Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life AyA

Capitulo 1 – Minha Droga de Vida

Mais uma noite como as outras. Minha cabeça estava pesada, meus olhos ardiam e meu coração queria saltar do peito. Mal conseguia olhar o espaço que eu pisava. Sinto-me tonta, desnorteada... perdida. Com esforço consegui chegar à porta de casa. Não sei como achei as chaves, mas elas estão lá. Se fosse pelo “Mentor” dormiria naquele inferno. Mas ele que pense estou longe de aceitar. Consegui finalmente abrir a maldita porta. Percebi alguns ratos chamados de visinhos me observando. Maldita hora que mudamos praquele bairro inútil cheio de pessoas fofoqueiros. Se pudesse matava cada um enforcado com a própria língua. Mas eles que vão pro raio que o parta.

            — Anahí filha até que enfim chegou!

Mal percebi que minha mãe me esperava no sofá. Como sempre. E como sempre não dei ouvido a ela e segui reto pra subir as escadas até meu quarto. Uma tontura me pegou no caminho e apóie-me na escada para manter-me em pé.

            — Anahí você foi de novo filha! – choramingou minha mãe.

Senti-a aproximar-se de mim. Empurre-ia.

            — Me deixa em paz!

Quase berrei. E quase cai de novo. Minha cabeça doía demais pra tentar outra coisa. Comecei a me sentir enjoada.

            — Juan está em casa filha – disse ela em tom preocupado.

Queria mais que Juan morresse. Maldita hora que ele apareceu em nossas vidas pra estragar tudo. Éramos felizes e vivíamos bem. Eu era normal.

            — Aquele vagabundo que vá pro inferno – resmunguei – como você agüenta um sem vergonha hein mãe?

Fiz questão de ser irônica.

            — E ele quem nos mantém um teto Anahí!

            — Chama essa barraco de casa? – disse com raiva – se não fosse por ele papai estaria vivo.

            — Seu pai estaria vivo se não fosse um delinqüente como você garota! – disse Juan ao pé da escada.

Seu ar arrogante e dono da verdade me davam nojo, quase vomitei olhando aquele homem asqueroso olhando-me. Juan começou a descer as escadas em minha direção. Afastei-me por defesa chegando a bater as costas na porta conseqüente do que aconteceria a seguir.

            — Não Juan – suplicou minha mãe tentando para-lo – ela não está bem.

Juan a empurrou fazendo-a cair no chão surrado sem se importar se tivesse se machucado ou não.

            — Essa vagabunda vai aprender uma lição!

Ele levantou o braço e aplicou um tapa sem dó em meu rosto. A força foi tanta que deslizei até o chão incapaz de me mover. Se não estivesse tão entorpecida teria desmaiado. Senti mais dois tapas no braço e seus repugnantes braços pegarem os meus jogando-me contra a porta. Gemi de dor e os soluços de minha mãe invadiam meus ouvidos. Estava farta de tudo, estava com raiva de tudo. Precisava dar um basta nisso.

            — Eu vou te matar seu desgraçado! – sussurrei baixinho estirada no chão incapaz de me levantar.

Senti-o aproximar-me de mim e abaixar sua cabeça perto do meu ouvido.

            — Vou te esperar vagabunda! – disse e virou-se subindo as escadas – Vamos dormir Marichelo, deixa essa prostituta ai...é o lugar dela!

Com passadas firmes ele voltou ao seu inferno de quarto. Minha mãe ignorou seu chamado e acolheu-me em seus braços.

            — Me desculpe filha, desculpe!

Incapaz de sussurrar qualquer palavra apertei-me em seu colo confortando-a. Sabia por tudo que minha mãe passou depois que meu pai morreu. Sabia o sacrifício que era pra ela agüentar Juan todos os dias, sabia que só fazia isso pra me dar um teto e porque era ameaçada. E eu não era a filha que ela esperava que eu fosse, mas mesmo assim aceitava todos os meus defeitos e minhas burradas.  Estava na hora de fazer algo. Com esforço levantei-me para olhá-la e falei o mais baixo possível pra que ela entendesse.

            — Você ainda pode fugir pra Guadalajara? – perguntei exausta.

Minha mãe relutou.

            — Diga mamãe!

Ela assentiu.

            — Tem certeza que é seguro?

            — Sim minha Anahí – disse tão baixo quanto eu olhando o topo das escadas com medo que Juan voltasse.

            — Arrume suas coisas amanhã quando ele sair. Leve apenas o necessário.

            — Não minha filha, por favor.

            — Ele vai me ajudar mamãe....

            — Não filha – cortou-me ela sabendo o que eu faria – você não pode, vai dever a ele o resto da vida...

            — Já estou ferrada o suficiente.

            — Não quero Anahí....

            — Não há o que discutir – disse levantando-me com esforço – amanhã ao meio dia!

Dei um beijo na testa de minha mãe e sai batendo a porta. Ela teria que concordar e via em seus olhos que ela queria sair muito mais do que eu. Restava-me agora voltar ao Addictive’s e me encontrar com “O Mentor”.