo, que mostrou todas as faces fortes da sua personalidade, que demonstrou ser o que queria.

            — O tempo nunca vai apagar o que vivemos... – disse-lhe desejando com todas as forças que ela me escutasse – Eu te amo...

E esperava que esse amor a trouxesse de volta. Lentamente inclinei-me sobre ela e beijei-lhe os lábios. A textura fazia-me falta, sua boca movendo-se sobre a minha, suas pequenas mãos apertando-me...

            — Annie? – chamei-a.

Senti uma mínima força aplicar-se a minha mão que ainda entrelaçava-se a dela. Com um suspiro de surpresa e agitação encarei-a.

            — Meu amor...

Um misto de sensações envolveu-me. Ela me ouvira, sentira-me, provara-me que ainda lutava pra sair daquela escuridão. Beijei-lhe a palma e pus-me a observá-la com um sorriso bobo nos lábios, mais uma vez a confiança tomara conta de mim.

            — Não importa o tempo que tenha que esperar... Estarei aqui por você... – sussurrei-lhe.

Mantive minha mão firme a sua, com a outra afastei uma mecha castanha que caia por seu rosto. Tudo que eu queria era manter aquela esperança acessa. Em breve Anahí estaria de volta comigo, em meus braços, sorrindo-me.