Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Perfilei os dedos sobre as cores, as de estilo social e as esportivas. Senti-me idiota por isso. Vi ao canto um conjunto feminino, um que reconheci recusar dias atrás. Peguei-o, não podia viver com as camisas dele, que intimidade eu tinha pra isso? Droga! Minha cabeça estava prestes a explodir e meu corpo parecia um “João bobo” tão fraco estava. Segui logo ao banheiro e entrei na ducha gelada. A água como sempre pareceu revigorar meu corpo, reativar alguma energia, mas não eliminar as dores. Enrolei-me na toalha e vesti-me logo. As roupas ficaram um pouco folgadas, mas marcavam alguns traços. Disposta a não ser uma inútil me peguei arrumando a cama. Parei sobre o travesseiro que Poncho dormira inalando o aroma tão doce, tão másculo...tão Alfonso. Deus como precisara daquele cheiro para sentir-me calma, sentir-me a Anahí que queria ser. Droga de confusão que não me deixa entender o que se passa. Preciso de um conselho, precisava tanto de minha mãe nesse momento. Gostaria de poder falar-lhe, saber onde seu corpo estava enterrado pelo menos. Até isso a vida ignorava dar-me. Deixei a cama em perfeito estado. Parei para observar os detalhes do quarto. A grande sacada dividida por uma janela de vidro estava entreaberta. Segui até ela e deparei-me com uma vista enorme. Podia ver a cidade praticamente inteira e o vento ali era refrescante. Respirei-o fundo concentrando-me em nada além de estar ali. Até que uma tontura apoderou-se de mim obrigando-me a recuar, a altura era espantoso o que facilitava o processo. Deixei as cortinas claras esvoaçando e analisei o quarto como um todo, não podia negar que os traços eram masculinos, mas que tinham um bom gosto extraordinário.  Sai do quarto e percorri os cômodos do apartamento que mais parecia uma casa. Quartos, banheiros, as salas, cozinha e as sacadas. Andando deparei-me com uma escada, subi-a. Não era possível a magnitude daquele lugar. Quando alcancei o topo estava frente a uma piscina rodeado de um jardim sobre o sol reluzente no alto. Estranhamente vi o rosto de Alfonso naquele lugar, desde as espreguiçadeiras até a escolha das flores tinha a cara dele. Tudo ali era perfeito, tudo que qualquer um sequer sonhara, mas sinceramente pra mim não tinha real importância. Faltava algo, faltava ele. Desci as escadas decepcionada mais uma vez perguntando-me o que fazia ali. Aliás, mesmo com ele, o que eu fazia num lugar totalmente fora da minha realidade? Era a típica historia do rico e da pobre, mas no meu caso era muito mais trágico: eu era drogada. Merda! Poderia ir pra casa de Christian se ele permitisse, em últimos casos voltaria para o subúrbio que mais odeio. Posso arranjar algo pra fazer e cobrir despesas pequenas. Posso lidar com isso não posso? Posso. E era isso a melhor opção. Não podia pensar nas conseqüências, apenas fazê-las para não arrepender-me. Segui até o elevador disposta a seguir meu rumo, um tremor percorreu meus dedos quando apertei o térreo. Deixar aquilo de novo não era o que eu queria, mas o que eu precisava fazer. Quando as portas se abriram bati frente a alguém.

            — Espero que você tenha pressentido que eu viria e não que estivesse fugindo! – surpreendeu-me.

AAAA quem ser?

Comentem, até amanhã =)