Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 29 – Lembre-se da Promessa, Ela Ainda Existe

11:55 da Noite.

O que as pessoas que erraram estão vendo em nossos olhos? Compreensão, compaixão, alívio para as feridas? Descubro aos poucos que eu não fiz o suficiente e que nem mesmo fora suficiente pra ela. Todo mundo é perfeito de formas diferentes e talvez eu não tenha me dado conta disso, eu não fora perfeito. A raiva afligia meu peito quando coloquei o capacete, subi em minha moto e acelerei o máximo que eu pude. A adrenalina, o vento gélido batendo em mim... O que eu vou fazer? O que eu faço com essa agonia que me destrói por dentro? Porque a idéia de Anahí ser viciada era tão absurda? Não conseguia acreditar, não quero acreditar nisso! Mas eu vi! Eu vi caramba! Meus olhos presenciaram os vestígios, queimaram de raiva ao perceber o que ela fazia no que ela se submetia quando não estava comigo, aquecida em meus braços. Os surtos, os olhos marcados, a fraqueza, a relutância em não ir ao hospital: tudo fora explicado. Tudo. Andei não sei pra onde, nem sei por quanto tempo, mas estava ficando impossível segurar-me. Incapaz de continuar um caminho seguro nas curvas acentuadas parei a moto em qualquer acostamento. Joguei o protetor com raiva no chão e sentei-me no meio fio. Estava inquieto, queria socar qualquer coisa que aparecesse em minha frente, era incapaz de raciocinar. Precisava de consolo ao mesmo tempo, queria revirar o passado e não ter que passar por isso. E droga... Eu queria Anahí, queria-a apenas pra mim como ela fora todos esses dias. Só minha. Afundei o rosto nas mãos e apoiei os braços sobre os joelhos. Naquele momento eu chorei. Porque era isso que eu tinha vontade de fazer agora, chorar. Colocar pra fora toda dor que sentia, toda raiva. Meus soluços tornavam-se constantes na rua solitária, a noite escurecia tudo a minha volta e as lagrimas borravam minha visão. Eu era um inútil, nada do que fizera fora suficiente. Porque tinha que ser assim? Juntei forças e tirei meu celular do bolso procurando o único contato que poderia amenizar esse sentimento agonizante, meus dedos tremiam ao digitar o numero e no terceiro toque a voz feminina calma e astuta me atendeu.

            — Ela é viciada! – gritei sem me conter – Viciada! – fiz uma pausa incapaz de continuar – Você sabia e mesmo assim me escondeu!

O crescente aumento das lagrimas corroíam-me, aumentava minha raiva. Só o que eu queria era culpá-la por mentir-me. O silencio no outro lado da linha parecia fantasmagórico tão silencioso era o que só fazia minha raiva aumentar.

            — Diga alguma coisa! – gritei outra vez – Há quanto tempo ela acaba com a vida e você não fez nada? – disse reunindo toda fúria.

Mais um minuto de silencio misturado ao choro, dessa vez não o meu, mas o dela.

            — Faz pouco mais de um ano! – confessou-me magoada – Eu tentei, mas não fui capaz...

            — Porque esconderam isso de mim? Com qual direito tiveram a coragem de mentir depois de tudo que eu fiz!

            — Você não a aceitaria, ia ignorá-la e eu não podia deixar isso acontecer!

            — Achou que me enganaria por quanto tempo? Eu vi ela se drogando, eu vi...você não sabe o quanto mal isso fez a mim!

            — Faz muito mais a ela Alfonso! Entenda!

            — Não fez! Não! – gritei novamente levantando-me – Eu fiz de tudo pra protegê-la pra depois vê-la tão frágil daquele jeito!

            — Oh Alfonso, você se apaixonou por ela não é?

Minha cabeça pulsou cansada, minhas veias latejavam tamanha energia percorria meu corpo. Fiquei calado assentindo pra mim mesmo controlando de todo o modo as lagrimas, as sensações tão dolorosas. Era irrevogável mentir.

            — Me apaixonei, desde o principio. Lutei contra, mas nunca consegui ignorar achei que fora tudo rápido demais, aconteceu! Eu sinto muito por isso!

            — Não sinta querido! – disse terna acalmando-me – Anahí é uma boa pessoa só precisa de ajuda...

            — Não sei se posso...

            — Você prometeu! – cortou-me assustada – Por favor, não estou pedindo nada além de que cuide dela, eu mesma o faria se não fosse...se eu não estiv...

            — Eu sei! – cortei-a sentindo-me um idiota por não ver a sensibilidade exposta em sua voz.

            — Eu sabia que esconder isso de você significaria perder sua confiança – explicou-me como se aquilo a aliviasse – Não tive a intenção Alfonso!

            — Não se preocupe....eu só preciso pensar!

            — Se eu bem conheço Anahí ela deve ter se apegado a você, não deixe que a única alegria dela escape assim.

            — Eu faria tudo pra reverter isso. Te juro que se eu pudesse eu faria...

            — Fique calmo querido, eu acredito em você!

            — Me desculpe! Eu preciso pensar! – suspirei.

            — Não se esqueça que independentemente da sua decisão lhe serei grata o resto da vida!

            — Por favor descanse! Eu tomarei a melhor decisão.

            — Fique com deus filho! Quero que me visite logo, sinto saudades!

            — Farei o que puder! – respondi apenas.

            — Alfonso diga a Annie que...– parou no meio do pensamento – Esqueça, boa noite!

Desliguei a chamada e fiquei olhando a tela do celular reluzir. A luz em pouco tempo foi gradualmente apagando-se e meus pensamentos fizeram uma pausa. Desabafar com ela me deixara mais calmo, aliviara a sensação de vazio em meu peito. Uma sinfonia momentânea, mas totalmente irônica conteve-se enquanto me sossegava, enquanto minhas lagrimas cessavam e meu corpo parava de tremer. E agora? Percebo o quanto estive ocupado em manter todo mundo feliz, deixei de lado meu próprio orgulho, ignorei meu desejo, esqueci até como se respira, e agora eu me pergunto o por que? Pra sentir um buraco no meio do peito quando a primeira decepção aparece? Cheguei tão longe e estou aqui agora, perdido em meus próprios pensamentos, não sabia o que fazer, não sabia porque aquilo doía tanto. Anahí! Meu deus eu prometi que a protegeria sem mesmo conhecê-la, eu acreditei em mim mesmo ao fazê-lo e agora jogo tudo pra cima por um sentimento amargurado. A raiva me cegou. Anahí teve suas razões pra esconder isso de mim, é claro, mas fiquei com tanta raiva por não poder evitar isso que acabei magoando-a com certeza. Minha teimosia, meu maldito orgulho. Que tipo de homem eu sou? Um covarde da pior espécie. Levantei-me secando as ultimas lagrimas, dei partida na moto e fui atrás do meu compromisso. Eu precisava concertar as coisas com Anahí, não havia nada a temer. Fui um estúpido. Nenhum problema qualquer que seja iria me separar dela, porque fico bem ao seu lado e se mudei minha personalidade fora culpa dela, me transformei em um homem melhor e mais alegre porque a tinha, assim como ela tinha duas faces eu tinha a minha, e queria que uma delas fosse permanente. Não vou mentir, não posso negar que estou perdido sem ela, me apaixonei quando o brilho dos seus olhos encontrou os meus, me apaixonei quando seus lábios tocaram-me, me apaixonei quando a tive por completo. Esse Alfonso que sou hoje não existe sem Anahí, não há como ser forte sem ela, preciso tê-la em meus braços pra protegê-la de qualquer mal e nada vai me tirar esse direito. Precisava fazer algo, encontrá-la e dizer o quanto fora estúpido e que não me importava se ela era drogada, se não tinha dinheiro ou tivesse milhões de defeitos, escolhi ela entre muitas pra cuidar, me preocupar...quem sabe... Preciso começar a eliminar quem a faz mal, não importa como. O começo disso era cortando o mal pela raiz, por onde eu sabia que ela havia adquirido esse vicio e a pessoa que a atormentara toda a vida...o maldito homem que se escondia atrás de uma mascara: “Mentor”.