Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Eu assenti convicta daquilo, faltava pouco pra que pudéssemos respirar aliviados. Um sorriso mínimo apareceu em meus lábios. Era real aquela paz...

            — Me beije, faça amor comigo! – pedi-o – Quero que sejamos apenas eu e você!

O toque de suas mãos deslizou ao meu corpo, seu olhar já me dizia tudo. Rodeei minhas pernas ao redor dele e nos aproximamos da terra macia e verde, nos deitamos na grama, ele se pôs sobre mim, separou minhas coxas com precisão e respirou profundamente submergindo no calor úmido de meu corpo. Um gemido de prazer acalentou o ambiente. O ato de amor que presenciamos foi o mais puro de todos, beijei-lhe o colo sentindo-o mais profundamente em mim, minhas mãos o agarraram com possessão, com ternura ao mesmo tempo.

            — Minha doce Annie... – sussurrou deslizando os lábios ao meu pescoço.

Abracei-o mais sentindo meu corpo aquecer, arrepiar-se, querer mais. Os movimentos ficaram mais fortes, atingimos as ondas palpitantes do clímax e nos perdemos um no outro.

O sol se punha quente e forte, os raios de luz faziam a água brilhar. Vestia a camisa de Alfonso enquanto ele usava apenas o short. Sentamos em uma sombra depois de algumas horas e degustávamos os sanduíches caseiros que ele trouxera.

            — Não sou o melhor cozinheiro, mas não quis acordar ninguém...

            — Estão ótimos... – disse apreciando o frango no meio da pasta cremosa.

 Alfonso fez um verdadeiro piquenique, com direito a toalha quadriculada e a cesta artesanal.

            — Quer voltar? – perguntou ele.  

            — Já? – mirei-o.

Vi o cansaço em sua expressão, não era à toa afinal, estávamos ali há muito tempo.

            — Foi uma sugestão... – sorriu.

Levantei indo até ele, ajoelhei-me a sua frente e beijei sua fronte.

            — Claro que podemos ir querido!

Ele maneou a cabeça adquirindo um olhar maroto.

            — Por mais que eu queira ficar aqui sozinho com você, preciso admitir que esteja cansado...

            — Eu já havia percebido!

Ele levantou uma sobrancelha imitando falsa surpresa. Levantei e comecei a recolher as coisas, Alfonso foi até os cavalos, vesti minha roupa e montamos. O galope foi leve, começamos a ver o sol desaparecer no horizonte. Quando a casa ficou mais próxima tive a sensação de ter voltado ao lar.

            — Vá indo na frente, vou levar os cavalos! – disse depois de um beijo em meus lábios.

Segui em frente sentindo meu próprio corpo começar a apresentar o cansaço. Busquei minha mãe em primeiro lugar e abracei-a fortemente contando onde fora. Os outros se reuniam na área externa aproveitando o resto de dia. Dessa vez Christian dava o ar de sua presença enquanto brincava com Ana Paula. Quando entrei no quarto e vi a cama, deu vontade de jogar-me sobre ela. Segui direto ao banheiro desviando aquela tentação, tomei uma ducha rápida e Alfonso ainda não tinha voltado. Quando me sentei à cama percebi o pacotinho embrulhado que minha mãe havia dado. Me dei conta do quanto ansiava por ter um filho. Antes eu já sabia que não poderia conceber feto algum, Leon tirara aquilo de mim ao me drogar tanto no passado, mas quando fiquei grávida de Alfonso a esperança renasceu, por alguns momentos, mas... Depois aquilo foi tirado novamente de mim e agora eu não tinha mais certeza, alias, eu não tinha nenhuma esperança. Desviei meu olhar daquele arranjo, voltei a olhar a noite que tomava conta do horizonte, foi quando Alfonso entrou no quarto todo enlameado.

            — O que houve? – perguntei-lhe.

Ele sorriu negando com a cabeça.

            — Sarah sentiu sua falta e decidiu tomar um banho de lama, tive que ajudar Elias no banho! – deu de ombros.

Ele não parecia ter se importado com isso, lançou-me um beijo e foi ao banho. Aproveitei aquele tempo pra me trocar e pra esquecer os assuntos inconvenientes. Eu já superei aquilo afinal, de uma maneira ou outra era aquilo que eu deveria fazer: superar.

Meia hora depois descíamos para se juntar a todos. Foram horas agradáveis entre risos e historias. Todos reunidos, todos que amava e que faziam parte da minha recuperação, da minha nova etapa de vida. Senti uma fagulha de esperança nascer em meu interior...

            — Quer subir? – Alfonso sobressaltou-me ao sussurrar em meu ouvido – Podemos sair de fininho! – riu em seguida.

            — Malandro, não podemos ir sem dizer nada!

            — Está bem então... – levantou-se – Caros presentes, a conversa está boa, mas ouvir a Dulce e a Maite ao mesmo tempo com coro de Christian não está bem para meus ouvidos... – rimos.

            — Injustiça! Injustiça! – defendeu-se Christian.

            — Olha irmãozinho, sabemos que você quer aproveitar a parte boa da noite! – disse marota cheia de malicia.

            — Qual é a parte boa Titia? – Ana Paula pediu ingênua.

            — Dormir querida! – Neni corrigiu.

            — Oh, mas vocês são atentados!

            — Você não viu nada Dona Mari! Maite só tem cara de santa, mas por debaixo do véu...

            — Hey! Que calunia! – reclamou ela escondendo um sorriso por debaixo do rosto serio.

Lancei um olhar a Alfonso pedindo literalmente pra sairmos dali.

            — Estamos cansados, vamos subir! – disse por fim.

            — Boa noite... – sussurrei educada.

            — Aproveitem malandros... – Dulce soltou.

Subimos as escadas até o quarto com as mãos entrelaçadas. Alfonso trancou a porta, se desfez da camisa mostrando o tórax definido.

            — Está quente hoje! – disse ele dirigindo-se a sacada e abrindo a grande porta de vidro.

            — Normalmente é quente aqui! – disse.

            — Mas não como hoje... Se conheço bem o lugar está vindo uma tempestade por ai...

            — É perigoso? – perguntei alarmada.

            — Penso que não, mas sempre é bom prevenir, os ventos são muito fortes...

Troquei as vestes por uma camisola semitransparente. Ao vê-lo Alfonso sorriu enigmático enlaçando minha cintura.

            — Desse jeito não há cansaço que me segure... – sussurrou.

            — Não tinha essa intenção! – respondi-o marota.

Minha única vontade era fazer amor com ele, rolar pelos lençóis enquanto seu corpo tomava o meu... E foi exatamente isso que fizemos até que nossos corpos resignassem ao cansaço.