Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 27 – Realidade Aumentada P.1

Meu corpo paralisou-se. Não podia ser, ele não podia estar ali podia? Virei o rosto na direção da voz tão arrogante, poderia reconhecer a presunção a quilômetros de distancia, o sorriso maligno estampado nas curvas pálidas e a realidade voltando em um baque surdo. Estremeci, e se não fosse à segurança dos braços de Alfonso segurar-me tinha desabado.

            — Anahí, não me reconhece mais? Também estou feliz em vê-la – falou ele extremamente fingido.

Crápula, arrogante, metido. Odiava-o mais do que ninguém lembrando toda escoria que fizera com minha mãe, todas as petulâncias que ele me atormentara a vida inteira.

            — Quem é você? – perguntou Alfonso antes que pudesse abrir a boca.

Seu tom era serio, assim como sua expressão fechou-se. Agradeci-o por aquilo, mas ao mesmo tempo sabia onde aquilo poderia acabar. E eu não queria um final trágico, tive medo. Muito medo, Alfonso não sabia do que Uckermann era capaz e não queria que virasse seu alvo. Fui idiota, eu sabia o tempo todo que isso poderia acontecer, mas como eu poderia fugir?

            — Christopher Uckermann! – apresentou-se estendendo a mão.

Alfonso ignorou-a. Permaneceu encarando-o com raiva.

            — Já vi que seu namoradinho não foi com a minha cara – disse pondo as mãos apoiadas em sua cintura – Mas isso não é nenhuma novidade pra mim, quer saber? – encarou Alfonso – Eu muito menos fui com sua cara Sr. Herrera.

Senti o corpo de Alfonso tencionar-se. Confortei-o de alguma maneira apertando seu braço.

— O que faz aqui? – abri a boca pela primeira vez.

Minha voz não saiu mais que embargo demonstrando meu próprio nervosismo. Fiz minha presença visível e Alfonso deixou de encarar o par de olhos negros para olhar-me. Comovi-me com seu olhar preocupado e ao mesmo tempo curioso, mas se tinha uma coisa que não queria dizê-lo era sobre Christopher Uckermann.

            — Você já sabe Anahí o que eu quero. – sorriu como se contasse uma piada.

            — O que está acontecendo Anahí? – Poncho perguntou-me.

Olhei-o. Derreti-me com sua inquietação. Que droga, merda de vida! Mal conseguia encará-lo e definitivamente ele não podia se envolver nisso.

            — Eu tenho que ir!

Minha voz enfraqueceu-se, segurei suas mãos e passei a olhá-las. Ignorei a risada sarcástica de Ucker, ignorei que teria que voltar com ele e enfrentar o que tinha ignorado a todo o tempo ao lado de Alfonso.

            — Você não precisa! – sussurrou ele.

Mais do que precisar era minha obrigação. Sabia muito bem que o “Mentor” me tinha em suas mãos e tinha medo do que ele poderia fazer com esse poder. Afastei-me de Alfonso. Ele segurou-me, envolveu meu rosto nas mãos e alcançou meus lábios. O beijo tão sincero, o toque tão terno. Apenas tornava as coisas mais difíceis. Não consegui aceitar perdê-lo e ao mesmo tempo não queria-o nisto.

            — Que comovente! – Uckermann bateu palmas.

Separei-me de Alfonso mirando-o profundamente, através daquele olhar esperava que entendesse que agradecia tudo que me fizera sentir, que ele era inesquecível em minha vida e se podia dizer que tivera momentos felizes fora com ele. Que se me sentira mulher em algum ponto na vida fora ele que proporcionara-me.

            — Não me procure! – falei tão baixo que ele mal conseguiu me ouvir.

Uckermann aproximara-se e com força e agarrara meu braço. No mesmo instante Alfonso avançou nele.

            — Não se aproxime! – Uckermann empurrou-o – Vai ser melhor pra você passar a vida sem ela, acredite amigo....estou te fazendo um favor!

Sem uma palavra a mais levou-me. Meu olhar acompanhou Poncho até onde eu pude, teria seu olhar na memória pelo resto da vida. Segurei o choro atarracado na garganta esperando que no fundo ele fizesse algo, impedisse Christopher de levar-me. Ilusão, como tudo em minha vida era. Sua imagem estática deveria ser uma alucinação e se aquela era a ultima vez que veria-o não sabia, mas uma coisa Uckermann tinha razão: ele estaria melhor sem mim.