Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 21 – Incontrolável P.1

Era engraçado minha relação com Alfonso. Uma hora dividia com ele as angustias que escapavam quase sem querer e na outra me via ao seu lado tentando preparar algo pra comer. A todo tempo ele me fazia rir, como se a conversa passada não tivesse existido, tentando a todo custo ver meu sorriso abrir pelo rosto. E fazia isso com facilidade, gostava daquilo, gostava da Anahí sorridente e esquecida dos problemas, gostava de por um momento lembrar como era minha vida antes das...antes de tudo..

            — Sabe, eu adorava essa camisa – falou quando sentamos a mesa – Eu procurei ela um bom tempo.

Olhei a camisa que vestia ruborizando ao mesmo tempo. Até então nem me dera conta desse detalhe. Alfonso sorriu abocando um pedaço do sanduíche que preparamos.

            — Parece que você gosta de listras – observei o detalhe da camisa.

            — Ficam muito melhores em você – enfatizou.

Sorri degustando a habilidade dele em preparo de sanduíches, enquanto me enrolava desajeitada para cortar o queijo Poncho já havia feito todo o resto. Preparei uma limonada por ordem dele antes que cortasse o próprio dedo. Depois de instigar sua vida pessoal Poncho contara-me sua época de faculdade e como adorava a irmã Maite. Com um pesar contou sobre a morte de seus pais e alguns outros detalhes de sua vida.

            — Nunca pensou em ser pescador? – brinquei com ele depois de confessar que adora velejar – Morar a beira do mar e sujar os pés na arei todo dia? Ver o sol nascer ao sul e sumir no norte?

            — Você é sonhadora – olhou-me curioso – Parece um desejo seu.

            — Talvez! Mas não seria pescadora! – rimos juntos.

Bocejei sentindo-me cansada de repente. Estiquei os braços a cima da cabeça tentando afastar a preguiça que envolvia todo meu corpo. Quando olhei Alfonso a minha frente, percebi seu olhar de cobiça sobre mim. Tinha certeza que seus olhos delinearam os pontos que a camisa marcara em meu corpo. Não o culpava por isso e meu instinto gostava de saber que ele não resistia em olhar.

            — Quer descansar? – perguntou desviando sua atenção para meus olhos – Você parece sonolenta.

            — Está tão na cara assim?

            — Seus olhos estão cansados – disse levantando-se e abaixando-se ao meu lado.

Automaticamente levei minhas mãos ao rosto tentando sentir as possíveis olheiras que ele vira. Podia sentir a palidez do meu rosto facilitando o aparecimento dos traços escuros sobre os olhos. Alfonso colocou suas mãos sobre as minhas puxando-as pra ele, depositando um beijo sobre cada ferimento que ainda apareciam, um gesto tão terno e tão errôneo aos meus olhos.

            — Você está bem? – perguntou – Quase não comeu!      

            — Estou sem fome – retirei minhas mãos das dele – acho que vou descansar um pouco – levantei-me.

A fome era peculiar comparado ao desejo que queimava em minha garganta. Desviei a todo o momento o desejo procurando o olhar de Alfonso, obrigando minha mente a esquecer o vicio. Fora possível até ali, mas não sei quanto tempo poderia resistir até enlouquecer.

            — Vou deixar você descansar! – conduziu-me até o quarto quase ao lado da cozinha.

            — Fará o que?

            — Pensei no mesmo que você – sorriu.

            — Não me importo de dividir a cama – disse mirando-o.

Sabia que era errado, mas me sentia melhor sabendo que Alfonso estava ao meu lado.

            — Tem certeza? – perguntou esperançoso.

            — Não me faça repetir...

            — Queria ouvir você repetir...

            — Durma comigo. – finalizei deste modo sem tirar os olhos dele.