Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]
Addictive Life
Capitulo 99
Cinco dias se passaram. Cinco dias completamente longos e iguais, cinco dias que eu ansiava por esquecer. Pela manhã traziam-me duas pílulas e obrigavam-me a engolir. Depois disso meu corpo não respondia aos meus comandos, fica inquieto e sonolento, meus olhos não conseguiam fixar-se em um ponto, minha cabeça girava.
— É normal Anahí... – diziam-me – Seu corpo está se estabilizando.
Era pior do que eu passara da ultima vez, parecia totalmente ao contrario. Via apenas o quarto branco, rostos desconhecidos e toda noite antes de adormecer a psicóloga fazia-me uma visita.
— Vai ficar tudo bem! Seja forte! – sussurrava.
Por vezes tentei pergunta-lhe algo, mas me sentia exposta demais, vulnerável. Por vezes nem a escutava ou guardava suas palavras. Até que um dia ouvi-a sussurrar.
— Anahí! Escute-me! Precisa parar de tomar os remédios, estão alterados!
Tentei entender se aquilo era mesmo real. Confrontei-a nos olhos tentando assimilar suas palavras.
— Precisa cuspir o que lhe dão. Deixarei um recipiente embaixo do colchão para que os coloque quando estiver sozinha! Consegue fazer isso?
De alguma maneira aquilo não fazia sentido, mas eu consegui assentir a ela. Era estranho e tive a impressão de esquecer no momento seguinte. Nos períodos que ficava acordada apenas conseguia pensar em Afonso. Onde ele estaria ou o que estaria fazendo. Não tinha mais duvidas em relação a ele, em nenhum momento pensei que ele me largara ali, agora mais do que nunca tinha certeza dos meus sentimentos e dos dele também. Tentei levantar-me, mas meu corpo, como sempre, não respondia. Acabei adormecendo outra vez temerosa da escuridão que começava a apossar-se do quarto. Constatei que o pior de tudo não era submeter-me ao tratamento, mas sim a isolação que requeria... Ficar sozinha sem nenhuma mão para apertar a sua. Estava tentando levar aquela sensação apavorante que me invadia, era difícil, mas eu estava conseguindo. Na manhã seguinte em decorrência a isso, quando a enfermeira trouxe-me os remédios, não os engoli. Debaixo da língua mantive-os até ficar sozinha, quando vi a passagem livre tirei-os da boca e coloquei a mão debaixo do colchão. O recipiente estava lá. Um calafrio passou por meu corpo. Depositei as pílulas ali e guardei novamente sobre o colchão. O que pretendia aquela mulher? Era ela uma aliada realmente ou estava caindo em uma cilada? Independentemente daquilo, voltar a ter aquela sensação de inutilidade fez-me fazer o que fiz. Ainda estava grogue, mas não tomando as doses daquela manhã parecia que meu corpo estava mais disposto. Na hora do almoço obriguei-me a fingir, as pílulas daquele horário tiveram o mesmo fim que as outras duas. E foi assim pela noite também. Na manhã seguinte a Dr. Palmer apareceu, trazia uma cadeira de rodas e as pílulas matinais. Observei-a desconfiada quando ela fechou a porta.
— Devo imaginar que está se sentindo melhor... – disse enquanto se dirigia ao lado da cama.
Observei-a tirar o recipiente e jogar mais duas pílulas lá dentro.
— Porque está fazendo isso? – perguntei intrigada.
— Tenho meus motivos, além do mais essas pílulas... – balançou-as – Estão alteradas, há produto químico nelas.
— Esta dizendo que... Estão me drogando? – ela assentiu – Quem faria isso aqui? – indaguei confusa.
— É um órgão publico Anahí... – disse com pesar – O dinheiro compra qualquer coisa!
Por um instante e rapidamente o nome de Leon me veio à mente. Ele era o único que podia fazer uma coisa dessas e com certeza tinha o poder de manipular as pessoas. Encolhi-me na cama sentindo-me estranha.
— Como descobriu? Como posso saber se não é um truque? – mirei-a.
— Vi seus sintomas e peguei uma pílula para analise. – disse-me calma – Dr. Caius analisou-a e ficou claro até então.
A menção de Caius foi suficientemente satisfatória para sanar qualquer duvida minha sobre ela. Dr. Palmer era aliada de Poncho, Caius era seu melhor amigo e ele confiava nele.
— Vamos dar um passeio... – disse ajudando-me a levantar – Finja não olhar nenhum ponto fixo e não fale com ninguém, afinal você está sobre efeito das drogas!
Assenti sentando-me na cadeira. Era estranho, mas deixei que ela me guiasse pra fora do quarto. Quando começamos a movimentar-nos fui percebendo de imediato o que era aquele lugar fora do quarto. Era assustador. Médicos circulavam com rostos sombrios, outros levavam pacientes descontrolados. Em cada rosto, de cada viciado que eu conseguia analisar... Vi uma parte de mim, ou pelo menos, do que fui um dia. Olhos marcados e expressivos, corpo magro e desfalecente, as mãos pareciam querer saltar dali. Era triste meditar cada um e saber que um dia já fora aquilo.
— Nenhum deles teve uma segunda oportunidade... – a Dr. Palmer sussurrou a mim – Estão quase enlouquecendo...
Pergunto-me como fui capaz de chegar a aquela extremidade. Não sabia. Fora fraca demais, ingênua demais e deixara-me levar. Saímos da clinica e alcançamos um enorme jardim com caminhos ladrilhados e bancos de madeira, ocupados por enfermeiros e pacientes. Ali eu pude respirar ar fresco, sentir-me livre novamente. Nos encaminhamos até a sombra de uma arvore, Diane sentou-se ao meu lado e eu fiquei quieta observando os mínimos movimentos.
— Observa aquela saída? – olhou a frente fazendo-me mirá-la.
Assenti.
— É por lá que vai sair na noite seguinte...
— O que...?
— Não faça perguntas, apenas escute! – cortou-me.
Sua voz saia em um sussurro e chegava apenas aos meus ouvidos.
— Depois da sua dose noturna os médicos vão aos seus dormitórios e os corredores ficam livres. Sua porta estará aberta. Siga pelo corredor... Terá que pular a janela ao lado da porta principal e saíra no jardim. Se esconda entre os arbustos da sua direita... – observei-os – Espere um sinal.
— Qual sinal?
— Você saberá qual... – disse-me ligeira – Os guardas que está vendo agora irão se afastar por alguns momentos, tem que ser rápida... Um carro estará te esperando bem em frente!
— Isso é loucura!
— Apenas faça, não terá outra chance de sair daqui!
Olhei-a sem me importar se estava ou não naquele lugar. Nos olhos de Diane vi uma angustia que não poderia ser normal.
— Como conheceu Alfonso? – perguntei.
Ela suspirou.
— Eu era apaixonada por ele...
— Era?
— Sim era, sou casada e amo meu marido!
— Porque me ajuda então?
— Sei o que é sofrer por amor, Alfonso te ama Anahí, qualquer pessoa lê isso em seus olhos.
Voltei a mirar o nada a minha frente sem saber que resposta dar-lhe. Diane tão pouco falou alguma coisa.
— Temos que ir! – levantou-se e guiou minha cadeira de volta ao quarto.
Durante o trajeto me pus a estudar o caminho, era relativamente fácil. Não sabia em contrapartida o que pensar daquele plano. Era evidente que Alfonso estava ligado a ele, mas havia falhas que não conseguia assimilar. Durante o resto do dia me pus a pensar em tudo, revisar o que tinha que fazer e esperei com calma o restante das horas passarem.
Autor(a): JL
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4049
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kahportilhaherrera Postado em 30/06/2017 - 23:15:50
Alguém sabe que capítulo a Anahi tem aquela crise no banheiro?? É minha cena preferida e queria ler de novo e não acho , alguem me ajuda??
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mari_5768 Postado em 29/02/2016 - 22:35:23
Simplesmente amei a fic. Meu deus mistura tantas situações que te fazem querer ler mais e mais
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franmarmentini♥♥ Postado em 21/06/2015 - 13:14:10
Olaaaa vou começar a ler.
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_thainaoliveiraaya Postado em 06/05/2014 - 15:57:01
Cheguei tarde ? Muito tarde ! Mas não me empediiu de amar essa história , foi incrível do começo ao fim !
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belle_doll Postado em 20/06/2013 - 11:19:12
Pqp... É a melhor web do Brasil!!! Aceito uma mini 2T Amiga! Imaginei os dois com o filho num campo florido e tal kkkk
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reneviana Postado em 07/08/2012 - 18:15:47
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Que linda *-*. Amei, amei e amei!
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k2323 Postado em 06/08/2012 - 14:58:43
ah! Que pena que acabou... Não fica tanto tempo sem postar se não vou morrer. Estava sentindo sua falta e quando você entra deixa um recado desse???/ Tudo bem, eu espero... Fazer o que né? Rs :( Pena que acabou...
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k2323 Postado em 06/08/2012 - 14:58:42
ah! Que pena que acabou... Não fica tanto tempo sem postar se não vou morrer. Estava sentindo sua falta e quando você entra deixa um recado desse???/ Tudo bem, eu espero... Fazer o que né? Rs :( Pena que acabou...
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k2323 Postado em 06/08/2012 - 14:58:42
ah! Que pena que acabou... Não fica tanto tempo sem postar se não vou morrer. Estava sentindo sua falta e quando você entra deixa um recado desse???/ Tudo bem, eu espero... Fazer o que né? Rs :( Pena que acabou...
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k2323 Postado em 06/08/2012 - 14:58:41
ah! Que pena que acabou... Não fica tanto tempo sem postar se não vou morrer. Estava sentindo sua falta e quando você entra deixa um recado desse???/ Tudo bem, eu espero... Fazer o que né? Rs :( Pena que acabou...