Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Ele não respondeu, apenas sorriu. Detalhei-me a aprofundar meu olhar no seu pra desvendar a expressão marota que dispunha agora. Deixei-me levar pela caricia intuitiva que ele aplicava em minhas mãos e segurei-as entre as minhas esticando seus braços em horizontal num movimento programado. Grudei-as na areia como o redentor e mantive seus punhos firmes entre as mãos. Lentamente meu corpo deslizou sobre o seu aproximando nossos rostos e encaixando nossos corpos. A expressão voraz, o brilho tão intenso de seus olhos, de repente quis me entregar a ele novamente, ali, diante do sol e das ondas se quebrando ao longe. Fechei meus olhos e deixei que as sensações que ele me proporcionava explodissem dentro de mim. A paralisia repentina de nossos corpos apenas absorvendo as correntes prazerosas, apenas trocando-se com sensações. Beijei-lhe o rosto arrastando meu nariz pela superfície barbuda, procurei seus lábios entre abertos esperando meu gesto. Contornei-os com a língua, beijei-os de leve e mordisquei o lábio inferior. Molhei seus lábios com os meus sem tocá-lo de língua, apenas saboreando-o, sentindo-o forçar os braços contra a areia num controle mutuo.  Soltei seus punhos e deslizei os dedos pela extensão de seus braços, alcancei seus cachos e apertei-os entre os dedos. Meus olhos encontraram os deles quando suas mãos envolveram minha cintura desesperadamente.

            — Quer me deixar louco? – perguntou-me.

            — Não da maneira como você me deixa! – respondi com um sorriso terno.

Trocamos o mesmo olhar de desejo, e não precisaria de nenhuma palavra pra expressar isso, porque os sintomas transbordavam de nossos corpos. Poncho beijou-me, beijou-me com certo ardor obrigando minha boca insultar seus lábios. Antes que pudesse gesticular qualquer outra coisa um barulho mais que irritante cortou nossos ouvidos. Alfonso cortou o beijo olhando-me indeciso. Ali estava a vida real trazendo-nos de volta, o celular tocando estridentemente era a prova que existia vida fora daquela ilha!

            — Desculpe!

Esbocei um sorriso sem graça diante da situação. Fiquei frustrada na realidade. Sai de cima de Alfonso e sentei ao seu lado olhando diretamente o mar enquanto ele tratava de atender o celular. Só poderia ser via satélite pra pegar num lugar e numa hora tão inconveniente. Mas afinal quem era eu pra discutir isso? Tinha que aceitar que eu não era o centro de suas atenções, que eu era apenas...o que eu era?

            — Isso é hora Maite? – resmungou chamando minha atenção.

Menos mal, era a irmã dele. Não que devesse me importar. Olhei-o como se um imã me atraísse, ele passou uma mão sobre os cabelos mostrando sua impaciência.

            — Não é da sua conta...– respondeu a certa pergunta que indagava provavelmente onde ele estava.

Depois disso ele escutou, escutou e assentia pra si mesmo. Seu rosto contorcia-se em ansiedade e desfalecia aos poucos. Abracei minhas próprias pernas esperando-o resolver-se, não era da minha conta...não era.

            — Eu sei! Daqui duas horas por favor.

Duas? Isso não era boa coisa.

            — Sim...– fez uma pausa sorrindo de canto olhando-me – apenas sim Mai!

Mais uma pausa com mais um sorriso. Eles falavam de mim, e não precisava ser uma expert pra saber disso.

            — Farei o possível, até logo!

            — O que houve? – perguntei ligeira assim que terminou a chamada.

Droga Anahí porque você tem que ser tão curiosa? Poncho deu um longo suspiro e aproximou-se de mim.

            — Temia que tivéssemos que voltar tão cedo. – falou olhando-me – Preciso resolver alguns problemas na cidade.

Incisivamente abaixei a cabeça e meu coração apertou-se. Ouvir aquilo da boca dele era pior do que em minha cabeça.

            — Esta bem! – falei apenas tentando não demonstrar abatimento.

Poncho levou a mão ao meu queixo levantando-me a cabeça para mira-lo.

            — Desculpe por isso! Não posso adiar!