Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 31 – Remissões Comprometedoras

O ar fresco bateu em meu rosto e não tinha noção do que acabou de se passar. A musica alta abafou-se atrás de mim enquanto Alfonso arrastava-me até uma moto estacionada frente à boate. Sua mão rondava meu braço com firmeza. Minha cabeça já não estava sã, sentia-me completamente confusa.

            — O que esta acontecendo? – perguntei olhando-o pegar o capacete.

            — Vista isso...– tirou a própria jaqueta e colocou sobre meus ombros – Sei que não está entendendo nada... Só confie em mim!

O calor emaranhado da jaqueta aqueceu-me o corpo impregnando seu cheiro, enfraquecendo-me as pernas tamanho efeito aquilo causava em mim. Mas confiar nele depois do que fizera não era uma opção sensata.

            — Não vou a lugar nenhum com você! – tentei afastar-me dele.

Obviamente seus braços mais fortes e mais ágeis agarraram-me com força impedindo que eu fugisse, sentia-me tão fraca que nem tentei lutar contra isso, além do mais o corpo quente envolto do meu era irresistível. Minha cabeça dizia para afastar-me, mas para meu corpo aquilo era quase impossível.

            — Por favor – falou baixo olhando-me – eu errei, mas quero concertar isso.

Mal podia distinguir seu rosto na escuridão da noite, mas podia decifrar claramente o brilho continuo dos seus olhos que voltava a me atingir. Fiquei imóvel sem saber que decisão tomar, tinha dois caminhos, um perigoso demais e o outro tentador. Alfonso magoara-me por mais simples e certo que sua decisão fora.

            — Coloque isto! – ofereceu-me o capacete.

Maneei a cabeça negativamente ainda relutando a ele. Alfonso soltou-me bruscamente e lançou o capacete no chão com força.

            — Porque é teimosa?! Terei que obrigá-la a subir? – perguntou impaciente suplicando-me com o olhar.

Aquela era mais um defeito que conhecia nele: a impaciência. No fundo me atraia, mostrava com facilidade o que ele queria em certo momento. Quis sorrir, mas o orgulho falava mais alto, ele não merecia. Aproximei-me da moto para sua alegria. Sentei-me no carona logo após ele montar e dar-me apoio.

            — Segure firme! – disse envolvendo minhas mãos em sua cintura sem meu consentimento – não precisa ter medo! Feche os olhos se precisar e me fale se quiser parar.

Fiquei calada sentindo os músculos torácicos enrijecerem em volta do meu braço. Foi um minuto em que paramos pra sentir o contato de um corpo ao outro, meus seios atritando em suas costas emaranhando o calor de seu corpo enquanto o aroma de seus cabelos adentrava minhas narinas. Não queria sentir aquilo. Tentei afastar-me, mas Alfonso segurou-me com firmeza na mesma posição.

            — Está pronta? – perguntou virando a cabeça para olhar-me.

Seus lábios ficaram próximos dos meus e nossos olhos bateram-se.

            — Estou! – falei baixo ignorando a alusão de beijá-lo.

Esperei-o dar a partida. Quando o solavanco colocou-nos em movimento agarrei-me com toda a força apoiando minha cabeça em seu ombro. A sensação era de estar voando, perdida em um céu sem fim com o vento frio golpeando-me à medida que a velocidade aumentava. Havia me drogado aquela noite, muito. Mais do que Alfonso vira e mais do que eu tinha imaginado, mas por algum motivo tinha consciência de certas coisas que aconteciam a minha volta. Meu corpo eletrizou-se com a camada de adrenalina proveniente do que ingeri mais a sensação libertadora de estar andando em alta velocidade. Sentia-me disposta, pronta pra enfrentar qualquer coisa seja ela qual for. Mas uma não se encaixava nessa lista: Encarar Alfonso. Dirigir-lhe a palavra, mirá-lo. Aquilo era muito diferente. Quando pensei que com ele seria diferente enganei-me. Chorei hora seguida pensando se ele iria voltar. Tive casos, muitos. Terminei vários pelo mesmo motivo, mas fora muito diferente tratando-se de Alfonso. Apesar disso não ignorava que tudo pareceu dissipar-se quando o vi na boate, a ilusão de tudo voltar a ser como antes. Poder beijá-lo...tocá-lo...