Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life AyA

Capitulo 3 – Mea Culpa

            — Anahí espera! – gritou Dulce atrás de mim.

Passei batido do escritório dele, segui direto a porta até sair pelas ruas. Ignorei Dulce Maria. A certinha centrada. Cansei dos seus sermões. Gostava dela e sabia que só trabalhava ali por necessidade, ela não se prostituía nem era viciada. Apenas servia bebidas. Grande trabalho, vivia mais tentando me passar lição de moral. Não estava afim. Caminhei um bom pedaço até me afastar da boate. O dia estava tão lindo que se tornava irônico eu estar tão podre quanto lixo em degradação. Mil perguntas vieram a minha mente. A visão de minha mãe morta e a dor de perdê-la. Entrei em um beco ¹ e caminhei em sua extensão. 

 Ilustração do Beco

Meu corpo doía referente às pancadas que Juan me dera, mais isso não me importava mais, o que incomodava era meu coração que martelava inquieto dentro do peito. Encostei-me em uma parede e deslizei por ela sentindo as lagrimas saltarem dos olhos. Não quero pensar não quero sofrer. Odeio sofrer. Odeio Juan. Odeio ter perdido minha mãe, odeio não ter ninguém pra me acolher. Estava sozinha. De dentro do bolso esquerdo do meu jeans surrado tirei o ultimo pacote do pó branco. Fiz um rastro do mesmo em minha mão e guardei o resto. Engoli uma pílula de ecstasy retirado do outro bolso e suguei o conteúdo da minha mão. O efeito foi quase imediato. Meus músculos pararam de doer e uma sensação de leveza apoderou meu corpo. Fiquei parada, a cabeça arqueada pro céu. Se existisse alguém lá em cima certamente não gostava de mim. Minha risada maléfica ecoou pelo espaço. Não sei quanto tempo fiquei ali sentada, sozinha, petrificada em pensar no vazio. O temor de meus pesadelos veio em seguida.

            — Quem te viu quem te vê prostituta.

Virei minha cabeça lentamente. Juan estava parado perto a um grande lixeiro. Um lugar de que nunca deveria ter saído: do lixo. Virei-me a fixar um ponto imaginário a minha frente. Ignorando a alucinação do ser mais odiado. Percebi que já estava escuro. Minhas roupas estavam úmidas e um vento começou a me passar frio.

             — Vai ignorar seu papai vagabunda? – disse ele aproximando-se com um sorriso irônico.

Ignorei-o. Ela já iria sumir.

            — Que acha de um programa hein?

Juan tinha chegado a minha frente. Puxou-me pelos braços erguendo meu corpo e prensando-me na parede. Seu hálito de cachaça e seu cheiro de ovo podre chegou as minhas narinas. Aquilo não era uma alucinação.

            — Vai me dar o que sua mãe me ignorou? Quer de boa vontade ou terei que forçá-la?

Suas mãos apertavam meu braço. Mantive minha expressão vazia, enquanto a raiva em meu peito acendia. A simples menção da voz dele da memória de minha mãe me deixava possessa.

            — Me solta monte de lixo! – guspi em sua cara.

Juan me bateu contra a parede, tentei me soltar, mas estava fraca. Tentei chutar seu tornozelo acertando em cheio sua canela. Juan proferiu gritando e chamando-me nomes. Segundos depois senti um cano longo e fino apertar minha barriga.

            — Vai ficar caladinha ou quer sentir a dor de uma arma?

Prendi a respiração temerosa. Juan começava a alisar-se em mim tocando-me o corpo. Tentei fugir mais uma vez sem condições.

            — Você vai me pagar imundo!

Ele riu estapeando meu rosto como tantas outras vezes. Fechei meus olhos sentindo nojo de estar ali querendo matá-lo por tudo que fez. Acabaria morrendo tão logo quanto minha mãe. Quando achava que tudo estava perdido senti suas mãos saírem de mim com um puxão. A arma que ele usava para ameaçar-me caíra frente aos meus pés.  Peguei-a e apontei pra ele sem pensar duas vezes.

            — Anahí tome cuidado!

Foi a voz do “Mentor” que chegou aos meus ouvidos. Não entendia do porquê ele estar ali ou como tirara Juan de cima de mim. Minha cabeça começou a girar e minha mão tremer.

            — Vai me matar agora?! – resmungou Juan do chão provocando-me.

Ter uma arma na mão pronta para atirar e diferente do desejo de matar. Por mais que odiasse o estrume caído a minha frente não seria capaz de tirar uma vida.

            — Mate-o Anahí – disse-me o “Mentor” – Ele matou sua mãe, nada mais justo.

Olhei pra ele mal o conseguindo enxergar. Meus olhos eram borrados por lagrimas que saiam por vontade própria. Não conseguia raciocinar, nem me mexer. Muito menos proferir palavras. Olhei Juan estirado no chão. O ódio tomou conta de mim, como o odiava, como o queria morto. Mil coisas aconteceram no segundo seguinte: um estrondo furou meus ouvidos e minha mão vibrou. O mentor moveu-se rapidamente sobre meus olhos, e Juan jazia morto com uma bala no peito. Recuei largando a arma com que atirara não acreditando que tivesse-a pressionado. O “Mentor” tirou-a do chão e guardou a própria em um lance de panos. Olhei-o. Nada recebi em troca. Corri do beco com o coração na boca, os olhos ardendo e a cabeça explodindo. Não via mais nada em meu caminho. Segui correndo para o nada sem rumo. A única coisa que via em frente era o escuro. Quando atravessei a rua o inevitável aconteceu. Um carro pegou-me, e a dor em meu corpo aumentou.

Proximo Capitulo o Poncho aparece =)

Obrigado as minhas novas leitoras...estão gostando?

Pode ser que esteja dificil de entender. Mais não explicarei...tudo ao seu tempo. Esses 3 capitulos são como uma introdução certo?