Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 26 – O Fim do Meu Conto de Fadas

            — Você está bem? – perguntou Alfonso ao meu ouvido.

            — Estou sim! – falei incógnita sem retirar os olhos do mar.

Submersa em pensamentos logo após o que acontecera na cozinha depois do almoço. Mais um surto, na verdade um súbito desmaio. Uma amostra razoável do meu corpo pedindo por droga. Obviamente expliquei o fato com uma desculpa qualquer. Pedi que ele me levasse a praia e ai estávamos sentados na areia. Apoiava-me em seu peito enquanto ele me rodeava em um abraço pelas costas mantendo suas pernas ao redor das minhas. O sol fraco que marcava o céu e minha disposição em aceitar que tudo que escutara, sentira era real. O próprio desmaio não me causou efeito psicológico. Passou a ser um simples desmaio.

            — Você poderia me dizer o que houve...– começou de novo.

            — Foi só um desmaio Alfonso! – falei pela décima vez depois dele insistir nisso.

            — Você acha isso normal? Desde que te atropelei falo pra você ir pra um hospital!

Fui obrigada a rir do seu tom. Preocupado e mandão. Apoiei a cabeça em seu ombro e virei à cabeça para olhá-lo, seu tom indignado por conseguir rir numa situação dessas, as sobrancelhas contraídas na expressão seria.

            — Não acho engraçado Anahí, eu falo serio!

Virei-me um pouco a modo que pudesse estirar-me em seu corpo. Escondi o rosto em seu pescoço e apoiei as mãos em seu peito descoberto.

            — A única coisa que me faz sentir melhor eu já tenho.

Alisei o contorno dos seus músculos e permaneci em silencio. Ele pareceu lutar contra uma força invisível para não falar mais nada sobre isso. Obviamente ele queria insistir em falar sobre aquilo.

            — Annie...

            — Não! – cortei-o antes que entrássemos na mesma conversa mais uma vez.

            — Não vê que eu fico preocupado? – apertou seus braços em volta de mim.

Sorri por isso, por sua preocupação excedente e sua voz tão cheia de apreensão.  Arqueei meu corpo novamente a modo que pudesse olhá-lo de frente e acabar com isso de vez.

            — Eu-estou-bem! – falei pausadamente contornando suas bochechas com uma mão – Palavra de Anahí! – levantei a mão direita em juramento.

            — Muito que vale sua palavra contara você mesma! – indagou-se com uma careta.

            — Desfaz essa cara, já disse que estou bem!

Ele continuou a me olhar, como se pudesse ver um sinal de que estava mentindo. Apesar da dor de cabeça que me afetava ferozmente nunca me sentira melhor.

            — Terei que te obrigar a sorrir? – perguntei vendo que sua expressão não mudara.

            — Gostaria de vê-la tentar! – desafiou.

Com um sorriso no canto dos lábios aproximei meu rosto do dele e alcancei seus lábios. Não tinha a mínima idéia do porque o beijara, mas queria fazer aquilo mesmo se não desse resultado. Envolvendo suas mãos com convicção em meu rosto, Alfonso beijou-me como se nada tivesse acontecido.

            — Isso foi golpe baixo! – sorriu caindo na areia levando-me junto.

            — Não vale fazer birra! – brinquei apoiando-me em seu peito – Tem que saber perder!

            — Não perdi Annie...– deslizou suas mãos até as minhas.

Entrelaçou meus dedos nos dele e pusemos a observar nossas mãos, como se o feito, o encaixe fosse perfeito.

            — Como sabia que meu apelido era Annie? – indaguei curiosa percebendo aquilo – Só minha mãe me chamava assim!

            — Annie me pareceu carinhoso! – falou com um meio sorriso.

Talvez um traço de nervosismo passasse por seus olhos, observei-os tentando decifrar o que era. Mas era tudo escuro. E cada vez que falava de minha mãe aquele mesmo traço passava seus olhos. Não entendia porque, e também não queria dar real importância aquilo.

            — Por isso que só ela me chamava assim...