Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 115

Quando ouvi aquela voz meu corpo se arrepiou. Meu rosto virou-se automaticamente a volta de Leon e Christopher.

            — Seria muito fácil não é?

Em um súbito movimento ele ergueu a mão e a arma. O tiro soou rápido e imprevisível. Fechei meus olhos quando um grito abafado surgiu no ar. Vi como Vaughn fora atingido no peito e caia no chão levando Christian com ele, debilitadamente fraco demais pra manter-se em pé. Imediatamente Alfonso tentou mover-se, mas a voz soou clara.

            — Mova-se e será o próximo!

A impiedade retrocedia em sua voz. Atirar no detetive era um gesto claro que ele não estava brincando. Pouco importava a vida dele, era insignificante tanto quanto as nossas.

            — Deveria matar todos de uma vez! – Christopher sugeriu com raiva subindo sua própria arma em nossa direção.

            — Terá essa chance... – disse calmo sem muito alarme – Mas a vingança é sem pressa, requer tempo! – aproximou-se um passo – Tem que compreender isso Christopher!

            — Eu já esperei tempo demais! – cerrou as mãos.

Seus olhos brilhavam de raiva fazendo com que a arma tremesse em suas mãos. Céus! O que aconteceria? Não tínhamos muita escolha. Leon suspirou estendendo a mão e abaixando a arma de Christopher.

            — Então pra você... – Poncho cortou – É uma questão de vingança?

            — Ora ora Herrera, não seja tolo...

            — Convenhamos que só a uma tolice aqui Leon!

            — É um desafio? Ou é um retardo de tempo? – riu.

Poncho negou com a cabeça apertando-se contra mim. Naquele movimento senti uma pressão no abdômen. Pressionei-me contra ele novamente. Era a arma que estava as suas costas. Respirei fundo. Ele pareceu concordar mandando-me um sinal de canto de olho.

            — Com qual irei começar? Ah sim! – deu um sinal a Christopher.

Ele se encaminhou a nós com um sorriso de canto de lábios, se aproximou rápido de Alfonso. Duas coisas aconteceram naquele tempo: Uckermann golpeou ele a modo que deslizasse ao chão, escorreguei junto segurando-o pelos braços e passei uma das mãos sobre a arma.

            — Venha Herrera! Vou te mostrar o que é surra! – puxou-o pelo braço.

A arma deslizou em minhas mãos, aproveitei-me do corpo de Poncho para escondê-la e levá-la até minhas costas, foi muito rápido, Christopher empurrou-o ao chão e golpeou-o com o pé. O horror começou a tomar conta de mim.

            — Solte ele!

— Só veja Anahí...

Christopher retirou uma faca do cós da calça, deixou Alfonso de joelhos. Céus! Eu sabia o que ele faria e sabia que só me restava uma escolha.

            — Agora filho da puta sofra as conseqüências por se meter onde não é chamado! – puxou Alfonso pelos cabelos direcionando seu olhar a mim.

Antes que eu pudesse pensar em algo ele moveu a faca e afundou-a na carne do seu abdômen. Alfonso gemeu curvando-se a frente e o sangue começou a empapar sua blusa. Por um momento achei que perderia-o, mas ele olhou fundo em meus olhos e passou-me confiança, nem a dor que sentia e que via em seus olhos era suficiente pra render-se. Enquanto Christopher ria junto a Leon, movi as mãos até as costas e puxei a arma. Em um movimento voltei à cena do passado que me atormentara por tempos, mas daquela vez eu tinha o poder, eu estava sobre a minha consciência.

            — Saiam de perto dele!

Ao som da minha voz os dois perceberam o que tinha em mãos. Christopher moveu-se rapidamente como um covarde para trás de Alfonso e posicionou a faca ensangüentada em sua garganta. Leon ficou imóvel mirando-me astuto.

            — Não poderia usá-la...  Falta-lhe coragem! – disse desdenhando cada palavra – Como na noite em que matei Juan!

Por um momento fiquei a mirar seus olhos frios. Um desalento de raiva tomou-me conta. Destravei a arma, apontei-a para o chão e atirei perto do seu pé. Léon deu um pulo ao lado transtornado. Eu também não estava brincando, a vida de Alfonso dependia daquilo e era mais importante que o medo.

            — Não estamos do mesmo lado Leon... – disse-o.

            — Já percebi faz tempo cara! – disse ajeitando-se na sua pose, dono de si, mãos pra trás e olhar cauteloso.

Christopher continuava a amedrontar-se atrás de Alfonso que cada vez ficava mais pálido.

            — Não entendeu minha afirmação... Você não compreende que não há mais saída, que nunca mais vou voltar pro seu lado, é preferível morrer...

            — Pare Anahí... – cortou-me – Você pode achar que tem o poder, mas eu sou o poder, ao meu lado você pode ter tudo! Quando vai abrir os olhos e perceber que o mundo de Alfonso não é o seu? – interrogou com as mãos – Depois desta noite não vai ter mais nada!

            — Está enganado! Seu erro é achar que todos os seus planos deram certo!

            — Manipulei Juan a interferir com seu pai, Marichelo se casou com ele por minha influencia, você veio a mim. Implantei um espião na empresa do seu querido parceiro depois que ele se meteu nessa historia... – mirou Alfonso de lado enumerando seus feitos – Seqüestrei sua sobrinha, manipulei seus remédios na clinica, pra não falar além... Matei sua mãe! – disse com energia.

Alfonso percebendo a certeza em sua voz soltou um riso fraco mesmo estando ferido. Leon o mirou atordoado.

            — Você já deveria saber que essa é a maior mentira que já acreditou! – sussurrou com dificuldade.

            — Não pode crer em esperança!

            — Você tão pouco em fatos mórbidos!

            — Do que está falando? – Christopher intrometeu-se.

            — Diga a ele como deixou Marichelo Uckermann... Estava viva não estava?

Senti que a faca em suas mãos afrouxara um pouco, mantive a arma firme apontada para Leon pronta para reagir.

            — Estava fraca... Ia morrer! – confessou abalado.

Alfonso negou com a cabeça.

            — O que significa isso? – indagou alarmado.

            — Significa que Marichelo está mais viva do que nós amigo! – Alfonso riu ao constatar o espanto de Leon – Se tivesse sido inteligente o suficiente teria revistado a casa...

Leon olhou de refluxo a mim, viu que eu não negara a informação, pra ele era uma confirmação das palavras de Alfonso. A partir daí vi seu rosto se alterar ao desespero, compreendi que o que ele mais queria além de mim era ver minha mãe morta, sem vida, como ele estava naquele momento.

            — Vocês não e-entendem... – Alfonso tossiu as palavras – O lugar está cercado, mesmo que nos matarem não saíram daqui! Você perdeu Leon! E perdeu por uma vingança estúpida...

            — Cale-se! – levou as mãos à cabeça – Está enganado! – virou-se a ele pronto para atacá-lo.

            — Não se mova! – gritei em contrapartida.

Ele o fez.

            — Leon! – alarmou-se.

Eu senti o desespero tomar conta de sua voz.

            — Ah claro! – Alfonso retornou – Ah ainda um fato a se colocar em pauta... – tossiu.

O sangue continuava a escorrer, seu rosto perdia cada vez mais a cor, mas ele se mantinha firme. Uma raiva fluía de seu peito e dava-o forças. Meus olhos escaldaram em temor. O tempo estava curto.

            — Cale a boca Herrera! – Uckermann apertou a faca.

            — Leon chegou a mencionar seu grau de parentesco? – provocou.

A mão de Christopher tremeu.

            — Já sei que ele é meu pai! – grunhiu – Não há mais nada que possa fazer!

Tanto eu quanto Alfonso sentimos o abalo daquilo. Foi à vez de Leon rir. Alfonso deve ter sentido que Christopher desviara um pouco seu foco, ou seja, ele ainda sentia a recém descoberta. Momento depois, num instinto, Alfonso empurrou Uckermann pra trás e ele cambaleou ao chão deixando a faca escapar de sua mão. Nesse movimento Leon puxou sua arma das costas e apontou-a pra Alfonso. Formou-se um triangulo mortal.

            — Não acredite na esperança de saírem vivos daqui... – Leon disse indicando Christopher em um sinal de cabeça – Comece... – ordenou.

            — Mas... – protestou.

            — Agora! – gritou.

Christopher olhou temeroso para mim, levantou-se. O que eu poderia fazer? Atirar nele e ser a próxima? Leon atiraria com certeza e Poncho seria o seguinte.

            — Agora solte essa arma Anahí... – moveu a mão – Ou atiro nele!

Não consegui raciocinar, as coisas aconteceram rápido a partir daquele segundo. Christopher espalhara gasolina pelo armazém, Leon soltou o gatilho, meus dedos friccionaram a arma. Olhei de Alfonso a Leon sem saber como reagir. Ele atiraria nele? Eu teria coragem para fazê-lo? Sim teria. Teria porque era a vida de Alfonso que dependia daquilo, em um instinto de proteção e coragem eu destravei o gatilho, mirei Leon e atirei.