Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 114

À medida que eu fui me aproximando do armazém, observei qualquer área que pudesse entrar que não fosse a grande porta principal. A chuva e a escuridão dificultavam minha visão, não podia contar com nenhuma luz do contrario seria descoberto facilmente. As janelas eram altas e nenhuma delas ao caso abria por fora. Encontrei uma fresta em uma delas suficientemente boa apenas para ouvir o que diziam lá dentro.

— Christian!

A voz abafada era de Anahí, o nome de Christian. Tentei olhar pra dentro e contemplei Leon em pé ao lado de Christopher, para meu espasmo Christian estava imóvel. Céus!

            — Sei que seu coração é mole, sei que você sabe que tudo isso é culpa sua... E quero que você sofra por isso... Sofra pela pessoa que ama, por seus amigos...

O barulho da chuva não me permitiu ouvir a resposta.

            — Eu perdi tudo por um amor louco, o amor bastardo da sua mãe... – fez uma pausa – Vou acabar com Alfonso e todos que estão naquela maldita casa...

— Não pode! – disse com afinco.

Meu corpo gelou.

— Você não terá ninguém quando o dia amanhecer, um por um Anahí e você estará sozinha de novo... Vai voltar pra mim!

Raciocinei as ultimas palavras dele. Deus! Aquilo só poderia significar uma coisa. Peguei rapidamente o celular no bolso. Merda! Sem bateria, desligado ou estragado? Não soube dizer. Ataquei-o no chão com raiva furioso por não funcionar quando eu mais precisava. O que faria agora? Maite, Marichelo, todos que estavam naquela casa corriam perigo. A qual exposição pertencia não saberia dizer, mas... Merda! Pensei em alguma maneira. Eu não poderia voltar, era demasiado longe e não tinha tempo. Era uma escolha cruel. Anahí e Christian ou os outros? Levei as mãos a cabeça desesperado. Olhei o relógio de pulso, fazia quase duas horas que sairá da casa. Dulce teria conseguido avisar Vaughn? Por intercepto que parecesse eu precisava contar com a ajuda dele naquele momento. Encontraria-me? Conseguiria rastrear o GPS? Céus o GPS! Retirei-o do bolso e ativei a sincronização, os pontos que apareceram na tela eram os mesmos, o meu e o de Christian a dois metros de distância. O silencio de dentro do armazém voltou a reinar, Leon deveria estar tramando o que fazer com a casa. De repente escutei algo estranho ali perto, tentei cerrar os olhos, recuei até a parede solida e fiquei atento.

            — Vaughn! – sussurrei quando me dei conta de quem era.

Ele se virou em minha direção, dei um passo à frente com as mãos pra cima com cautela. Ele baixou a arma empunhada e se aproximou de mim levando-me de volta as sombras.

            — Herrera!

            — Precisamos desocupar a casa, a uma ameaça...

            — Shhhh. – sussurrou com as mãos nos lábios.

Tirou do bolso um radio sussurrando as seguintes palavras.

            — Encontrei Herrera, o perímetro está livre de guardas, cerquem o armazém e aguardem ordem de invasão. – voltou-se a mim – Tem uma arma? – assenti – Ótimo... Já evacuamos a casa, uma equipe está de vigia e em busca de algo que possa ameaçar a residência.

            — Como chegou tão rápido? – perguntei abismado e aliviado ao mesmo tempo.

            — Tínhamos uma pista do paradeiro de Leon, achei que era melhor investigar e preparei uma equipe a alguns dias, quando a senhorita Dulce telefonou partimos imediatamente, dividi o pessoal para a residência pensando que algo podia acontecer lá...

            — Não estavam enganados!

Por algum motivo a presença de Vaughn me acalmou. A casa estaria bem e tirou um peso amargo das costas.

            — Como vamos entrar?

Ele suspirou.

            — Há uma passagem externa, escondida. Ideal para isto!

Por algum motivo senti simpatia por ele naquele momento, os resquícios de um homem amargurado não se sobressaiam e aquela impressão má que tinha dele pareceu desaparecer.         

— Faremos agora!  – disse a ele com convicção.

Ele sorriu negando com a cabeça.

            — Me parece que não conseguiria deixá-lo aqui fora... – deu de ombros – Bom, preciso mesmo de um parceiro para se arriscar comigo e se sabe usar a arma, por mim tudo bem.

Assenti com um mínimo sorriso.

            — Obrigado! – disse.

Ele deu de ombros, afinal era o trabalho dele de certo modo. Estava confiante. Leon e Christopher não imaginavam que estavam cercados, não poderiam escapar. Michael Vaughn foi à frente com muita cautela, segui-o até os fundos do armazém onde havia uma passagem estreita feita a frágil parede dali.

            — Entre ao meu sinal... – assenti.

Ele se abaixou e passou a passagem apertada. Logo após seu sinal me enfurnei no buraco com cuidado e entrei pondo-me ao seu lado. A chuva não caiu mais ali, nos víamos no meio de caixas altas de papelão escondidos atrás delas.

            — Tem minha permissão para atirar! – sussurrou.

Assenti. Ele fez sinal com as mãos indicando que eu deveria seguir pela direita, ele iria pelo outro lado. Seguimos direções distintas, o silencio era a conduta do caminho. Meus pés moviam-se com cuidado para não emitir nenhum ruído, apesar de que a água escorria por meu corpo dando-me a sensação de estar soltando fogos de artifício. Observei o enorme galpão, tudo ali parecia abandonado, cheio de pó, de teias de aranha. Certamente era o lugar perfeito para um crime. Detive-me atrás de uma caixa alta e esgueirei a cabeça para olhar a frente. Estava sobre o olhar de Anahí e Christian. Ele ainda estava desacordado, ela por sua vez mantinha-se com a cabeça erguida e o olhar temeroso. Saquei a arma da calça tentando fazer o mínimo barulho possível. Mais a frente visualizei Vaughn cercando o outro capanga, ao ver-me fez sinal de desarmamento com as mãos, entendi seu recado e assenti. A mão dele subiu ao alto: Três, dois, um. Acerquei-me do homem que tentara pegar-me na casa. Chutei seus joelhos com força fazendo-o cambalear pra frente e soltar a arma com um gemido. Dei-lhe um golpe na cabeça com as costas da pistola e deixei-o desacordado. Michael, ao mesmo tempo, fazia o mesmo com o oposto. Foi rápido e preciso.

            — Poncho! – sussurrou ela.

Pedi-lhe silencio, guardei a arma nas costas e voltei-me a ela.

            — Está bem? – sussurrei sem fôlego alcançando as mãos até as cordas – O que eles fizeram com você?

            — Nada! Estou bem... Christian, céus golpearam ele!

Assenti voltando à cabeça a Vaughn que trabalhava nas amarras dele.

            — Vai ficar tudo bem! – soltei finalmente as cordas, trouxe Anahí para meu corpo apertando-a contra mim – Me perdoe por deixá-la!

Ela se apertou com força contra mim.

            — Temos que ir! – Vaughn sussurrou.

Soltei-me de Anahí e segui até ele observando Christian, seu rosto estava manchado pelo sangue, seu corpo parecia mola.

            — Christian! Christian!

Em um movimento lerdo ele indicou que estava consciente Vaughn guardou a arma no coldre e puxou-o por um braço. Naquele momento um gatilho fora solto. Michael levantou a cabeça sem deixar Christian, me virei com cautela pondo-me imediatamente frente à Anahí. Não era preciso ser um gênio pra ver que fomos estúpidos para baixar a guarda.

            — Pensaram que iam a algum lugar?