Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Parecia realmente que meu corpo estava flutuando, mas talvez, fosse apenas, uma sensação em sonho. Um sonho que me envolvia de calor, de um aroma doce e uma brisa fresca. Apesar disso, sentia uma pequena pontada de dor no abdômen, era incomoda, parecia e sentia crescer gradativamente. Tentei colocar a mão no local, mas meus braços estavam pesados, cansados. Foi quando abri os olhos, uma luz clara ofuscou meus olhos. Me dei conta de duas coisas: Estava num hospital, em um leito e o aroma doce era de Anahí.

            — Olá! – disse ela – Como se sente?

A pergunta marcou em meu subconsciente o que havia acontecido. Respirei fundo molhando os lábios secos.

            — Bem... – fiz uma pausa – E os outros? Como está Christian?

Ao fundo da imagem de Anahí senti um movimento e uma risada baixa.

            — Melhor do que você eu acho! – respondeu o próprio.

Sorri. Ele se aproximou da cama, o rosto inchado, o braço enfaixado e marcas pelo corpo. Por trás dele ainda apareceu Maite sorrindo-me. Tentei retribuir-lhe com esforço. Algo não estava se encaixando naquele momento, olhei Anahí novamente e analisei a fundo seus traços. Preocupada, tensa.

            — Há quanto tempo estou aqui? – perguntei.

            — Apenas por algumas horas! – respondeu ela – Você desmaiou quando saímos do... – parou.

Parou e sua voz morreu ali, afinal, nada mais precisava ser dito. Instalou-se um silencio após, um em que eu pensei profundamente que o pesadelo dava-se um fim. Que não existia mais Leon, que Christopher estava encarcerado e que todos do nosso lado estavam bem.

            — Desculpe, mas acho que vamos indo! – Christian anunciou – Estou bem, mas não tão bem assim!

            — Ficara bem Alfonso? – Maite adiantou-se.

Sabia que ela estava preocupada, sorri-lhe e olhei para Annie.

            — Estarei em boas mãos!

Ela assentiu. Saíram e quando ficamos sozinhos no quarto apenas trocamos olhares. Eu não entendi o que se passava com Anahí momentaneamente, ela só estava, estranha.

            — O que há com você? – perguntei sentindo minha voz sair sussurrada.

Ela negou com a cabeça abrindo um mínimo sorriso.

            — Nada! – tocou-me o rosto.

            — Não me engane... – disse-a – Estou nesta cama, mas ainda consigo perceber que há algo errado! – completei.

Ela respirou fundo.

            — Não é nada Poncho...

            — Annie...

            — Nada! – retrucou impaciente.

            — Fale!

            — Persistente! – resmungou fazendo-me sorrir.

Inclinei-me um pouco acima com certa dificuldade, minhas costas doíam menos agora, mas o corte no abdômen mais.

            — Quer entender uma coisa? – seu olhar bateu ao meu – Eu quero seu bem e você não está bem!

Ela negou com a cabeça e desviou o olhar. Agora, mais que antes, eu tinha a certeza do que a angustiava.

— Hey! – trouxe seu rosto de volta ao meu – Não esconda o que sente, eu vi seu olhar no armazém, eu sei que aquela imagem ronda seus pensamentos e te atormenta de alguma forma...

— Não é bem assim... – calou-se.

Não disse nada, observei sua expressão, penso que palavras de conforto já não precisavam mais.

            — Diga-me Annie! – insisti apertando sua mão a minha.

— Não é tão fácil Alfonso!

— Eu sei que não! Pra mim custa a apagar a imagem da memória, mas é preciso superar e quanto antes isso acontecer melhor!

Ela suspirou profundamente e afastou-se da cama. Eu não queria pressioná-la, mas vê-la daquele jeito me atormentava.

            — É difícil fechar os olhos e não ver Leon... – sussurrou.

Fora tão baixo que tive que me esforçar para ouvi-la.

— Venha aqui meu bem! – estendi um braço a ela.

Devagar ela voltou até mim. Olhos tristes e incertos, um medo que eu precisava suprimir.

            — Tudo passou meu amor! Tudo. As imagens vão passar também, temos uma vida nova agora! Sem ameaças, sem medos, só eu e você! Pensa nisso?

Ela assentiu.

            — Penso mais que tudo, mas é inevitável...

            — O que mais há?

            — Christopher gritou ameaças!

— Ele está preso Annie...

— Por quanto tempo?

Respirei fundo antes de respondê-la. A mim deixou intrigado aquela questão.

            — Isso importa? Pela lei ele não pode prejudicar nossas vidas!

— Poder não é querer...

— Pare Annie! Pare! Temos a chance de ser feliz agora!

A discussão foi longa. Anahí era teimosa, mas consegui colocar em sua cabeça que teríamos um final feliz.