Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 103

Dormi por algumas horas, o céu já estava escuro quando olhei pela janela, esperei que meus olhos se acostumassem com a penumbra e levantei. Havia um chinelo de pano ao lado da cama, vesti-o assim como o robe sobre o sofá. Mancando, apoiando-me nos moveis, sai do quarto. A casa parecia enorme e pela escada que vi estava no segundo piso. Segui até ela, desci com dificuldade os lances de escada. Havia uma sala enorme com janelas de vidro que davam uma visão do lado de fora inclusive uma área com piscina. Luzes estavam acesas por todos os lados iluminando e dando vida a cada canto daquele lugar.

            — Anahí! O que faz de pé? – Dulce se aproximou.

Recebi o apoio de seu corpo sentindo-me cansada.

            — Não deveria andar com o pé desse jeito.

            — Não posso tão pouco ficar trancada naquele quarto! – rebati.

            — São apenas alguns dias, teimosa... – levou-me ao sofá fazendo-me sentar – Precisamos trocar esse curativo... – olhou-o com pericia.

Apoiei meu pé no alto e Dulce foi atrás de ataduras limpas. Enquanto isso fiquei observando ao meu redor. A lareira, os quadros, a decoração pouco rústica sem deixar o modernismo. Mais uma vez senti em cada pedacinho um pouco de Alfonso.

            — Vai arder um pouco... – Dulce voltara com as mãos cheias.

Deixei que ela retirasse a faixa, meu pé estava um pouco inchado inclusive e doía um pouco. Dulce limpou-o fazendo com que o corte ardesse, trocou a faixa por uma nova e terminou seu trabalho com esparadrapos.

            — Obrigada, eu diria...

            — De nada, eu responderia... – sorriu.

            — O que faz acordada? Deve ser tarde!

            — Não consegui dormir, estou cansada, mas sem sono algum...

Assenti. Dulce guardou sua maleta e sentou-se na ponta oposta do sofá. O silencio seguiu-nos, os sons vinham de fora das arvores balançando e dos grilos cantantes. Minha mente simplesmente estava afastada dali pensando em nada, aproveitando o descanso mental.

            — Annie... – Dulce chamou – Como você está? – fez uma pausa – Digo, com tudo, sua mãe... irmã...

Por um instante eu pensei em não respondê-la e em vez disso xingá-la por trazer-me de volta a realidade.

            — Tenho uma família não? Mas me sinto confusa. Ainda é muito estranho estar com todos!

            — Devo imaginar... Levei um susto quando chegamos e ela estava ali. É mesmo muito estranho...

            — Quer dizer que não sabia?

            — Acha que sei todas as historias? – riu negando com a cabeça – Sei tão pouco quanto você... Bem, agora já sabemos tudo!

Christian deve ter tido tempo de pôr-la a par de tudo e como ela havia dito, sabíamos de tudo agora, pelo menos eu esperava que sim.

            — Pensa em julgar Alfonso? Digo... Sei que deve estar passando por sua cabeça que ele te traiu, mas...

            — Dulce eu não quero falar sobre isso. – cortei-a – Eu sei o que aconteceu por ambos os lados, só preciso de tempo pra julgar o que aconteceu! – fiz uma pausa – Não quero tirar uma conclusão precipitada!

            — Está certo, mas eu sei o quanto sua cabeça é complicada... – disse.

Mirei-a por um segundo e restou-me rir da sua cara de indignação. Gargalhei como não fazia em semanas, apenas por saber que ela estava certa e porque aquela descarga fazia-me não pensar e relaxava meu corpo. Por certo, rir daquela situação pareceu aliviar um pouco a tensão que aquele assunto trazia.

            — Quer pipoca? – cortou a linha de meus pensamentos – Podemos assistir a um filme...

            — Acho que não é uma má idéia...

Dulce levantou-se de um salto. Tempo depois apareceu com um pote enorme de pipocas cobertas com calda de chocolate. Apenas naquele momento percebi que em tempos não tinha um mimo daqueles, que há tempos eu não tinha uma vida normal ou tempo para sentar-me frente à televisão e assistir um filme tranquilamente. Dulce ajeitou-se ao meu lado e o filme começou. No tempo que ele rodava eu me fixei naquilo, ri com as piadas sem a mínima graça, comentei com Dulce o que poderia acontecer. Foi normal. Foi rotineiro. Senti-me satisfeita quando os créditos subiram, sorri ao ver que Dulce dormira e gargalhei quando tentei despertá-la e ela simplesmente resmungou. Quando voltei ao quarto, em contra, não senti sono, senti solidão. Naquela cama Alfonso poderia estar esperando-me, sorrindo, ou apenas dormindo. Dei-me conta que não importava o que ele havia feito. Oras! Como atropelar-me podia ser proposital? Como o amor que eu via em seus olhos poderia ser falso? Fingido? Não poderia. Além do mais ele salvou minha mãe, escondeu-a para protegê-la e eu devia aquilo a ele. Eu era estúpida o suficiente para fechar os olhos e lembrar-me apenas dos acertos, mas eu não tinha coragem para falar dos erros. Dos meus erros, das falhas que colocaram toda a historia onde ela está hoje, onde minha vida viciosa estava ao centro de tudo. Deitei-me na cama e agarrei um dos travesseiros trazendo-o junto ao corpo. Eu queria que fosse o abraço de Poncho que me confortasse, eu queria ter voltado na noite em que o deixamos e dizer que eu o amava e sentiria sua falta. O que eu fiz em realidade foi duvidar dele, da sua conduta por não me contar tudo antes. ”Espero que possa me perdoar por não ter dito a verdade antes...”, oh sim o perdoava e além de tudo agradecia-o por tudo. Sem ele eu já não era mais nada. Necessitava dele, do seu corpo, de seus olhos sobre os meus protegendo-me, de suas palavras doces. Era como precisá-lo para respirar, era um amor que me sufocava se não o tinha... Adormeci pensando-o, começando uma contagem de dias até vê-lo novamente.

Hey, pretendo escrever uma nova sim, mas por enquanto vou dar um tempo em Historias "grandes" farei minis até que eu comece a outra, já tenho até o assunto, mas quero "descansar" hausdhausdhuashd