Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 98

Acabara de sentir-me um inútil. Apenas pude observar o que acontecia, vi a agonia nos olhos de Anahí enquanto arrastavam-na pra dentro, mas eu não podia ter feito nada. Não naquele momento.

            — Diane? Está certo agora! – fiz a chamada no momento que entrei no carro – Por favor, cuide-a por mim!

Desliguei o telefone e liguei o motor seguindo a direção de volta à cidade. O Hospital de Recuperação Para Dependentes Químicos ficava um tanto afastado da cidade. Ele fora pré-determinado pelo promotor de justiça, mas, por sorte, contava com uma amiga lá dentro. Diane Palmer. Com ela tudo ficaria mais fácil. Poderia cuidar de Annie e facilitaria os planos de fuga que eu havia armado com Christian antes de saber que ela trabalhava lá. Tudo consistia em muito trabalho e sorte, mas foi à única maneira que conseguimos. O ruim seria que, só poderíamos realizá-los em uma ou mais semanas, quando o detetive Vaughn já tivesse certeza que ela estava habilitada na clinica. Por este motivo Annie deveria se acostumar, nem que fosse por aquele tempo, mesmo assim ela não poderia saber que Diane era uma aliada. Seria perigoso tanto a ela quanto para nós.

Estacionei o carro e subi os elevadores à cobertura. Como eu já deveria imaginar um trio e meio esperava-me com olhares tensos e preocupados.

            — Como foi Poncho? Como Annie está? – Dulce adiantou a pergunta.

Suspirei largando-me no sofá, de imediato, a meia pessoa saltou em meu colo.

            — Titio fala como ta a tititi... – Ana Paula expressou-se.

            — Está como esperávamos, não pude fazer nada, mas ela vai ficar bem.

            — Ficar bem não seria a palavra adequada! – Christian disse.

            — É o que temos por agora.

            — Ou seja, está tudo como havíamos proposto? – Maite perguntou séria.

            — Sim... – assenti – Podemos começar a se preparar...

            — Vamos ver a mamãe então? – cortou-me empolgada.

Dei-lhe um sorriso.

            — Sim querida vamos!

Ela pulou do meu colo diretamente a Dulce.

            — Vamos Tia Dul arrumar as coisas... – puxou-a pelo braço fazendo-nos rir.

            — Calma garota! – Dulce trouxe-a para seu colo – Temos um tempo! – acalmou-a.

Maite sentou-se ao meu lado pouco apreensiva, Christian acompanhou-a e Dulce fez-nos o favor de levar Ana Paula para o quarto.

            — Você irá para Stanville? – perguntou Mai.

            — Pensei nisso... – disse-a – Christian concordou que é melhor eu ficar aqui por um tempo, até as coisas se ajeitarem...

            — Poncho! Isso é inviável! – reclamou ela.

Suspirei negando, não por ela estar errada, mas por sentir o peso daquelas palavras.

            — Mai, ele tem razão. Vão ligar prontamente o desaparecimento dela com ele, além do mais ele precisa recuperar as provas!

            — Há você pra isso!

Christian e eu ficamos calados, Maite entendeu logo o que aquilo significava.

            — Então você vai? Pretendia me contar quando estivesse lá? – levantou-se magoada.

Christian seguiu-a.

             — Não Mai... – posou a mão em seu ombro – Tente entender que Leon e Christopher ainda estão por ai...

            — Ou seja, – virou-se transtornada – Que eu e Poncho podemos ficar e correr o perigo?

            — Não! – levantei-me antes que Christian pudesse falar – Nenhum dos dois se meteria comigo, você estará segura na empresa e aqui!

            — Nunca poríamos você em perigo, mas se tanto você quanto Poncho desaparecerem é como uma prova de que fugimos!

Mai voltou a se sentar no sofá afundando as mãos na cabeça. Christian consolou-a. Deixei-os a sós e dirigi-me ao quarto. Fiquei a porta apenas observando Dulce correr atrás de Ana Paula enquanto a criança se divertia com as próprias roupas.

            — Vem aqui menina!

            — Tia Dul não me pega... – cantarolava ela.

Sorri e pigarreei alto em seguida. Dulce parou com as mãos na cintura observando uma Ana que se assustara, largou a roupa e jogou-me um olhar de culpada.

            — Não deve dar trabalho a Dulce! – disse-a.

            — Desculpa Tio!

            — Peça a Dul...

            — Desculpa Tia Dul... – beijou os dedinhos cruzados a frente – Prometo que não farei mais.

            — Me dê um sorriso e ficamos acertadas! – disse ela fazendo a garota sorrir – Queria ter esse seu tato com crianças! – completou ela.

Sorri.

            — É um dom que espero aproveitar em breve!

            — Poncho, mas Anahí... Bem quero dizer...

            — Pra mim não importa como seja, apenas que compartilhemos juntos!

            — Oh desculpe! Estou sendo insensível!

            — Não se preocupe. Termine de arrumar as coisas, quanto antes estiverem prontas melhor!

Ela assentiu. Sai do quarto e procurei trancar-me no meu. Logo peguei os documentos que havíamos reunidos e comecei a montá-los, separá-los. Era muita coisa e estava muito embaralhado. Havia documentos que incriminavam realmente Anahí, as fotos que mostravam-na comprando drogas principalmente. Agora entendia porque Christian requeria tanto tempo. Comecei a me preocupar com aquilo, precisaria pensar em cada mínimo detalhe, um deslize e estaria tudo perdido.