Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 19 – Colapso Decisivo

Imobilizei o corpo perante o súbito tranco apertando o volante com força.

            — Não foi nada, só paramos porque chegamos.

            — Você poderia dar um aviso prévio – relaxei – levei um susto.

Ele riu baixinho afastando-se de mim deixando um buraco frio em minhas costas, já tinha me acostumado com o encaixe de seu corpo no meu. Vi-o mexer em alguns comandos e voltar-se em seguida lançando o típico olhar que me desarmava.

            — Vamos lá pra fora? O mar aqui é incrível! – sorriu.

Segui-o até o sol bater em meu rosto. Olhei o mar e quase não acreditei que sua coloração tivesse mudado tanto. Podia enxergar o fundo sem dificuldade tanta era a transparência da agua que adquiria um tom esmeralda.  

            — Isso é tão...lindo – falei baixo olhando hipnotizada.

            — Bom é estar dentro dele – olhou-me aproximando-se – Vamos aproveitar!

Varias coisas aconteceram depois disso. Vi Alfonso retirar a camisa e mostrar o peitoral definido. Aquilo chamou minha atenção de todos os sentidos, mas não durou muito tempo. Em um segundo estava nos braços dele gritando pra não me jogar e em seguida senti meu corpo afundar na agua morna até os cabelos. Emergi firme em seus braços paralisada do susto e quando raciocinei tive vontade de matá-lo.  

            — Alfonso! – reclamei – Porque fez isso? Você é louco! Quer me matar afogada ou de susto?

Quando pensei em socá-lo me dei conta que minhas mãos começavam a arder proveniente da agua que penetrou o curativo. Fiz uma careta fechando os olhos tentando manter as mãos fora d’agua. Droga! Estava ardendo e doía ainda mais quando o vento batia sobre mim, não contive um gemido dolorido quando afundei as mãos sem querer.

            — Anahí me desculpe! – falou Alfonso desesperado olhando minhas mãos – eu não pensei nisso....eu agi por impulso – começou a me levar para a lancha – ...por favor desculpa.

Perto de um suporte próprio pra nado, Alfonso me impulsionou colocando-me sentada na borda com os pés pendentes na agua. Logo ele estava ao meu lado olhando-me preocupado.

            — Eu sou um idiota mesmo! – falou raivoso consigo pegando minhas mãos para examina-las – Me desculpe, eu juro que não tive intenção...foi um impulso, eu sou um idiota...podia ter acontecido algo...eu juro que não farei mais você pode me bater se quiser...eu...

            — Alfonso! – calei-o.

Ele me olhou no mesmo momento. Falava tão rápido que fiquei tonta com tantas desculpas.

            — Desculpe, juro que não tive a intenção de...

            — Quer calar a boca? – cortei-o de novo.

Ele calou soltando minhas mãos com cuidado. O ardume parecia aumentar dando uma sensação de coceira, precisava tirar aquelas ataduras antes que me matasse de agonia. Tentei remove-las por conta própria, mas não ia adiantar muita coisa. Quando olhei Alfonso percebi-o calado. Droga!

            — Hey – chamei-o – Alfonso! – novamente. – Poncho... – quase gritei na terceira vez até que ele me olhasse.

Mas ele não olhou. O que me faz pensar o quanto ele ficou chateado pela minha grosseria ou pelo simples fato de ter me jogado na agua, aquilo não era grave.

            — Você vai mesmo fazer birra por isso? – coloquei desse modo – Sabe não foi nada de mais!

Por intuição levei minhas mãos até seu rosto, obriguei-o a virar-se pra mim. Sua expressão não mudou, mas aos poucos seus olhos foram encontrando os meus.

            — Poncho eu não gosto do seu silencio... – tentei forçá-lo a dizer algo – ...Estou bem serio – sorri sincera para convence-lo disso. – ...Uma vez você me disse que meu sorriso era lindo, o que eu não te falei é que eu adoro ver o seu...

Acho que tinha ido longe demais expondo parte de um sentimento inexplicável. Apesar disso não me arrependi ao ver sua face abrir-se. Seus olhos pareceram adquirir o tom normal de calma. Não entendi porque ele se preocupou tanto pelo fato da brincadeira.

            — Você nunca disse isso! – falou-me com a voz calma.

            — Você nunca perguntou – respondi marota – agora deixa esse bico e sorria pra mim – acariciei suas bochechas devagar – depois disso me ajuda tirar essas ataduras, elas coçam!

Alfonso abriu um pequeno sorriso sem dentes, logo após estendi as mãos a ele para que me ajudasse.