Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 106

Seis Dias Depois

Aquela tarde diferente das outras estava sem vida. O sol não brilhava tão forte, escondia-se atrás das nuvens fofas e brancas. Estava abafado, o suor caia de minha testa mesmo na sombra. Ao longe eu via Dulce correr atrás de Ana Paula enquanto minha mãe e minha irmã riam. Christian pra variar estava trancado num dos escritórios, eu por minha vez, estava com um livro debaixo do braço tentando me concentrar nas linhas daquele romance sobrenatural.

            — Garota vou te jogar na piscina vem cá! – Dulce avisou Ana.

            — Não tia Dul não pode! – correu dela com uma risada.

Sem querer ela tropeçou caindo no chão rindo de si mesma. Dulce a alcançou pegando-a no colo e correu para a piscina.

            — Vamos pular? – perguntou.

Ana sorriu assentindo. Em um pulo pequeno as duas estavam na água.

            — Use suas bóias querida! – Neni avisou à pequena.

Dulce foi até a borda pegando-as e colocando-as em Ana fazendo com que ela boiasse livremente. O frescor que elas estavam sentindo invadiu-me. De repente me vi na piscina com elas me divertindo. Larguei o livro e caminhei até lá, tirei a blusa por cima do biquíni e cai na água. A sensação térmica diminui fazendo meu corpo arrepiar-se. Eu não sabia nadar, mas graças a algumas aulas de Dulce comecei a dominar o mergulho. Submergi até o fundo empapando meus cabelos naquela sensação refrescante, quando retornei a superfície Ana ria para mim tentando alcançar-me.

            — Venha querida! – estiquei os braços até ela num sorriso.

            — Ana Paula é a sua cara quando pequena! – minha mãe comentou.

            — Isso quer dizer que vou ficar igual à tia Annie? – falou ela.

— E não é bom? – sorri brincando.

— Na minha opinião acho que não! – Dulce brincou fazendo-nos rir.

— Se eu ter um príncipe também, eu quero ser igual a Tititi!

Mais uma vez rimos de sua ingenuidade. Soltei-a na piscina e brincamos um pouco. Neni se juntou a nós mais tarde, mamãe ficou tricotando em sua cadeira passando o tempo. As horas passaram rápidas e quando Beti, a caseira, chamou-nos para o jantar ficamos assustados com o avanço do dia.

            — Anahí? – Christian segurou meu braço após o jantar – Tem um minuto? Preciso falar com você!

Olhei aos outros dispersos em seus próprios pensamentos e assenti a ele. Seguimos até o escritório improvisado que ele havia montado, fechou a porta e o silencio tomou conta por alguns segundos.

            — Quero mostrar-lhe algo, na verdade... – deu de ombros – Alfonso me mandou um email, deixou algo pra você! – apontou o notebook apoiado na mesinha.

Um frio passou instantaneamente em minha barriga ao ouvir o nome de Alfonso. Christian indicou o computador. Hesitei no primeiro momento, mas coloquei-me frente a ele rapidamente após. Eu estava desesperada no fundo pra ter noticias dele, saber ou ter algo concreto em que basear-me. Olhei a tela ansiosa e detive-me a ler:

            Christian,

Sei que está difícil a você montar um esquema de defesa, mas creio que encontrei as provas decisivas, estou te mandando os arquivos em segurança no malote em anexo. A senha você sabe. Apesar de este email ser seguro, decidi prevenir. Não me leve a mal. Voltando, agora você tem tudo que precisa. Vou esperá-lo na semana que vem aqui na capital pra podermos acabar com isso. Irei marcar a audiência o mais breve possível. Faça com que Anahí leia este email, diga a ela o que vai acontecer...

Annie, sei que lerá isso. Sinto sua falta. Sei o quanto é difícil pra você, mas logo tudo vai acabar. Estaremos juntos, pra sempre. Nem a eternidade será capaz de separar-nos.

O resto do email direcionado a Christian ficou esquecido diante de meus olhos. Eu prestei atenção apenas naquelas palavras. Por mais frio que um email possa parecer, eu senti em cada linha a força descomunal que passava. Mirei Christian que me observava sereno.

            — Passei dias montando sua defesa, Poncho mandou todas as provas... – aproximou-se sentando no sofá próximo – Na segunda feira irei à capital e acabaremos com tudo. Estará livre, mas terá que se apresentar ao juiz mais a frente e dar sua versão dos fatos. – fez uma pausa – Será complicado, mas vamos conseguir! – sorriu confiante.

Abaixei a cabeça sem saber o que responder, na verdade eu estava longe da realidade que ele me falava, eu estava próxima do “Estaremos juntos, para sempre”.

            — Christian... Eu poderia responder o email? – perguntei.

Ele riu levantando-se.

            — Eu imaginei que ia pedir isto. Faça! – deu de ombros e saiu.

Deixou que eu voltasse à atenção a tela e começasse a redigir uma resposta curta e solene. Meus dedos deslizaram pelo teclado, mas... Eu não sabia o que dizer. Era funesto. Minha mente bloqueou qualquer pensamento. Em dias eu pensara nele, no que dizer-lhe, mas a suposição de falar-lhe assim não cabia, não era viável.  Fechei a tela e afundei a cabeça nas mãos. Que droga! Eu não queria dizer nada, eu só queria mirá-lo e envolver as conseqüências daquele olhar cortante. Levantei-me e sai daquela sala. Eu não queria correr o risco de voltar atrás naquela decisão. Se eu mandasse um email, esperaria por outro e se não viesse resposta eu poderia enlouquecer a espera.

            — Annie você está bem? – Christian olhou-me ao subir as escadas.

Assenti e continuei a subir para o quarto. Tranquei-me naquele aposento e não sai mais durante aquele dia.

Gente desculpa a demora, o sumiço. Sabe aquela tal de faculdade? Pois é, ela consome tempo!