Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 95 – Acerto de Contas

O dia pareceu passar arrastado e foi assim durante os três que sucederam. Sentia-me melhor e o próprio Doutor dissera-me isso quando apresentou o resultado dos exames. Nenhuma seqüela tinha ficado, a não ser talvez, a falta, ou esquecimento, das drogas. Era renovador aquela sensação, não sentir-me dependente quero dizer. Lembrava-me de consumi-la, mas não a consumindo. Bem, no próximo dia poderíamos colocar o plano de Poncho em prática, parei de desviar meus pensamentos para escutar a conversa no quarto.

            — Mai você precisa ficar! Não posso coordenar a empresa sem você! – Poncho falou com um sorriso.

            — Eu tão pouco posso ficar aqui sem você! – Christian abraçou-a por trás.

Rimos.

            — Eu sei que sou importante! – brincou convencida.

Rimos novamente. O clima estava quente e descontraído. Apesar disso o policial continuava fazendo guarda o que me deixava apavorada. Eu sabia por que ele estava ali e o que aconteceria se a fuga não desse certo. Não queria pensar naquela possibilidade, mas era sempre aquela hipótese que me vinha em mente. Estava de pé perto da janela, naquele dia coloquei roupas normais e confortáveis, caminhamos uma hora antes, sentia-me cada vez mais dentro da realidade. Suspirei tentando espantar aquela maresia quando Poncho voltou sua atenção a mim.

            — Está bem? – perguntou protetor.

Sorri-lhe nervosamente assentindo.

            — Só estou pensando!

            — Não se preocupe, vai dar tudo certo! – Mai segurou minha mão.

Creia que sim, mas depois de um instante já não. A porta se abriu, o detetive Vaughn entrou por ela acompanhado do policial que ali ficava. Algo naquele olhar mateiro me pôs em duvida, deixou-me temerosa. Tudo pareceu passar em câmera lenta, não consegui articular as palavras do detetive, apenas distingui o enlace final “Você está presa”.

            — Não vai levá-la! – Poncho colocou-se prontamente a minha frente.

Foi como se o play fosse pressionado e as coisas voltassem a andar em velocidade normal.

            — Vou! – assentiu – Tanto posso quanto devo! Anahí esta em perfeitas condições como pude constatar!

Escutei Poncho rosnar e manter-me atrás de si, protegendo-me. Que droga! Certamente ele vira os exames.

            — Eu não fiz o que me acusa! Eu não matei Juan! – encontrei a voz para defender-me.

            — Nega o assassinato, mas não os outros crimes? Roubo? As drogas? – ele riu vendo que não reagia.

            — Temos provas! – Christian defendeu-se.

            — Mostre-as meu caro e combata-as com as minhas e deixo-a em paz!

Um momento de silencio pôs-se. Sem as provas eu não tinha um álibi, nada que Poncho ou Christian fizessem me livrariam. Droga! O detetive tentou avançar, mas, Poncho o deteve.

            — Não a toque! – falou baixo, mas claro.

Sua voz era fria e árdua, o que fez meu corpo arrepiar-se. O detetive não ligou para suas palavras, encarou-o do mesmo jeito que Christopher o faria, para ele nada ali fazia diferença a não ser a certeza que iria levar-me. Tentou avançar novamente. Alfonso parou-o com o corpo frente a ele.

            — Saia rapaz!

Ele não o fez. Ambos se encararam firmes. Maite pôs-se ao meu lado e Christian colocou-se na defensiva.

            — Poncho! – soou em alerta.

Os olhos de ambos faiscavam mesclando o orgulho e a raiva. Quando o detetive quis empurrar Alfonso foi tarde demais para gritar. Ele esmurrou o rosto de Vaughn com raiva. O outro policial adiantou-se, mas Christian o parou como uma parede solida. Maite e eu nos afastamos. Mirei Alfonso e seu rosto indecifrável. Avançou contra o detetive, esbofeteou-lhe o estomago fazendo-o cair. Num suspiro agudo ao chão, ele passou uma rasteira em Alfonso fazendo-o cambalear.

            — Saia Anahí! – falou com pressa.

No mesmo momento Christian deixava seu combatente desacordado com um soco, puxando-nos. Andamos atordoadas, quando abrimos a porta um trio de policias entrava. Poncho e Christian ficaram imóveis. O detetive levantou-se apontando uma arma diretamente ao peito de Poncho e ali eu soube que estava acabado. Dois dos policiais seguraram Poncho, o outro avançou a mim, tirou algemas solidas e frias e alcançou minhas mãos.

            — O que está fazendo?! – esquivei-me dele recuando.

Não conseguira, o enlace fora feito em meu pulso, a corrente caiu pesadamente mantendo minhas mãos às costas.

            — Solte-a! – Poncho forçou-se para desgrudar-se dos policias.

A realidade começava a tomar conta de mim. O desespero foi ficando mais evidente quando me puxaram pra fora da sala.

            — Alfonso! – olhei-o com anseio.

            — Solte-a desgraçado! – rosnou.

Ele não conseguia mover-se por mais que tentasse. O ultimo relance do quarto que eu tive foram os olhos marejados de Maite, o desconforto de Christian sem poder fazer nada e... E os olhos de Poncho sobre mim, seu desespero por soltar-se, alcançar-me. Segurei a lastima dentro do peito provando ser forte frente aquele homem arrogante que andava triunfante a minha frente. Ignorei os olhares curiosos durante o caminho tentando escapar daquelas mãos que seguravam-me.

            — Tem sorte de não ter prendido aquele rapaz por abuso! – o detetive virou-se pra mim.

Entramos no elevador e só então tive relance do seu rosto. Vi a mancha de sangue que escorria de sua boca. O inchaço no local era evidente. Mantive-me calada, era assim que funcionava afinal. Além do mais o medo apossava-se de mim, o temor de não poder ver mais a luz do sol livremente.

            — Preocupada cara? – o detetive zombou da minha expressão – Eu mesmo estaria se fosse viciada! – riu-se – Não há sentença pior para pessoas com o seu problema! – enfatizou.

Um calafrio passou em meu corpo, um nó formou-se em minha garganta impedindo que eu falasse. Eu sabia bem do que ele raciocinava e eu temia por aquilo.