Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

 Addictive Life

Capitulo 91 – Inconseqüência

Era estranho estar ali naquele hospital. Era estranho sentir-me... Viva. Meu corpo doía, meus músculos não se relaxavam, meus olhos mal conseguiam manter-se abertos, mas meus sentidos, meu ouvido estava aguçado a voz de Alfonso.

             — Há quanto tempo estou... Aqui? – perguntei depois que o doutor deixou o quarto.

Poncho aproximou-se mais de mim tomando minhas mãos contra as suas.

            — Aproximadamente um mês! – respondeu-me.

Fiquei a pensar na ideologia do tempo. As lembranças que ainda me recordava pareciam de horas atrás, quase não conseguia mais distinguir o que acontecera comigo naquele tempo inclusive. Parecia que minha mente não queria raciocinar muito. Tinha remorso de voltar além do mais, recordava-me de alguns flashes e não queria visualizá-los agora, meus olhos queriam cair novamente naquela maresia calma que estava envolvida.

            — Só descanse! – sussurrou Alfonso fazendo-me voltar atenção a ele.

Esforcei-me para voltar a mirá-lo, alcançar sua voz que me acalmava. Apenas naquele momento consegui visualizá-lo perfeitamente depois de tanto tempo. Ele mudara. Os cabelos estavam maiores, a barba mais espessa e havia manchas de cansaço ao redor dos seus olhos. Oh como sentia saudades de mirar-lhe, de sentir sua presença junto a minha.

            — Alfonso... – falei com a voz embargada.

Apenas quando proferi as palavras percebi que havia lagrimas borrando-me nos olhos. E como o fogo queimando a brasa as recordações invadiram minha mente, escorrendo em cascata como as lagrimas em meu rosto. Lembrei-me de tudo, do afastamento de Alfonso, do roubo, de Ana, do que acontecera naquele quarto. Não estava completamente claro, em detalhes, mas eu sabia do principal, sabia que errara. E olhando pra Alfonso percebo o quanto fui estúpida. Estava escrito em seus olhos a verdade e a crua realidade do meu erro. Ele poderia ter mudado o físico, mas ainda era o homem intenso, carinhoso e protetor que eu conhecia o mais belo de todos.

            — É tão bom tê-la de volta... – falou com a voz carregada de emoção.

Fechei os olhos e deixei que sua voz penetrasse no mais fundo do meu coração. Chorei com mais intensidade. Naquele precioso momento dei-me conta do que realmente sentia por ele, os sonhos, aliás, as imagens vividas que tinha existido eram reais. Eu procurei-o para salvar-me do abismo, eu escutei-o e achei nele forças pra querer viver. Oh, eu o amava e diferente das outras vezes a idéia não me assustou, pelo contrario, encheu-me de vida, de forças que me intuíam a estar ali. Quando ele tocou minha face afastando as lagrimas quis levantar e cair em seus braços, pedir perdão pelo que acontecera. Abri os olhos e encarei-o sentindo-me preparada mais que nunca para dizê-lo, enchendo-me de coragem como nunca tivera antes.

            — Oh Alfonso eu o amo! – esforcei-me para levar minha mão até a sua – Te amo como nunca pensei que amaria alguém... Com todas as minhas forças... – minha voz engasgou-se com as palavras.

            — Annie... – sussurrou – Eu também te amo, há muito tempo carrego este sentimento!

Eu tentei absorver a expressão dele, uma carga de alivio bombeou meu coração ao ouvi-lo. Queria dizer-lhe algo, mas fui incapaz. Sentia-me fraca e o máximo que podia era continuar encarando-o, sentindo aquela ligação de nossos olhos passar todo o tipo de sentimento. Queria desesperadamente desculpar-me, colocar as palavras em ordem e dizer tudo que estava agoniando-me o coração.

            — Sinto muito... Eu...

            — Shhhh... – calou-me com o dedo em meus lábios – Temos todo o tempo do mundo agora! – abriu um sorriso terno – Você precisa descansar...

            — Tenho tanto que lhe dizer Alfonso! – interrompi-o.

            — Eu também, mas agora não é o momento! – fez uma pausa mirando-me – Descanse está bem?

Depois de perceber que eu não iria conseguir ganhar, assenti e relaxei a cabeça no travesseiro. Novamente a sensação de cansaço e tontura tomou conta de mim. Fiquei a mirá-lo até que meus olhos agüentassem, sentindo seu carinho em minha face, guardando seu rosto em minha mente. Tinha medo de fechar os olhos e não poder abri-los novamente.

            — Durma meu bem, nada vai lhe acontecer! – disse ele como se lesse meus pensamentos.

Mirei-o por um instante a mais percebendo a promessa em seus olhos. Deixei que as pálpebras pesassem e cai num sono sem sonhos, esperando acordar e vê-lo novamente.

Leitoras comentem sim? Afinal eu não posto a web só pra K comentar =]